Anoitecer • Jensoo

•Capítulo III•

"A morte seria muito bem-vinda agora."
Jennie

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     Jisoo estende sua mão para cima e golpeia o rosto da Jennie fazendo ela virar a cabeça para o lado esquerdo.

     – Não trata alguém desse jeito, muito menos alguém como eu. Eu posso tirar sua vida, Jennie. Nunca se esqueça disso. Se quiser viver... Atenda aos meus comandos. - Jisoo não quer mais nada com Jennie, ela já tinha apagado os pais dela do mapa, ela não ia querer piorar mais ainda a situação da jovem, mesmo que quisesse muito.

     – Não pensa que irei te pedir perdão. Você já fez muita coisa imperdoável na minha vida. – Jennie negava em olhar no rosto de Jisoo, mas uma hora teria que mirar seus olhos nos dela.

     – Seus pais não eram estrangeiros, muito menos conhecia eles. Mas isso não importa agora, estão mortos e não tem mais como voltar atrás. Eram apenas plebeus e você também é um. Uma coisa que não tem importância. - Jisoo, após jogar as palavras rígidas na cara da garota, voltou para a área de treinamento dos soldados.

     Jennie, depois de limpar o jardim com os outros empregados, voltou para o palácio. A jovem estava incomodada, podia sentia o olhar da governadora à observando.

Droga, por quanto tempo vou ter que aturar esse pesadelo? Pensou Jennie.

     O dia se foi e a lua agora, estava iluminando a noite. Jennie estava andando pelos corredores com um balde de água em sua mão, onde ia levar até o estábulo para os cavalos se satisfazer da sede.

     A garota não tem sorte nem no presente, nem no passado, e muito menos no futuro, pois à governadora andava por aqueles corredores. Realmente o destino não separava elas, talvez porque as duas só encontrariam a verdadeira paz, se tiverem perto uma da outra.

     Uma hora gentil, uma hora violenta. Jisoo no momento, colocou seu pé no meio do caminho de Jennie, quando a mesma caiu no chão com tudo derramando o balde junto com a água.

     – Desajeitada. – Jisoo riu fraco da moça se levantando do chão.

     – Por que não me deixa em paz?! Por que?! – Jennie começou a bater na governadora com seus próprios punhos, quando foi parada por Jisoo a olhando em seus olhos.

     – Porque o destino quer te ver sofrer em minha mãos, por que acha que ele ainda não te separou de mim? – Jisoo apertava o queixo de Jennie, que a soltou bruscamente logo em seguida.

     – A morte ainda vai vir até mim! Ela irá me livrar de você. – Jennie pegou seu balde e voltou para a cozinha.

     Jisoo via muito mais na garota do que uma simples serva plebéia. Jisoo admirava a audácia que Jennie tinha de enfrentar a morte, a governadora, a quem deveria temer, mas ela estava ciente que não podia ter piedade de nada e de ninguém.

     Após Jennie entrar na cozinha e fechar a porta, colocou o balde na pia e ligou a torneira para enche-lo de água novamente. A jovem saiu da sua concentração e teve Jisoo em mente, ela não queria pensar nela, a odiava, tentava várias maneiras de não se encontrar com a governadora, mas por que ela se sentia cada vez mais empurrada em direção aquela mulher?

     – Jennie? – Jennie se virou e viu a melhor amiga de pé atrás de si coçando seus olhos. – O que está fazendo a essa hora?

     – Vou levar água para o estábulo. – Lisa inclinou a cabeça para o lado vendo o balde completamente cheio, que até a água ficava derramando pelas laterais.

     – Mas você está derramando a água. – Jennie olhou para o balde e fechou a torneira rapidamente.

     – Desculpa... É que Jisoo não para de me perseguir e está me causando medo. – Jennie dizia pegando o balde com um pouco de dificuldade fazendo derramar um pouco da água no chão.

     – Então trate de se afastar dela. Ela pode fazer coisas horríveis com você e a senhorita sabe disso. – Depois de avisar, Lisa voltou para seu quarto.

     – Disso eu sei, mas quando me afasto... Ela se aproxima... – Jennie falou baixo e caminhou até o estábulo onde deixou a água e voltou para seus aposentos.

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     Na manhã seguinte, Jisoo acordou cedo para sua montaria da manhã. Colocou uma roupa apropriada para a montaria e foi para o estábulo, pegou seu chicote e subiu em sua égua. Jennie estava observando cada movimento da governadora através da janela, não porque queria espionar a vida alheia, foi por um devido acidente. A jovem estava apenas avaliando o dia ensolarado.

     Quando a merenda em que as duas – Jennie e Lisa. – estavam fazendo ficou pronta, elas levaram para a sala de jantar onde a realeza já estavam esperando impacientes.

      Enquanto Jennie estava servindo o rei, seu nome foi ditado e ouvida por uma voz rouca e grossa.

      – Você é a moça que derramou o café em minha filha ontem, certo?

      Todos olharam para o rei, inclusive Jennie que assentiu a cabeça para ele.

     – Pois bem, como uma leve punição, te deixarei como uma serva pessoal da governadora Jisoo. Ela não só te ensinará como também vai ser rígida com você, me entende?

     Jennie arregalou os olhos, ela queria se ajoelhar e implorar pelo perdão do rei, fazer qualquer coisa para se livrar daquilo, mas não iria fazer aquele tipo de escândalo. Aquilo era demais para ela, ser a serva pessoal daquela... Jennie deseja a morte mais do que tudo, ela apenas concordou com o rei e depois que colocou os sustentos na mesa, foi para a cozinha.

     – Jennie! – Lisa correu até a amiga gritando pelo seu nome. – Você vai conseguir suportar a governadora?

     – Eu tenho que ser forte. - Jennie afirmou, mas por dentro tremia de medo.

     – Mas é a governadora, ela é superior a você. Se você não fazer direito o que ela quer... Ela pode te matar.

      – Pra mim ela não é nada, apenas uma assassina.

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