Capítulo 67.

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Comentem, ok? Boa leitura!

Kj estava do lado de fora do corredor quando o médico reapareceu, duas horas depois. Cole estava mais recuperado, e já estava sentado do lado dele, junto com Mads e Lili.

"Ela continua estável." O médico disse antes que alguém perguntasse. "O quadro não evoluiu muito. A medicação anti-convulsão está ajudando, mas ela acordou e vomitou, então tivemos que mantê-la sedada, porque ela estava confusa e se desesperou um pouco."

"Você disse que ia me avisar se ela acordasse!" O tom de voz de Kj era acusatório, e o doutor mexeu a cabeça de um lado para o outro.

"Foi breve, mais uma reação ao medicamento do que qualquer outra coisa. Infelizmente não é uma boa ideia leva-lo lá ainda, mas se você quiser, pode vê-la pelo vidro."

Kj olhou para o lado, buscando algum apoio mudo nos amigos.

Vê-la pelo vidro? Já estava tremendo de novo.

"Eu posso ir também?" Lili perguntou, e o médico negou com a cabeça.

"É melhor um só. Prometo que em breve permitirei visitas, mas isso provavelmente só ocorrerá pela manhã."

Kj e Lili se olharam.

"Vai lá." Lili disse.

"Não, você claramente está..."

"Cale a boca e vá. Você sabe o quanto precisa disso." Lili disse, por fim, e Kj suspirou, sorrindo minimamente em um agradecimento silencioso.

Caminhou atrás do médico até o elevador. Não falou nada até entrarem um corredor da Unidade Semi-Intensiva, e o doutor apontou para o terceiro e último vidro.

Kj se aproximou mais devagar do que era preciso, e a viu deitada na cama.

Havia algo naquelas camas de hospital que fazia as pessoas parecerem ainda menores. Ela estava com alguns fios ali e aqui e seus lábios estavam meio empalidecidos.

Parecia amedrontada, ainda que estivesse dormindo.

Encostou a testa no vidro, e mesmo vendo que o monitor mostrava batimentos cardíacos normais, mesmo sabendo que ela estava ali, aparentemente inteira, não conseguiu finalmente conter o choro.

Sabia que ela ia ficar bem. Ela tinha que ficar.

Mas tinha se segurado tanto que, quando a viu ali, desabou.

Lembrou do dia em que fecharam o contrato, no quanto a aproximação dos dois tinha sido inexplicável e inesperada, e ele só queria abraça-la e dizer a ela que estava ali.

E que ficaria tudo bem.

Tomou um susto quando viu uma enfermeira parada em frente a porta, a poucos centímetros dele, e limpou o rosto rapidamente. Ela lhe ofereceu um sorriso.

"Ela irá reagir logo, tenho certeza." A enfermeira baixinha disse, e Kj sorriu, sem dizer nada.

"Eu queria entrar aí." Kj ouviu sua própria voz pedir, e a garota fez uma cara triste.

"Eu sinto muito, não posso fazer isso agora. Mas escute... ajudaria a você se você pudesse ficar um pouco com a filhinha de vocês?"

Kj chacoalhou a cabeça, atordoado.

Desde que tinha recebido a notícia do problema de Cami, tinha até esquecido do óbvio - da bebê. Mal tinha ficado com ela, e sabia o quanto Camila provavelmente iria gostar que ele fizesse isso.

No entanto, não tinha certeza se poderia suportar a situação. Sentia-se tão responsável por aquela criança que chegava a sufocar, agora mais do que nunca.

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