Capítulo 1

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ELA

Ouvi o despertador tocar e não precisei nem olhar para ele para saber que ainda era cinco e meia da manhã. Deslizei a mão pelo celular e me sentei na cama, sentindo a cabeça pesar, resultado de nunca dormir as horas necessárias. Joguei a pesada coberta para o lado e saí da cama, encaixando os pés nos chinelos felpudos.

Segui para o banheiro gelado e tirei o chinelo, pijama e meias e entrei direto no banheiro, me mantendo afastada da queda do chuveiro quando o primeiro jato gelado caiu. Logo a água quente começou a embaçar o banheiro e eu entrei confortavelmente embaixo da mesma, sentindo meu corpo relaxar.

Demorei o suficiente embaixo do chuveiro e, quando saí, puxei a toalha felpuda e me embrulhei na mesma, correndo de volta para o quarto para ficar protegida pelo aquecedor ligado. Me sequei com menos pressa e enrolei a toalha no cabelo molhada antes de seguir para meu closet à procura de uma roupa para o dia.

As luzes se acenderam sozinhas quando eu entrei no mesmo e observei as diversas prateleiras e cabides com roupas, sapatos e bolsas separados por cor, modelo e marca. Passei as mãos nas escolhas e inicialmente peguei um meia-calça preta fio 150 e a coloquei, desenrolando-a lentamente até chegar em meu quadril.

Voltei para o banheiro sentindo o gelado do mesmo se misturar com o embaçado, escovei os dentes e conectei o secador na tomada, ligando-o e pegando uma escova grossa, começando a fazer uma escova em meus cabelos, deixando-o cair em ondas sob meus ombros. Após finalizar, peguei minhas maquiagens e fiz com que as olheiras pretas de cansaço sumissem com bastante corretivo, base, pó e depois trabalhei em um olho leve e um batom rosado nos lábios.

Voltei para o closet e escolhi um tubinho preto da Michael Kors e um sobretudo vermelho de lã da Burberry. Coloquei algumas pulseiras, alguns anéis e meu anel de formatura com uma pedra de safira azul. Segui para os sapatos e escolhi um peep toe preto do Christian Louboutin e os calcei.

Fui para as prateleiras de bolsas e peguei uma de couro preto da Balenciaga e a apoiei na escrivaninha que tinha dentro do closet, colocando o que estava acumulado em cima dela do dia anterior: carteira, documentos, iPad e pastas do trabalho. Voltei para o quarto, pegando meu celular onde o havia deixado e o joguei na bolsa também.

Parei na frente do espelho e me olhei rapidamente, feliz com o resultado. Joguei os cabelos castanhos para trás e atravessei meu apartamento a passos largos. Enquanto descia pelo elevador, mandei mensagem para o motorista informando-o que já estava descendo. Cumprimentei alguns conhecidos e apoiei os braços na bancada quando parei na portaria.

- Buongiorno, signorina Boaventura. – Sorri para o porteiro.

- Buongiorno, Matteo. – Coloquei meu italiano para funcionar. – Deixei meu apartamento aberto, Sandra disse que vem limpá-lo hoje, poderia indicar o caminho para ela? – Tirei alguns euros da carteira e entreguei ao mesmo.

- Claro! Com certeza! – Ele sorriu guardando o dinheiro na gaveta. – Aqui suas correspondências. – Ele me entregou um calhamaço de coisas como sempre, e eu sorri para ele.

- Grazie! – Falei, acenando e saindo do apartamento.

Um carro preto com bandeiras do Brasil e da Itália me esperavam já colados à porta, afinal, as ruas eram bem estreitas para que dois carros passassem. Entrei na mesma rapidamente e o motorista saiu antes que eu o cumprimentasse.

- Buongiorno, Filippo.

- Buongiorno. – Ele respondeu. – Vamos direto à embaixada?

- Não podemos nos esquecer do café do senhor Miguel. – Falei, checando as notificações do meu celular.

- E o seu também, imagino! – Ri fraco, sorrindo para o motorista.

Quando em RomaOnde histórias criam vida. Descubra agora