Ao Seu Lado

🌿Capítulo Quinze🌿

🌿Marceline P.V.O🌿

A semana passada tive uma grande surpresa, a qual não esperava, Nícolas se declarou para mim!
Lembro de no momento não saber nem o que dizer, só tentava responder a seguinte pergunta 'o que ele enxergou em mim?'
Minha mãe já havia conversado comigo sobre isso, dizendo que estávamos muito próximos e que isso poderia gerar em uma paixão, mal sabendo ela que em mim já havia acontecido, só não esperava que nele também.

Apesar de o sentimento ser recíproco eu não poderia o dizer sim, não posso o privar de ter um relacionamento normal, não sou a mesma Marceline, agora tenho uma vida totalmente diferente, minha rotina mudou, tenho que me dedicar ao meu filho, o que me leva uma boa parte do meu tempo livre, carrego um filho que nem é dele.
Nícolas é um jovem exemplar que provavelmente não cometeria o mesmo erro que eu cometi em um relacionamento, ele merece uma pessoa melhor do que eu.

Mas foi tão difícil dizer isso a ele, e o mais difícil é saber que sentimos o mesmo um pelo outro e ter que agir de forma como se não houvesse nenhum sentimento em mim, eu não consegui pronunciar um 'eu não te amo' mas fiz o máximo para que ele entendesse isso. Tentei continuar a mesma, com a mesma amizade, me manter por perto, só que cada minuto que passo ao seu lado o sentimento intensifica cada vez mais. Então tudo o que podia fazer era me afastar, me afastar para esse sentimento não crescer ou quem sabe até sumir, para que ele não fique preso a mim e consiga enxergar outras garotas para poder seguir em frente.

Mas a verdade é que quando se ama de verdade, é difícil de se esquecer, é difícil de você o enxergar com outra pessoa que não seja você.
Me senti tão mal quando vi que ele e Suzana estavam tão próximos sem ao menos se conhecerem direito, é como se rolasse uma ligação entre dois que todo o momento em que estão juntos parecem mais felizes, mas havia de me conformar, ele ficaria melhor com ela do que comigo. Para que ele não relembrasse do "antigo amor" fiquei mais distante dele e deixei que ele e Suzana se aproximassem, apesar de doer tanto em mim.

Só que sinto falta dele, sinto saudade de nossas conversas, de sentir o seu abraço, o seu cheiro, de ver o seu sorriso todas as vezes que me via, gostaria de ter ao menos uma última chance de aproveitar tudo isso. Foi quando aceitei o que meu pai vem insistindo desde que nos reaproximamos, uma festa de aniversário, seria uma boa desculpa para ter ao menos uma chance de aproveitar um momento feliz ao seu lado, organizei tudo com minha mãe em apenas uma semana.
Fui até o seu apartamento no horário que ele costumava chegar do trabalho para lhe entregar o convite pessoalmente, só que o dia estava chuvoso e muito frio e ele já estava mais de trinta minutos atrasado, e meu pai já estava vindo me buscar, então deixei com o porteiro e voltei para casa, no culto a noite eu falaria com ele.

Fui muito contente confirmar a sua presença, mas ele me tratou de uma forma tão fria, nunca o vi tratar ninguém assim — deve ter realmente me esquecido — tentei não transparecer a minha tristeza e sai de lá o mais rápido que pude com lágrimas em meus olhos.

Agora estou aqui, terminando de me arrumar para ir a chárcara onde está acontecendo a minha festa de vinte anos, torcendo para que ele esteja presente.

— Celine, você está pronta minha filha? — vejo a silhueta de minha mãe pelo reflexo do espelho me fazendo virar para olha-la — Você está... Chorando? — toca em meus rosto enxugando algumas lágrimas que nem me dei conta que estavam rolando — Ei meu amor, o que houve? — me abraça

— Eu não sei mãe, já que o queria está acontecendo — desabo em lágrimas a fazendo me apertar mais em seus braços

— Calma, ok? — enxuga as lágrimas em meu rosto me fazendo se sentar na cama juntamente com ela — Me conta o que está acontecendo