🌿Capítulo Vinte🌿

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Estaria mentindo se dissesse que naquele momento não senti tanto ciúmes da aproximação que os dois estavam e uma grande raiva por ele aparecer sem mais nem menos.

Encarei a cena em silêncio e demorou um pouco até que percebessem a minha presença.

— Nick — Marceline falou me encarando com os olhos arregalados fazendo Pedro se virar para me olhar

— Nícolas — Pedro se levanta com um sorriso boçal me cumprimentando — Quanto tempo

— Verdade — solto a minha mão da sua ainda sério — Marceline — chamo a sua atenção — O que ele está fazendo aqui?

— Ah...

— Será que não está óbvio, Nick? — corta Marceline falando de forma debochada — Marceline teve um filho meu e eu como pai vim assumir a minha responsabilidade

— Como pai? Você não é pai do Bernado desde que mandou que o abortasse, que pai é esse que manda matar o próprio filho?! — digo respirando fundo para não perder a paciência com ele

— Vai me julgar por um erro agora? Eu errei e vim consertar esse erro

— Muito tarde, não acha?

— Chega vocês dois! — Marceline eleva a voz nos fazendo calar a boca — Pedro, deixa eu conversar a sós com Nícolas, por favor

— Tudo bem, vou ver o nosso filho — deixa um beijo na testa de Marceline e sai me encarando torto

— Como você pode permitir que ele veja o Bernado?

— Por um simples motivo, ele é o pai

— Pai Marceline? Em todo esse tempo ele nunca ligou para o Bê, sumiu durante meses e agora aparece como se nada estivesse acontecendo e você ainda permite! Onde ele esteve durante as suas noites perdida que você ligava para mim porquê estava sem sono? Ou quando você enjoava que não queria comer de nada? Quando seus desejos aparecia nas horas mais inapropriadas e eu tinha que rodar a cidade inteira só para achar do que você queria? Ou quando o seu humor mudava ou quando tinha crises de choros repentinos? Ele não estava presente, isso também é ser pai, e ele não foi!

— E você quer que eu faça o quê?

— Que não permita que ele volte assim, de uma hora pra outra

— Eu não posso, ele é o pai do Bernado, será que você entende o que estou dizendo? Não posso simplesmente dizer a ele que não assuma o seu filho, é até melhor, até porque Bernado iria crescer sem a presença de um pai — fala me fazendo a encarar com lágrimas nos olhos

— Claro, sem um pai... — faço o máximo de esforço para que as lágrimas não caiam — Ele é o motivo de você mudar assim, não é?

— É... Já sabia dessa volta e ela mexeu comigo, ele me mandou mensagem a dois dias atrás, mas achei que não apareceria até ontem de ontem, ele avisou que estaria vindo aqui para o Rio, por isso falei que precisava conversar com você

— Entendi... — assinto enxugando algumas lágrimas que caiam sem permissão — Então... Acho que não precisa mais de mim aqui — me viro para sair

— Nick, não é bem assim... Volta aqui! — me chama mas saio da sala indo até a saída do hospital

Chamo um táxi e sigo para o meu trabalho.

— Já aqui Nico? — Jhenifer aparece a minha frente — Achei que hoje pegaria pela tarde

— É, mas resolvi vim mais cedo...

— Por que está assim? Aconteceu alguma coisa? — me encara

— Não, está tudo bem

— Você não me engana Nico, o que houve?

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