Já se fazia um tempo que eu estava sentado em um sofá localizado na sala perto da escada, com os meus braços cruzados e uma cara emburrada, meu olhar vago atravessava a parede de vidro do cômodo que dava visão às folhagens verdes das árvores da floresta.
Antes do agora Ackerman sumir por detrás da parede cinza que escondia a escadaria daquela bela casa, tivemos uma conversa demasiada séria, essa que se tratava sobre como eu deveria tratar Jimin, meu suposto noivo, quando o visse.
Obviamente que eu já tinha uma ideia de que devesse ser delicado em escolher o dizer a ele. Afinal, não sou tão idiota ao ponto de falar coisas do tipo: “Quem é você?”, “Nunca te vi”, “Nos conhecemos? Porque eu não me lembro de você”.
Eu sei que sou meio tapado às vezes, mas eu tenho o mínimo de consciência e conhecimento sobre o que a frase “As palavras doem” significa, okay?
Não é como se eu fosse um insensível, pelo contrário sou bem coração mole – tanto que já me fudi muito devido a isso, mas relevemos. O fato aqui é, sim, eu tenho a consciência de que deve ser difícil para esse tal Jimin descobrir que seu noivo, depois de seis meses desacordado devido a um acidente em que ele é quem deveria ser a vítima, despertou e agora não tem lembrança alguma sobre si.
Eu tenho a noção que isso deve doer. A morena de mais cedo, Mikasa, disse que iria conversar com o tal Jimin. Ela também tinha noção disso, e eu tenho a plena certeza que ela contaria com todo o cuidado do mundo, afinal, ela é irmã dele.
Eu vou fazer a mesma coisa que ela fez; irei usar todo o cuidado possível quando eu me encontrar cara a cara com Jimin, meu suposto noivo.
Eu sei que o mínimo a se fazer nesse momento é sorrir e aceitar alguns contatos com o mesmo. Tenho a certeza de que ele vai querer pelo menos me abraçar depois de tudo. O mínimo que eu posso fazer é retribuir, não?
Em meio aos meus devaneios sobre como eu deveria agir perto de Jimin, escuto passos descendo as escadas. Fico tenso.
É agora.
A primeira pessoa a surgir por detrás da parede cinza é Levi, logo atrás a morena, ela tinha uma expressão menos assustadora, estava apreensiva, parecia que tinha em mãos alguma relíquia de porcelana feita pelas mãos de um grande sábio que viveu milênios para poder aperfeiçoar tal relíquia, e é como se com apenas um deslize, ela poderia se partir em mil e um pedaços.
Levi foi rápido, já estava perto de mim. A morena estava aguardando em frente à escada escondida pela parede, ela deveria estar olhando para a pessoa dona dos passos leves, que ainda descia a escada.
“Retribua.” Levi sussurrou para só eu ouvir. Confesso que não entendi direito. Uma expressão confusa se instalou em minha face.
Quando ia perguntar, ele moveu a cabeça, como se estivesse indicando algo, olhei em direção à escada, e vi ali a visão mais bela da minha vida; perto da morena de olhos verdes, havia uma espécie de anjo; ele era menor que ela, também usava uma calça preta jeans, essas marcavam suas coxas grossas; na parte de cima, uma blusa cacharrel de lã da cor preta; os seus cabelos eram loiros, cobertos por um gorro de lã da cor de um vinho tão escuro que pode ser facilmente confundido com o preto, sua franja loura parecia brilhar mais do que sua pele branca de tão hidratada, e estava bem arrumada; caía em sua testa, sendo dividida em duas partes muito bem penteadas; suas orbes eram de um castanho escuro, mas, quando se encontraram com as minhas, ganharam um brilho inexplicável, ficando claras em um tom mel; seus olhos eram pequenos e delineados de um jeito formoso; seu nariz era pequeno e estava vermelho — não sei dizer se é devido ao frio ou se é por causa de um possível choro —; no cano de seu nariz, a armação de um óculos quadrado — esse que lhe caía muito bem; os lábios pareciam hidratados com algo, pois tinham um certo brilho e estavam caramelizados, também estavam partidos em surpresa, deixando uma pequena visão de seus dentes brancos exposta; as suas bochechas, assim como seus lábios e coxas, também tinham muita carne. Ele era.. Perfeito. Toda a beleza alheia me deixou atônito. Eu devo estar em um sonho..
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Mente Perturbada ✿ Jikook
Hayran KurguApós seis meses desde um acidente em que se envolvera, Jeon JungKook desperta de seu coma. Ele se depara com uma casa desconhecida, porém familiar. Disposto a achar respostas, ele explora a casa onde acordou, acabando por encontrar uma mulher, esta...