🌿Capítulo Vinte e Um🌿

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Acordei no dia seguinte com o barulho estridente do despertador, me levantei contra gosto e fiz minha higiene matinal me aprontando para a EBD. Me alimentei rapidamente e segui para a igreja.

Hoje darei aula a classe dos adultos, ajeitei todo o material e me sentei aguardando os alunos chegar.
Logo avistei Marceline com Bernado no colo e Pedro ao seu lado carregando a bolsa de Bernado e dois livros que suponho que sejam Bíblias. Entraram lado a lado e logo as palavras de Suzana vieram a minha mente, os observei caminhar e se eu não os conhecesse e Marceline não fosse a minha namorada diria que eles eram uma família feliz.
Balancei a cabeça tentando me dispensar desse pensamento quando vi Marceline vindo em minha direção.

— Bom dia meu amor — sorrir deixando um beijo em minha testa

— Esse é o meu papel — rio tentando esconder a insatisfação de vê-la juntamente com Pedro, o ciúmes vem crescendo cada vez mais, tenho que me policiar a isso

— Mas veja, não posso beijar a testa de meu namorado?

— Claro — me levanto — Como está esse bebê? — observo Bernado em seu colo dormindo

— Bem, mas me tirou uma boa noite de sono, não quis sair de meu colo

— Essa é a vida das mães — rio

— Verdade, dei graças a Deus por Pedro dormir lá e me auxiliar durante a noite — fala fazendo meu sorriso sumir

— Ele dormiu em sua casa?

— Sim, mas foi em quarto diferente, fique tranquilo

— Não tem como ficar tranquilo Marceline, devo te lembrar que ele é seu ex namorado?

— E eu devo te lembrar que ele é pai do Bernado?

— Em que isso implica? Vocês não estão juntos, eu, sendo o seu namorado nunca dormi em sua casa e ele dorme?

— Não vamos discutir aqui, por favor — olha ao redor se certificando de que não chamamos a atenção de ninguém

— Ok, mas você errou

— Não errei coisa nenhuma, Nícolas, você nem ouviu os motivos ainda e já está me causando

Respiro fundo para manter a calma e quando ia a responder Pedro se aproxima de nós.

— Paz do Senhor, Nícolas

— Paz, Pedro

— Quer me dar ele? Acho que como já está dormindo não saberá em qual colo está — se volta para Marceline

— Ah, claro — o entrega e ele volta a se sentar com Bernado no colo

— Vai sentar com ele, tenho que dar início a minha aula — fico de costas para ela pegando a minha Bíblia e ligando o retroprojetor

Ouço a sua respiração funda e logo após os seus passos.

No decorrer da aula tentei a todo instante não olhar para os dois, mas estava sendo impossível, eles mal prestavam atenção na aula, a todo momento Pedro dizia algo em seus ouvido enquanto ela ria, respirei fundo várias vezes para não interferir.
Ela acabou indo embora sem falar comigo.

A noite no culto foi a apresentação de Bernado e mais uma vez vi os dois pousando como uma família feliz, foram várias fotos dos pais do ano com o seu filho.
Assim que o culto acabou sai da igreja e fui para casa.
Antes de dormir pensei em ligar para ela mas meu orgulho não deixou.
Acordei com uma ligação dela, pensei duas vezes antes de atender.

#Ligação_on

Nícolas- Alô

Marceline- Nick... Liguei pra gente se acertar — permaneço em silêncio e logo ela volta a falar — Vai ficar bravo comigo até quando?

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