Capítulo 4

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ELA

Eu acordei no dia seguinte e Alisson realmente não estava lá. Afinal, passava das nove e meia da manhã e meu rosto estava até amassado de tanto que eu tinha dormido, além da boca toda colando por causa da baba seca que molhou bastante a fronha do travesseiro principal.

Ontem, depois da janta, nós perdemos ainda uns 15, 20 minutos tomando mate e passando algumas lembranças da infância. Eu não sei como, mas eu realmente tinha criado gosto pelo mate amargo quando namoramos, não sei, era gostoso! Meus pais faziam uma careta bem engraçada quando davam o primeiro gole, mas eu não, arrepiava, mas de um jeito bom. Talvez porque eu estava acostumada a sentir esse gosto no beijo do Alisson... Não sei.

Pensando nisso, a sensação do primeiro gole foi estranha, foi boa sim, mas não pude evitar em lembrar dos beijos de Alisson, o que me deixou realmente envergonhada. Obviamente, eu acabei encarando seus lábios escondidos por baixo daquela barba toda que ele tinha deixado crescer ao longo dos anos. Ainda bem que minha cuia esvaziou logo, fazendo tudo queimar dentro do meu corpo, porque isso não podia acontecer.

Eu estava aqui por causa de um favor e não para ter um remember do que poderia ser nosso futuro se ainda estivéssemos juntos. Ou podia? Não, Aurora. Não! Assim que essas investigações acabarem, eu vou embora para Brasília novamente, provavelmente ficarei escondida por lá durante o resto da minha existência em algum trabalho ordinário e, com sorte, ainda ter a oportunidade de conhecer alguns países que eu ainda não conheço do mundo, isso se eu não fosse proibida pela imigração de tal fato.

Balancei a cabeça e sentei no sofá, suspirando ao perceber que tudo estava da mesma forma da noite passada e passei as mãos nos cabelos, pensando primeiramente no que eu iria fazer. Peguei meu celular e dei uma checada nas notificações. Depois do rolo na embaixada, eu não tinha mais mil mensagens, e-mails e notificações, só tinha uma mensagem solitária de meu pai, como sempre e algumas notificações do grupo da família.

Abri a mensagem de meu pai e vi um simples "Precisamos conversar", o que me fez franzir a testa. Pelo horário, ele tinha me mandado por volta da meia-noite, sete horas no Brasil. Pensei por alguns segundos o que podia ser, mas esperava que não eram mais problemas para o meu lado. De problemas eu já estava cheia.

Aproveitei a casa vazia e já tomei uma ducha refrescante, o dia estava um pouco mais quente e eu tinha acordado suando com todas aquelas cobertas e moletons em cima de mim. Saí do mesmo e acabei colocando a calça de moletom novamente e uma blusa regata que eu usava como segunda pele embaixo das blusas sociais.

Enrolei um pouco mexendo no meu celular, vendo os stories das pessoas, acompanhando as postagens da Roma sobre o jogo de hoje e com isso a hora acabou passando até confortável. Por volta do meio dia eu peguei um prato e coloquei para esquentar um pouco da comida de ontem, que seria meu almoço de hoje. Eu tinha exagerado um pouco na quantidade, então provavelmente seria almoço e janta por alguns dias ainda.

Fui para a sala novamente e me ajeitei onde era minha cama e liguei a televisão, zapeando pelos canais à procura de onde passaria Roma e Bolonha. Encontrei o canal e os jogadores já estavam entrando em campo. Logo reconheci a Roma pelas cores vermelha e amarelo dos calções, mas hoje eles jogariam de branco, para não brigar com o uniforme azul e vermelho da Bolonha. A câmera passou rapidamente por Alisson e sorri ao ver o uniforme verde escuro do time.

Os jogadores se separaram, se posicionaram nos dois campos e o apito foi soado. A Roma começou com tudo, já saindo rapidamente para o ataque, mas a bola foi defendida pelo goleiro da Bolonha com as pontas dos dedos, mandando a bola para o fundo. Em um escanteio, a Roma teve outra chance de fazer de cabeceada, mas o goleiro defendeu e no rebote a defesa da Bolonha mandou para fora.

Quando em RomaOnde histórias criam vida. Descubra agora