🌿Capítulo Dez🌿

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Faz dois meses que tomei a decisão de me afastar de Marceline, disse que estaria caso precisasse, mas ela não fala se quer um 'a paz do Senhor', 'bom dia', 'oi Nícolas' comigo, então preferi a deixar em seu canto, apesar de sempre a observar de longe, mas ela não é do tipo que deixa perceptível a sua dor ou dificuldade para os que estão distantes, então não tive êxito em saber se ela estava precisando de ajuda.

Sinto falta de tê-la por perto, mas tenho medo que haja algo maior entre nós, mesmo que Luíse e Jhenifer tente me convencer de que já há um sentimento, não acho que haja, até porque eu saberia, certo?

Hoje é sexta-feira e nunca vi uma sexta tão bela quanto essa — já que minha folga é hoje — vim passar o dia na casa de meus pais, pena que quando cheguei meu pai já havia saído, Cat e Vih também estão aqui.
Cat está almoçando sentada de frente para mim enquanto faço companhia a minha mãe e a Vih que preparam uma nova receita doce que aprenderam.

— Como anda a vida Nico? — questiona Vih

— Minha vida tem pernas? Nossa, não sabia — digo divertido limpando a boca da pequena

— Que engraçado Nícolas — revira os olhos enquanto minha mãe e Cat dão risada

— Só um pouquinho — rio — Anda bem, não tenho do que reclamar

— E Marceline, Nico, como ela está? — pergunta a mais velha se virando para me encarar

— Acho que bem, não sei — dou de ombros terminando de limpar a boca de Cat

— Não tem falo com ela? — me encara mais ainda

— Não, não falo com Marceline a um bom tempo — digo por fim

— Por que isso agora? Vocês sempre foram tão próximos — Vih deixa a receita de lado para me encarar também

— Por que essas perguntas agora? — as encaro erguendo uma sobrancelha

— Acabou de almoçar Cat? — Vih questiona e a pequena assente — Então sobe, escova os seus dentes e vai ficar um pouquinho com a tia Lu lá em cima, ela está treinando uma coreografia nova — vejo a pequena levantar rapidamente e subir praticamente correndo

Encaro as duas mulheres a minha frente esperando por respostas, elas suspiram e sentam de frente para mim.

— Lembra de uma conversa que tivemos onde te disse que a situação dela e de sua família está bem complicada? — questiona a mais velha me fazendo assentir concordando — Está mais complicado ainda filho, e nós, Vih, seu pai, a mãe dela, eu, estamos preocupados com ela

— Nico, você se afastou dela de uma hora para a outra, estamos querendo entender o motivo desse afastamento repentino — diz Vitória com cautela — Poderia nos dizer?

— Até posso — coço a minha nuca — Querem mesmo saber? — ela assentem rapidamente — Me afastei dela por medo

— Medo? Medo de que meu filho? — pergunta a mais velha com um olhar e expressão de dúvida

— Medo de acabar... Acabar me apaixonando por ela — digo desviando os olhos dos dela

— Nico, qual o problema se isso acontecer? É a gravidez dela? — ergue uma sobrancelha

— Não... Quer dizer, em partes

— Não esperava ouvir isso de você Nico — diz Vih mostrando estar super decepcionada

— Não é o que está pensando, o meu medo é não ser o suficiente — digo as vendo me encarar não entendendo — Não sei se tenho o que ela precisa para se sentir bem nessa fase, entendem?

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