Epílogo

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Dois anos depois...

Hoje a Anne e eu temos uma festa muito importante para organizar...Vamos comemorar o aniversário da Isabella. Não o de seu nascimento, mas sim do seu renascimento.

Seu corpo reagiu bem ao transplante e os últimos exames não acusaram nenhuma célula cancerígena, por isso nossa felicidade.

Só que na noite passada, enquanto decorávamos o salão com unicórnios, os preferidos da Bia, a Anne quase desmaiou e isso acabou me assustando demais. Ela disse que estava cansada e, de fato, estamos trabalhando muito.

Nosso Buffet é um sucesso, referência na cidade e nossos horários são bastante concorridos.

Combinei com ela de irmos ao hospital de emergências antes de voltarmos para o salão, ela relutou, mas acabou concordando porque o meu poder de persuasão é incontestável.

—Eu já disse que estou bem, mas se isso vai deixar minha cunhada mais tranquila... —diz, enquanto retira sua senha.

É sábado e ainda não são oito da manhã, a sala de espera da emergência está vazia e não leva nem quinze minutos para ela ser atendida.

Anne pede que eu entre junto no consultório da médica, uma jovem loira muito simpática. Depois que ela relata como vem se sentindo, noto que a doutora Marcelle ergue uma das sobrancelhas por mais de uma vez.

—Anne, existe a possibilidade de você estar grávida? —ela pergunta enquanto afere a pressão da minha cunhada.

Ela me encara como se eu tivesse aquela resposta.

—Pelo amor de Nossa Senhora da Barriga! Quando foi a última vez que você menstruou?

Anne coça a testa e se volta para a médica que parece ansiosa por sua resposta.

—Mês passado...Eu tive um ciclo curto, mas...Gente! Eu não estou grávida.

—Eu vou pedir para que preparem a sala de ultrassonografia...Vamos tirar essa dúvida já. —Ela se levanta vai até a sua mesa, faz uma rápida ligação e em minutos somos encaminhadas para uma sala no andar de baixo de onde estávamos.

Enquanto eu faço piadas a Anne parece mesmo preocupada. Outra vez ela insiste por minha companhia e a médica não se opõe.

Deitada sobre a cama, Anne tem sua barriga examinada, eu não tiro os olhos do monitor do aparelho de ultrassom e, mesmo não senso especialista, eu entendo bem sobre as imagens que vejo.

—Doutora...Não me diga que são dois? —levanto-me da cadeira e vou para o lado da Anne,

—Pois é...Garota esperta... — a médica brinca comigo. —Parabéns, mamãe...Você está grávida há nove semanas e são gêmeos.

Lágrimas, comemoração e só depois a ficha cai.

—Mas doutora...Eu juro que menstruei... Como isso pode acontecer?

—Na verdade você teve um escape, algo muito comum para gestações de gêmeos.

—Anne do céu...O Dante vai pirar! Ele sempre quis ter uma família grande e agora está aí...Dois filhos de uma só vez.

—Dois...? De uma só vez? —esta frase é repetida pela Anne por todo o trajeto até o nosso salão.

Arco-íris feitos de balões, grandes unicórnios feitos de isopor e muito glitter. Assim é a festa da Isabella e eu não vejo a hora de vê-la colocando os olhos sobre tudo o que ela mais gosta.

Os convidados já chegaram e eu só estou esperando que Lorenzzo chegue com nossas duas meninas.

—Eles vêm aí... —Anne para ao meu lado.

Uma escolha do destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora