ELA
Que droga! Porque ele tinha que falar sobre isso? Já não era o bastante ele ter colocado o nome da menina porque eu o fiz gostar desse nome, ele simplesmente destruir parte dos sonhos em que casávamos e tivéssemos uma família feliz, eu ainda abro a boca e falo que ainda sentia alguma coisa por ele! Ah, como eu era uma idiota! Agora sim que eu não sabia o que fazer! Se eu já estava preocupada em estar aqui perto dele, agora com os segredos vindo à tona, estava me deixando mais confusa ainda.
E ainda o fato de sua família estar aqui! Sabe o quão difícil foi deixá-los? Eu olhava para sua mãe e lembrava da minha. Como elas formaram uma amizade tão improvável e linda e como também foi destruída quando fomos embora para Brasília. Além do resto dos Becker, quando eu e Alisson engrenamos no relacionamento e começamos a frequentar a casa um do outro, era sempre os três Boaventura e os sete Beckers. Sempre nós 10, jantares em casa, churrasco nos Becker, era sempre perfeito!
E de pensar que tudo isso aconteceu em um período de oito meses. Não conseguia evitar em pensar como seria hoje se eu não tivesse ido embora ou se eu e Alisson tivéssemos nos aproximado logo que eu me mudei para Nova Hamburgo. Teriam sido três ou quatro anos de relacionamento e, provavelmente, com um fim bem diferente.
Passei as mãos nos olhos e respirei fundo. Isso não podia ficar assim, eu não queria mais chorar por causa de tudo isso. Não tinha mais volta, certo? Mesmo se tiver uma chance real de ficarmos juntos, o passado já foi e não vai voltar mais. Suspirei, me sentando na beirada da cama e arranquei as botas fortemente dos pés, suspirando. Arregalei os olhos ao senti-los colados por causa das lágrimas e me assustei ao ouvir uma batida na porta.
- Posso entrar? – Vi o rosto de Muriel aparecer na fresta e não pude evitar em sorrir.
- Claro! – Sorri, me afastando um pouco, dando espaço para que ele se sentasse ao meu lado. – Você sempre pode. – Ele riu fracamente, segurando minha mão que estava apoiada na perna.
- E porque o Alisson não? – Rimos juntos.
- Porque ele é um idiota! – Falei rapidamente e ele riu.
- Não é ele que está te dando asilo? – Ele virou para mim e eu assenti com a cabeça.
- Touché! – Suspirei. – Qual o motivo que você veio aqui dessa vez?
- Olha, acho que eu preciso ver minha lista, pelo visto o negócio está mais feio que o esperado! – Ele comentou e eu virei em sua direção, subindo uma perna para a cama.
- Acredite, eu sei! – Ele riu fraco.
- Vamos começar do começo, pode ser? Como estão as investigações? – Ele perguntou e eu senti meus ombros relaxarem fortemente.
- Indo! – Falei. – Alisson me apresentou à uma advogada, ela vai me representar para eu não depender da defensoria pública. – Ele assentiu com a cabeça. – Ela me manda mensagens esporadicamente, mas nada ainda. – Dei de ombros. – A única notícia "boa"... – Fiz aspas com as mãos. – É que talvez meu caso não vá para frente por falta de provas.
- Isso é muito bom. – Ele sorriu e eu assenti com a cabeça. – Mas você ainda vai ter que depor no outro?
- Provavelmente. Martina, a advogada, disse que se eu depor contra o embaixador, mostrando que eu realmente fui usada como mula, pode até me ajudar.
- E você tem problema em depor contra ele? – Ergui os olhos para Muri.
- Contra o embaixador? Nenhum! Eu vou falar tudo! Ou melhor, tudo o que eu sei, não sei de muitas coisas, as coisas passavam por mim e eu nem sabia. – Ele riu fracamente, assentindo com a cabeça.
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Quando em Roma
FanfictionAurora e Alisson namoraram durante o ensino médio. Anos se passaram e a vida os levou para caminhos e sonhos diferentes, mas por coincidência do destino, ambos foram parar em Roma. Quando ela se vê em uma enrascada, sem documentos, sem lugar para fi...