Capítulo 10

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Ana Flávia

2 meses depois...

Nem mesmo com muita imaginação, eu seria capaz de prever que a vida me colocaria naquele caminho. Esperando um bebê do Lorenzzo, superando o luto da perda de Michel e prestes a me tornar empresária, sócia em um Buffet infantil.

Claro, a parte principal do meu ceticismo vem agora...Eu, Ana Flávia Ferraz estar conseguindo fugir das investidas do dono dos olhos verdes mais bonitos que eu já vi.

Não posso negar que vê-lo no papel de pai protetor e preocupado acabou por dar a ele uma camada extra de charme. Além disso, a forma como ele peitou a Karina, colocando-a em seu devido lugar, fez com que eu o visse com outros olhos.

Sua versão madura era mesmo muito interessante, mesmo assim eu não me sentia pronta para dar um passo além de onde eu já pisava. No fim, ter sua amizade era muito melhor do que quando tentávamos ter um relacionamento amoroso.

Em meses, não tivemos uma discussão sequer...Bem, na verdade até tivemos, mas foi por conta dos possíveis nomes do nosso filho.

Se fosse menina eu queria Beatriz, já ele queria Brenda. Nada contra o nome Brenda, eu até acho bonito, mas não para uma filha minha. Foi só, paramos por aí e nem chegamos às opções masculinas, no fundo eu tinha um sexto sentido que gritava que meu bebê seria uma menina.

—Do que está rindo? —perguntou ele, enquanto seguíamos até a festa de inauguração Anne&Ana.

—Sabe aquela coisa de passar de consumidor para fornecedor? Então...Acho que você vai pagar todos os seus pecados com sua filha...Ou filhas...

Ele reduziu a velocidade do carro a fim de esperar o sinal ficar vermelho, então, depois de batucar os polegares pelo volante, ele olhou para mim.

—Não tem graça, sabia? —seu tom era puro mau-humor.

—Ah...Mas tem...Brincou com as mulheres, se divertiu o quanto pode e em alguns anos terá que aturar um moleque de calças largas, com metade da cueca aparecendo e usando um boné torto cabeça, te chamar de tio enquanto sua filha senta no banco da moto dele.

—Moto? Ficou maluca? Nem a Isabella e nem o nosso bebê chegarão perto de uma moto — ele juntou as sobrancelhas. — E isso vale para ambos, seja menino ou menina.

Eu tinha mesmo conseguido irritá-lo, o Lorenzzo soltava fumaça pela boca, por isso, achei melhor parar por ali.

—Tudo bem, senhor durão...Não está mais aqui quem falou... —Ergui as mãos em rendição e aproveitei para soltar o cinto de segurança. Aquela coisa andava me incomodando demais. — Olha...Coloque a mão aqui Lorenzzo...O bebê está chutando.

Ele arregalou os olhos e me obedeceu imediatamente. Com os olhos nos meus e um sorriso bobo no rosto, ele sentia as ondulações que nosso filho causava.

—Nossa...Eu nunca vou deixar de achar isso incrível... —murmurou com a voz embriagada.

— É mágico, não é? Parece que ele participa na nossa conversa e dá um jeito de demonstrar que concorda comigo...

Ele fungou antes de revirar os olhos.

—Ai, Ana Flávia...Você é mesmo uma pessoa impossível. —curvou-se depositou um beijo onde antes estava sua mão.

Que belo sortudo era meu irmão...Além de linda, inteligente e excelente mãe, a Anne era mesmo uma profissional fora dos padrões. Aquela casa, que há tantos anos pertenceu à nossa família, nunca antes esteve tão bonita como naquele momento.

Logo no portão da entrada, as grades foram coloridas em tons de amarelo, rosa, azul e verde. Em frente a ele, um carrinho de algodão doce e outro de pipoca mantinham uma fila de crianças e também de adultos, entre eles meu irmão e meus sobrinhos.

Uma escolha do destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora