6 - Um gesto de carinho.
Assim que o sol nasceu no céu, todos no palácio esperavam a minha aparição no grande salão. Todos esperavam a prova que mostrasse que Isabella era pura e sem máculas. Assim que apareci na grande escadaria do palácio meu pai, e seus três homem de confiança estavam à espera. Joguei em direção a eles o lençol sujo de sangue, meu pai me olhou com seu melhor sorriso.
_ Billy, caro amigo, avise a todo o reino que príncipe Edward já tem uma nova esposa. _meu pai deu sua ordem.
Billy saiu antes mesmo de me dar parabéns, como se eu os desejasse, se meu pai soubesse que minha noite foi um fracasso total... a cada lembrança da noite passada eu ficava em fúria por dentro.
_ Emmett mande selar meu cavalo. _disse e meu pai me olhou surpreso_ Vamos caçar. Você e eu.
Emmett nada disse, apenas saiu para fazer o que mandei, meu pai me olhou sério e já sabia o que viria.
_ Vai deixar sua esposa sozinha em seu primeiro dia casados? _ele perguntou.
_ Meu pai, a pequena Isabella adora ficar sozinha. _disse com toda ironia possível _ Verá que ela nem sentirá minha falta.
Saí antes que meu pai dissesse ou perguntasse algo, não saberia como esconder dele a verdade da noite passada, mas também não tinha mais como voltar atrás. Emmett já me esperava com os cavalos, ele me entregou o meu e saímos o mais rápido possível do castelo.
_ Parece aborrecido, senhor. _Emmett comentou.
_ Ela me recusou. _disse sabendo que em Emmett eu podia confiar cegamente, ele não era só o meu braço direito, era um grande amigo_ Ela me implorou para não tocá-la, disse que seria a morte para ela estar em meus braços.
_ Mas e o lençol sujo? _Emmett perguntou.
_ Era o meu sangue. _disse olhando para a floresta_ Você não entenderá, caro amigo. Ela me enfrenta como nenhuma mulher fez, diz palavras que me perturbam até quando estou dormindo, minha vontade é mandar matá-la, mas ao mesmo tempo em que ela me enche de ira, me atrai ainda mais para ela.
_ Está encantado por sua Bella, _Emmett comentou_ ou talvez goste dela alteza.
_ Duvido muito. _disse _ Não a conheço também, ela me intriga, sempre tão calada e quando abre sua boca diz palavras ofensivas, ela muito mais me intriga do que me encanta. Acho que é pelo fato de ser tão petulante.
Emmett sorriu e desceu do cavalo com seu arco empunhado na mão.
_ Ou talvez seja apenas um capricho seu, meu príncipe. _ele disse lançando sua flecha na direção do cervo_ Afinal você faria de tudo e um pouco mais para não se casar com a princesa Volturi.
Sorri das palavras dele, outro príncipe o teria condenado à morte por dizer tais coisas, mas Emmett sabia que poderia dizer isso a mim, jamais me ofenderia com sua palavras.
_ Talvez. _disse saindo do cavalo.
Eu e Emmett andávamos pela floresta em busca de animais para caçar, quando algo fugiu do nosso controle, não soubemos dizer de onde veio o ataque, só sei que fui atingido por uma flecha no braço e outra na perna, a dor era grande, Emmett conseguiu me tirar de lá a tempo e me ajudou a montar no cavalo. Assim que ultrapassamos os portões do reino, o alarme foi dado.
_ Edward ! _minha mãe disse invadindo meu quarto_ Você está ferido meu filho, como deixaram isso acontecer?
_ Rainha, foi um ataque surpresa, não sabíamos que seríamos atacados. _Emmett disse.
_ Minha rainha, fique calma. _meu pai disse_ já mandei soldados para floresta e o médico está a caminho.
_ Onde está a sua esposa, que não está aqui? _minha mãe perguntou olhando por todo o quarto_ E por que está nesse quarto? Esse quarto não é seu meu filho, não mais.
_ Não quero preocupar minha esposa. _disse gemendo logo depois de dor_ Ela ainda não está acostumada com isso tudo minha mãe.
_ Ela é sua esposa. _ele disse_ Tem por obrigação estar aqui.
A porta foi aberta e por ela Isabella passou com uma bacia cheia de água e, pela fumaça que saía, era água quente, e alguns panos limpos.
_ Desculpe a demora meu príncipe, _ela disse colocando a bacia ao lado da minha cama_ a água demorou a ferver.
Todos ficaram a olhar para ela, Isabella molhou um dos panos na água morna e veio para meu lado limpando a ferida em minha perna.
_ Menina! Deixe isso. _meu pai disse_ O médico do reino já está a caminho.
Isabella ignorou as palavras do meu pai e continuou com o que fazia, a porta mais uma vez foi aberta e uma das criadas, que fora mandada para ser de Isabella, entrou com algumas ervas na mão e uma caneca com algo.
_ Está vendo essa flecha, alteza? _ela disse apontando para a flecha que ainda estava em meu braço.
_ O que tem a flecha menina? _meu pai disse sem muito entender, assim como os outros que ali estavam.
_ São flechas de nômades, _ela disse_ cada cor de pena quer dizer um tipo de veneno, o príncipe teve sorte desse veneno não o matar mas pode paralisá-lo.
Minha mãe gritou e desmaiou logo em seguida, foi aparada por Emmett que a segurou antes que caísse no chão. Meu pai veio mais para perto dela segurando seu braço.
_ Como pode saber tanto sobre isso? Por acaso é nômade?
_ Claro que não alteza. _ela disse puxando seu braço_ Mas o barão já teve escravos nômades, uma delas me explicou como isso era feito, cada veneno tem um efeito: nas flechas de penas vermelhas o veneno é mortal, esse aqui apenas paralisa.
Isabella pegou a caneca que sua criada havia deixado junto com as ervas e me deu.
_ Beba tudo príncipe. _ela disse e me ajudou a beber tudo_ Esse chá cortará o efeito do veneno. Agora deixe-me cuidar do seu ferimento, irei puxar essa flecha do seu braço, irá doer alteza.
Antes mesmo de minha boca pronunciar alguma coisa, Isabella puxou a flecha do meu braço me fazendo gritar de dor. Ela limpou o ferimento e cuidou de cada machucado que havia em meu corpo, suas mãos pareciam plumas de tão leves que eram ao tocar meu corpo, sim mesmo sendo petulante algumas vezes, e em outras tendo umas atitudes frias, ela se importava comigo.
Quando o médico chegou me deu algumas recomendações, como ficar deitado pelo menos uma semana e não fazer esforço devido ao machucado do braço. Ele disse que minha esposa era uma mulher sábia pois havia me dado a erva certa para impedir o veneno de se espalhar pelo meu corpo, depois saiu e foi falar com meu pai.
_ Ficará aqui comigo? _perguntei sentindo minha mente fica pesada, assim como meus olhos.
_ Claro alteza. _ela disse passando um pano na minha testa, limpando o suor_ Para onde mais eu iria.
Queria poder responder a sua pergunta mas minha mente já estava escura, assim como meus olhos, meu corpo todo doía e ao mesmo tempo estava dormente, e com a certeza de que ela ficaria aqui, cuidando de mim, foi que deixei minha mente escurecer de vez.
Ela podia ser fria como gelo, petulante como muito dos meus inimigos, mas ainda assim, com todos os seus defeitos, que aos meus olhos eram muitos, ela se importava nem que seja só um pouco comigo e era isso que me deixava um pouco mais calmo ao seu respeito.
Continua...
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O Príncipe e a Plebeia
FanficComo alguém poderia amar uma pessoa que nunca viu? E como esse alguém ainda poderia jurar amor a tal criatura? Nascer com privilégios requer muita sabedoria, ainda mais quando você é príncipe e seu pai, o rei mais poderoso de todos os reinos. Eu sem...