Capítulo 31

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Eve Zabat Castellanos Constantini

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Eve Zabat Castellanos Constantini.

Esse passou a ser o meu nome há duas semanas. Eu não consigo compreender como Frank, meu marido, conseguiu tudo rapidamente, acho que por ser policial e bastante conhecido facilitou os trâmites.

As vezes me pego pensando e me questiono se não apressamos as coisas, se o que sentimos um pelo outro é realmente real a ponto sermos cônjuges. Me pergunto se é possível você se apaixonar tão rapidamente a ponto de dormir, acordar e a pessoa ser e continuar sendo o único motivo do seu pensamento.

Eu estou com medo, não nego, medo de que Frank se dê conta de que não gosta de mim. Casamento é algo sagrado para mim, é onde duas pessoas que se amam e tem certeza de que querem passar o resto de seus dias juntos em todos os momentos, bom ou ruim, decidem se unirem em um uma união e quer que seja eterno.

Suspiro.

Ainda estão frescas as imagens do meu vestido rodado e lindo, os cabelos soltos e o sorriso genuíno e verdadeiro que portava em meus lábios. Quando avistei Frank de terno assim que desci a escada, meu rosto esquenta ao me recordar, arrepios tomaram todo o meu corpo, uma quentura que eu já conhecia se alojou ali, na parte inferior do meu corpo, e, quando me dei conta de que em poucos minutos seria sua mulher a situação só fez piorar.

Me assusto quando o seu braço  aperta minha cintura me colando mais a ele involuntariamente. É madrugada e eu não consigo dormir, me encontro agoniada e com uma sensação horrível... Penso em Ludmila e o coração se comprime, as lágrimas saem sem que eu tenha controle, eu tenho medo, muito medo do que meu pai é capaz.

Penso em me entregar e acabar de vez com isso, mas por outro lado está em jogo a minha liberdade, a minha vida.

Já cansada de estar deitada, levanto devagarinho e com cuidado para não acordar Frank, que está bastante cansado devido a uma operação que durou cinco dias. Cinco dias esses que me envelheceram dez anos, nunca fiquei tão preocupada e temerosa em toda a minha vida, quando ele rompeu a porta eu não me contive, me joguei em seus braços, circulei a cintura com as minhas pernas e fiquei grudada a ele por longos minutos.

Lembro bem das suas palavras:

"Estou de volta pequena. Apenas não chore porque isso me dilacera. Vamos para a banheira..."

Naquele dia a carência me dominou e eu dormi grudada a ele dentro da água.

Desço as escadas vagarosamente, acendo a luz e vou em direção a cozinha. Dou a volta na ilha. Na geladeira, pego a caixa de leite, abro o armário pescando de dentro uma caneca. Talvez leite quente me ajude a dormir.

Após preparar sento em uma das banquetas, com a caneca em mãos, e olho nada sentindo a quentura em minhas mãos.

É complicado. Eu desejo que ninguém passe por isso sinceramente. Já faz pouco mais de um mês que estou aqui e só pude sentir o vento quando fui para a casa de dona Florence. Eu não sei o que é ver o nascer do sol, as pessoas passeando com seus animais, eu vivo trancada dia e noite para não ser vista, isso dói muito, é como se eu tivesse saído de uma prisão para outra.

Um Segundo Para Se Apaixonar © [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora