Prólogo

443 17 0
                                    

- Isso, Aurora. Perfeito. – O professor de química falou para ela e a mesma bateu palmas animada, fazendo Alisson rir. – Esses são os exercícios que eu tenho dessa unidade, se quiser fazer e depois eu já corrijo... – Ela o interrompeu, erguendo um dedo rapidamente.

- Eu vou aceitar, professor, mas deu meu horário, eu preciso acompanhar meu pai numa consulta... – O professor assentiu com a cabeça.

- Sem problemas, Aurora. Faça que eu corrijo no final da próxima aula, pode ser? – Ele lhe entregou uma folha com os exercícios e ela guardou dentro do seu fichário.

- Pode sim! Obrigada, professor. Até quinta. – Ela se levantou e acenou para Alisson e ele sorriu, acenando de volta. – Tchau, gente!

- Tchau! – Alisson falou meio apaixonado, apoiando a cabeça na mão.

- Vamos para você, Alisson. – O professor mudou de cadeira, se sentando na frente do aluno mais velho. – Qual sua dúvida?

- Eu vou ser bem honesto contigo, professor. – Ele fez uma careta. – Eu vim aqui só para ficar perto da Aurora e agora que ela foi, eu... Bem...

- Ah, Becker, tu não vais levar bomba de novo, não é? – Ele fez uma careta e o professor revirou os olhos.

- Para começar que eu só reprovei em biologia, química eu fui bem...

- Vai, Becker. Vai atrás dela! – O professor falou sem paciência e o mais novo sorriu, colocando a mochila nas costas.

- Valeu! – Ele falou, seguindo correndo para o portão lateral da escola, passando pelo mesmo e vendo Aurora andando pela calçada.

- Aurora! –Alisson a chamou, vendo-a virar para trás e desacelerou a correria ao seu lado.

- Oi, Alisson. – Ela falou.

- Posso te acompanhar até sua casa? – Ele perguntou e ela deu um pequeno sorriso.

- Claro! – Ela confirmou com a cabeça. – São só alguns quarteirões daqui.

- Não tem problema. – Ele falou, seguindo ao lado dela. – Posso levar seu fichário? – Ele perguntou e ela ponderou um momento e esticou o objeto.

- Valeu. – Ela falou, ajeitando as alças da mochila. – Então, meu pai disse que você foi convocado para a Seleção Brasileira Sub-17, é verdade?

- É sim! – Alisson sorriu.

- Nossa, Alisson! Isso é ótimo! – Ela falou animada. – Meus parabéns, mesmo! Meu pai fala que você é muito bom! – Ele sorriu.

- Obrigado! – Seu sorriso era largo e ele queria abraça-la. –Fiquei bem feliz quando me disseram, nunca que eu imaginaria!

- Isso quer dizer que sua carreira está indo bem. – Ela falou.

- Sim! Estou animado! Vai ser na Nigéria e eu nunca saí do país. – Eles riram juntos.

- Depois quero saber como foi, nunca saí do país também.

- Prometo que te conto quando voltar. – Sorriam juntos.

- Quando vai? – Ela perguntou.

- Dia 20 de outubro, tem tempo ainda, vou perder um mês de aula... Bem, isso se a gente passar da fase de grupos. – Sorri.

- Você vai se dar bem. – Ela riu, abaixando a cabeça.

- Obrigado! – Sorri. - E você?

- O quê? – Ela se virou para ele.

- Você canta, não canta? – Ela franziu a testa.

- Como você sabe?

- Acho que todo mundo já te viu cantando no festival da escola, até meus pais já comentaram comigo. – Ela sorriu, ficando envergonhada. – Você quer seguir a carreira?

- Nunca pensei nisso. – Ela deu de ombros. – É um hobby para mim, ser a melhor no karaokê sempre. – Ele riu. - Por enquanto eu vou prestar vestibular.

- Vai prestar para o quê?

- Eu não sei ainda, para falar a verdade. – Ela coçou a cabeça e ele riu. – Eu coloquei humanas no ENEM, mas as inscrições dos vestibulares estão se aproximando e eu não faço a mínima ideia do que colocar. – Ela suspirou e se virou para ele. – E você? Pretende fazer alguma faculdade ou agora que você representa a seleção vai focar nisso? – Ele riu fraco, negando com a cabeça.

- Eu só vou prestar o ENEM esse ano porque a escola não para de martelar a gente com isso, mas eu vou ver o que vai acontecer depois desse mundial e aí eu me decido. – Ela confirmou com a cabeça, apontando para uma casa de dois andares branca do outro lado da rua.

- É aqui! – Ela falou e eles atravessaram juntos. – Tá certo! Tem que fazer o que te faz feliz. –Ela sorriu e ele devolveu o fichário para ela. - Obrigada pela companhia.

- Não precisa agradecer. – Ele sorriu. – A gente podia combinar de sair um dia desses. Tomar um sorvete ou quem sabe você ir assistir a um jogo meu. – Ele falou. – Bom, se você gostar de futebol, é claro.

- Eu nunca liguei, para falar a verdade. E não entendo nada. – Ela falou sincera.

- Se você conhecer minha família, isso vai mudar rapidamente, todos respiramos futebol. – Ela abriu um largo sorriso.

- Porque não? – Ela deu um sorriso que o deixou feliz. - Quer anotar meu celular?

- Claro! – Ele falou, pegando o aparelho da mochila e entregou a ela que digitou rapidamente no mesmo e o devolveu.

- A gente se fala, então. – Ela sorriu e ele se aproximou da mesma rapidamente, dando um beijo em sua bochecha, fazendo-a ficar vermelha e ele dar um largo sorriso.

- A gente se fala. – Ela acenou e empurrou o portão de sua casa, entrando rapidamente pela porta, deixando Alisson com um largo sorriso no rosto.

Assim que a moça fechou a porta, ele segurou nas alças de sua mochila e deu um giro animado na frente da casa da menina e parou em seguida, sentindo tontura. Ele pegou seu celular e discou um número rapidamente, aguardando no portão da casa de Aurora que o atendessem.

- Pai? Pode vir me buscar? – Ele perguntou, ouvindo a voz do pai do outro lado da linha.

Quando em RomaOnde histórias criam vida. Descubra agora