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Já dentro do carro, Mália e Henry (seu pai )passaram o caminho todo ouvindo músicas do Bill Haley como ''Rock around the clock'' que assim que começou a tocar os dois se juntaram  a melodia e cantaram juntos até chegar a fronteira.

  A fronteira que dividia a Inglaterra em duas, Norte e Sul, o Norte era caracterizado como cheio de florestas encantadas que abrigavam bestas e animais que a primeira vista pareciam inofensivos, mas ao primeiro descuido eles atacavam e te arrastavam para suas tocas, além de abrigar a O Olimpo que era circundado por uma das maiores florestas do lado Norte. O sul era território humano, mas várias família preferiam morar nos arredores de pequenos vilarejos a morar perto de florestas cheias de monstros.

Os humanos costumavam ficar longe daquela parte da Inglaterra, talvez seja por que vários que se aventuraram nas florestas nortenhas nunca mais voltaram, então era difícil para os poucos moradores do Norte terem uma visita de humanos enxeridos.

A fronteira consistia apenas em uma placa apontada para dentro da floresta com os dizeres: ''perigo, mantenha-se longe'' e um punhado de pequenas carroças puxadas por animais que se pareciam muito com cavalos dos humanos mas esses eram muito maiores e mais fortes, assemelhando-se a touros, mas sem chifres, além do mais eram todos de uma cor preta profunda, inclusive olhos e cascos, o que os fazia ter uma aparência aterrorizante.

O pai ajudou-a a colocar as malas na pequena carroça de madeira preta e segurou os ombros da filha, com lágrimas no rosto.

  ''Eu estou tão orgulhoso de você minha pimentinha'' disse sem se controlar e enterrando a cabeça no ombro de Mália, sem saber o que dizer para reconfortá-lo ela apenas abraçou-o de volta, e alguns momentos depois eles se soltaram e ela apenas seguiu seu caminho, sozinha, sem se virar para dizer mais nada, o abraço dissera tudo o que ela queria dizer.

  *

  Mália começava a amaldiçoar qualquer besta quadrada que inventara a regra de que apartir da fronteira, o aluno teria de seguir sozinho.Estava com medo, e a floresta era tão escura que Mália mal conseguia ver o céu, mas deu graças por não estar a pé.

  Ela ouviu alguns galhos se quebrando, mas supondo que era apenas um esquilo, continuou a viagem, a real é que não era...

  Mália conseguiu apenas ver um borrão branco antes do "cavalo" relinchar e parar, uma garota estava parada ao seu lado, olhando a de cima a baixo.

Era bonita, alta, com longos cabelos prateados e olhos mais prateados ainda, mas apesar de ser bonita, a garota desconhecida a assustava.

  A garota abriu um leve sorriso e falou, com uma voz sibilante como uma cobra: 'Perdida,  Goldflame? ''

  Mália piscou assustada por alguns segundos, antes de reparar que os olhos a tinham denunciado... ''Quem é você?'' perguntou com a voz rouca, depois de passar 1 hora guiando o cavalo pela floresta sem abrir a boca.

  Ignorando a pergunta de Mália, ela apenas continuou ''Lugar perigoso para uma Goldflame, ainda mais sem seu foguinho, tome cuidado kamía mageía''

  Mália tentou gritar para a garota de cabelos brancos que ela não era uma Kamía Mageía, mas a garota desaparecera em um piscar de olhos.

  *

  Scott Silverblade era um dos machos feéricos da família Silverblade, uma das mais antiquadas famílias já existentes, perdendo talvez para os Bleed.

E nesse ano ele estaria indo para o Olimpo, aprender a usar e explorar seus poderes de feérico, assim como sua irmã Clarissa.

Assim que chegou a fronteira, Scott apenas colocou suas malas nas costas, ignorando as carruagens com cavalos negros que mais pareciam demônios e iniciou a caminhada até O Olimpo. Scott fora treinado pela família desde cedo e sabia que se alguma besta estivesse espreitando a floresta, seria muito mais fácil localizar o garoto se ele estivesse em uma carruagem barulhenta.

Ignorando espinhos e galhos que lhe perfuravam a pele, fazendo com que gotas de sangue prateado escorressem dos cortes.
Fruto de alguma maldição de bruxa que transformara o sangue,cabelos e olhos de todos os Silverblades existentes em prateado, maldição aquela que passava de pai para filho eternamente. Scott tinha uma teoria de que a bruxa era apaixonada pelo seu antepassado e ele lhe partira o coração, então ela poderia matar todo e qualquer Silverblade que encontrasse apenas por vingança, o que seria muito mais fácil se eles fossem pedaços de metal ambulante.

Submerso em pensamentos, não ouviu quando o vulto prateado passara e colocara uma adaga em sua garganta.

'' QUE MARAVILHA '' pensou Scott, vou ser morto no primeiro dia de aula.

Foi quando ele sentiu o cheiro de metal e sangue que rodeava seu raptor, era claro que Clarissa Silverblade faria uma entrada bem dramática para Scott

''Está muito lerdo Scott'' disse retirando a adaga do pescoço do irmão.

''Você poderia tentar não me matar? Obrigado'' disse Scott massageando o lugar onde Clarissa apertara a adaga.

''Tanto tempo que não te vejo, e é assim  que você me cumprimenta?'' um sorriso sarcástico residia em seus lábios.

''Quem não voltou para casa durante 3 anos foi você!''

Falou Scott em um tom mais elevado, porém era necessário, ele e seus pais apenas receberam uma carta de Clarissa que dizia: ''Aproveitem as férias, ficarei aqui. XOXO CLA'', e não foi apenas uma vez , nos dois anos seguintes, uma carta igualzinha chegara as mãos de Scott.

''Tinha coisas a fazer maninho, mas agora que você está aqui, eu vou te apresentar a todos aqui, e não quero você se reunindo com impuros''

Scott apenas assentiu mas Clarissa continuou a tagarelar  sobre o encontro que teve com uma Goldflame Kamía Mageía na floresta mas Scott resolveu ignorar tudo o que a irmã dizia, pelo resto do caminho.

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