Capítulo 57.

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Camila estava dolorida quando chegou no estúdio, mas segurou um sorriso no rosto e tentou ao máximo parecer uma pessoa normal.

Suas costas estavam a matando, aquelas cadeiras do hospital eram horríveis e muito desconfortáveis e aquela barriga em nada ajudava.

Passou o dia inteiro desconfortável, querendo chorar, mas manteve-se inteira porque sabia que ela não era o foco principal ali.

Tinha ido apoiar Kj, que tinha se mostrado reconfortado com sua presença, tinha desabafado com ela dois dias seguido, chorado em seu ombro e até ido em sua casa agradecer pelo apoio.

Tudo bem, ele podia ter telefonado. Ou podia ter agradecido antes que ela saísse do hospital, até.

Quando ela viu que ele estava na porta do seu prédio, outras ideias passaram por sua cabecinha romântica, fazendo-a perder a noite pensando nisso. Mas ele estava abalado, afinal. Não devia ser nada.

Estralou as costas e quase chorou, grunhindo, e tentou achar alguém da equipe para procurar um remédio para ela.

"Aí está você!" Madelaine apareceu, toda sorridente, lhe dando um abraço. "Como você está? Passou o dia todo no hospital?"

"Sim, e será que você podia puxar meus braços para trás para ver se eu desentorto?" Ela pediu, com um biquinho, e Mads sorriu.

"Você não devia ter passado esse tempo todo em uma cadeira de hospital, dona Camila. Não acredito que o Kj deixou que você fizesse isso."

"E o Kj manda em alguma coisa, por algum acaso?"

Mads riu, voltando a encará-la de frente, e então passou a mão na barriga de Cami.

"Sete meses! Parece que foi ontem que descobrimos juntas..." Ela disse, e Cami gargalhou.

"Não vejo a hora do nono mês logo, porque tá tudo muito pesado." Ela disse, e Mads riu.

"A gente precisa fazer um chá de bebê para vocês!" Camila gargalhou, encarando a amiga.

"A gente não precisa de um chá de bebê, Mads..."

"Todo mundo precisa de um chá de bebê, nem que seja pela graça do evento. Vocês podem, sei lá, pedir para doarem dinheiro para instituições de caridade." Ela disse, e viu os olhos de Camila brilharem.

"Eu amei a ideia!" Ela deu um pulinho, empolgada.

"Vou começar a organizar para você. Será que a Lili me ajuda?"

"É óbvio que ela vai querer ajudar..."

Kj estava feliz, mesmo depois de um dia tão absurdamente longo. O cansaço físico não tinha o abalado, e sabia muito bem o motivo.

Era estranho pensar que tinha decidido correr atrás de alguém, quando nunca tinha feito isso em vinte e seis anos.

Eles eram companheiros de cena, tiveram um namoro do qual ele sentia mais falta a cada dia - admitir a si mesmo era o primeiro passo -, eram amigos, tinham um contrato e tinham um bebê.

Era estranho pensar assim, mas sentia-se ridiculamente apegado a uma criança que nem tinha nascido e nem era sua, não de sangue. Mas gostava dela, e também sentia sua falta.

Depois de uma longa ducha e da comida japonesa que havia pedido pelo telefone, pegou-se pensando em todos os acontecimentos dos últimos meses, desde que inventaram essa história toda. Lembrou até de quando o pai de Camila falou que eles deviam se casar.

Não sabia se era a exaustão que estava fazendo-o pensar nisso tão tranquilamente, sem tentar lutar contra, ou se realmente algo tinha mudado em sua cabeça.

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