Capítulo 3

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Oh, meu Deus.

- Por que...porque...ele...ele...? – Não consigo completar a frase.

- Ele teve um passado duro, Emma. Ele não gosta de falar sobre isso. Tem vergonha dos pais adotivos que teve...é uma longa história – Pais adotivos? Como assim?

- Mas vocês são os pais biológicos dele, não são?

- Sim. Houve uma confusão do passado. Essa foto eu peguei em um noticiário. Enfim... – Ela passa as páginas do álbum rapidamente até chegar às fotos dele com sua família.

Alec é a cara dele quando era pequeno, meu Deus. Todo emburradinho. Sorrio.

- Não conte a ele que te mostrei isso. Ele não vai gostar nada – Aceno com a cabeça.

- Eu sempre me pergunto se essa é a razão por trás do seu comportamento frio...Portanto, mantenha isso em segredo!

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- Então, Em, onde está morando agora? – Pergunta Will.

Estamos sentados na mesa do refeitório almoçando, como todos os outros dias.

Will está ao meu lado, Isa de frente para mim e Lara ao lado de Isa.

- É... – Não posso contar a eles sobre Adam. Ele já não quer que eu fale com ele no colégio, que dirá que as pessoas saibam que estamos morando juntos – Na casa de um amigo do papai. Vocês não o conhecem – Will acena com a cabeça.

Acho que eles acreditaram...

- Emma - Escuto meu nome ser chamado em um tom frio. Já sei quem é. Viro a cabeça e o vejo – Traga sua bolsa e venha comigo!

Olho para as meninas e depois para Will. Todos estão com os olhos arregalados.

Hesito por um instante, mas acabo me levantando e o seguindo, tentando ignorar a cara dos meus amigos de surpresa.

Ele me leva até um corredor vazio.

- O que foi?

- Mamãe trocou os nossos livros. Parece que ela andou mexendo nas nossas coisas.

- Como percebeu? Nas primeiras aulas usamos os mesmos livros – Abro o flash da minha bolsa e tiro seus livros de dentro.

- Estava conferindo os livros para a próxima aula. Hoje não estamos na mesma turma depois do almoço, então os livros são diferentes.

Abro o primeiro livro e vejo seu nome na contra capa.

- É, estão trocados mesmo – Entrego seus livros e ele devolve os meus.

Ele se vira para voltar para o refeitório, mas antes o chamo.

- Adam, queria te pedir um favor.

- Não faço favores a ninguém.

- Por favor, eu juro que não te encho mais com nada. Posso até ir e voltar sozinha para o colégio – Eu preciso da sua ajuda então preciso usar o que tenho – Prometo não te dirigir nenhuma palavra dentro da faculdade, você nem vai perceber minha existência.

Ele me encara por alguns segundos e depois bufa.

- Tudo bem, o que quer?

- Preciso que me ensine alguns conteúdos que não entendo.

- Certo, mas tem que cumprir com tudo que me disse. Hoje, depois da aula, começaremos – Diz e sai.

Nossa, foi muito fácil. Fácil até demais.

Quando a Chuva CaiuOnde histórias criam vida. Descubra agora