Capítulo 9

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Lorenzzo

Eu senti um ódio fervendo dentro de mim, eu estava preparado para falar poucas e boas para aquela mulher, mas Ana me segurou.

— Por favor, presta atenção em mim, sei que ela não merece ver a Isabella depois de ter trocado ela por um homem rico qualquer, mas mantenha a calma, pense em nela, em mim e nosso bebê, pode apostar que estou com vontade de dar uns bons tapas nela, mas a minha vontade maior é ver o sorriso da pequena.

— Você tem razão—concordei mais calmo, o toque dela tinha esse poder sobre mim.

Entrei no quarto com a Ana segurando minha mão, só de pensar que ela estava do meu lado era um grande conforto.

— Bom dia, Isa!—falei assim que ela sorriu pra mim, ela tirou os olhos de Karina e se concentrou só em mim.

— Bom dia, tio Lorenzzo —disse ela, com sua voz fofa.

— Lembra da amiga que eu falei que iria trazer para cá? Olha ela aqui, Isabella esta é Ana Flávia, e Flavinha essa é a Isa.

— Olá... Ele tinha me falado como você era linda, mas não imaginava que fosse tanto assim. —Ela se aproximou da minha filha e deu um beijo em sua testa. — Eu trouxe alguns presentes para você.

— Tio... A mulher que você ama é linda.

Lá estava ela revelando meus segredos...Eu tinha mesmo confessado que amava a Ana Flávia, em um daqueles dias que passei com ela.

— Realmente ela é linda, assim como você. —Acariciei seu braço.

Nesse instante eu ouvi a Karina limpar a garganta.

— O momento está lindo, mas eu não quero que essa garota esteja no quarto da minha filha —disse ela, apontando para Ana Flávia.

— Você não é mais mãe dela, não decide quem deve entrar e sair deste quarto, a Ana vai ficar... Se tem uma pessoa que merece sair daqui, é você.

— Eu sou mãe dela sim, a Isabella saiu de mim e eu não quero que ela fique.

— Ela vai ficar... —Aproximei-me dela.—Você nunca ajudou-a com nada, fugiu e deixou a menina com a sua mãe. Eu, nesses anos todos, mesmo não sabendo que ela era minha filha, sempre ajudei a Isabella.

— Vamos combinar Lorenzzo, você tem uma situação financeira bem melhor que a minha, eu tive que ralar muito para ter essas roupas de luxo, você acha que foi fácil ficar anos com o velho que fiquei? Não foi, eu sentia nojo, mas eu sabia que era para um bem maior.

— Você não vale nada...—Ana Flávia interveio.—Como tem coragem de dizer essas coisas na frente de uma criança?

— Você menos ainda, não aguentou ver o amigo do seu irmão, e já quis logo dar o golpe da barriga? Aliás, acha que não sei que ele te "comia" quando a gente ainda namorava...Você nunca desgrudava, parecia um carrapatinho...

— Olha aqui! —Tive que tomar a frente antes que Ana Flávia ficasse mais alterada.— Escute bem, você não pode chegar e falar tudo isso a mulher que eu amo na minha frente, eu não vou aceitar. Essa criança que ela está esperando é minha sim, e eu já amo mais que tudo, assim como amo Isabella. —Fiquei bem perto dela.—Escute bem, para depois não falar que eu não avisei, eu vou contratar um dos melhores advogados para que você nunca mais chegue perto, a sua mãe vai poder vê-la quando quiser, mas para mim, você nunca foi e nem será mãe para minha filha.

— Vovó, ele é meu papai? —Ouvi a Isabella perguntando.

Dona Maria olhou para mim e depois para a Karina que acabava de ficar vermelha.

Uma escolha do destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora