Capítulo 13

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Pisco os olhos, tentando focalizar a visão. É ele mesmo que está parado a alguns metros a minha frente?

Encaro seus lindos e enigmáticos olhos castanhos.

- O que está fazendo aqui? – Grito por cima do barulho da chuva e do vento.

- Eu é que pergunto! – Ele grita no mesmo tom e tira os cabelos da testa – O que está fazendo aqui?

Só agora percebo que ele segura um guarda-chuva sobre a cabeça. Desvio o olhar dele e respondo em seguida:

- Não é da sua conta!

- É da minha conta sim! – Encaro-o – Você é tão idiota a ponto de andar por aí sem rumo numa hora dessas? Você não liga para si mesma? E essa chuva? – Ele dá alguns passos na minha direção.

Suspiro.

- Eu precisava clarear a mente, O.K? Vai implicar com isso também? Além disso, não tinha como eu adivinha que ia chover.

Ele não responde, em vez disso, se aproxima mais.

- Vamos voltar – Ele faz um sinal para que eu o acompanhe enquanto dividimos o seu guarda-chuva.

Nossos passos fazem respingar água para todo lado. Começo a sentir frio. Agradeço pelo silêncio entre nós enquanto andamos. Mas por que sinto que Adam me parece...diferente? Será que é só impressão?

- Você e o Tanner estão juntos? – Pergunta diretamente, quebrando o silêncio.

A chuva começa a ficar mais forte.

Penso por um segundo e respondo rispidamente:

- Talvez.

- Vocês andam bem juntos ultimamente – Diz sem me encarar.

Continuamos andando.

- Você e Camille também.

Isso é o suficiente para ele ficar em silêncio. Mas eu prossigo:

- Eu vou voltar para a minha antiga casa... – Encaro o chão alagado – Eu vou embora e tudo vai ficar bem, tudo vai voltar ao normal...

Ele ignora completamente tudo o que eu disse e pergunta, ainda sem me encarar:

- Você o ama?

Prendo e a respiração e paro de andar. Ele continua.

- É claro que o amo! – Surpreendo-me com a frustração na minha própria voz.

Ele para e, lentamente, se vira para mim.

- Sabe, o que te importa tudo isso? Por que está aqui? Eu estou cansada de tudo isso. Estou cansada do seu jeito frio e todo esse tempo de sentimentos ignorados! Não é justo comigo! Se não quer nada comigo, fique longe de mim, deixe-me te esquecer, Adam – Cuspo as palavras e sinto as lágrimas chegando.

- Você me ama! – Ele grita abruptamente me fazendo pular – E nunca mais vai conseguir amar mais ninguém como me ama!

- Quem disse isso? Quem disse que não posso amar mais ninguém? Quem disse? – Grito também, mas sinto minha raiva se esvaindo, sendo substituída pela decepção.

Uma vozinha grita na minha cabeça: Ele tem razão, afinal.

Adam se aproxima enquanto seus olhos se tornam cada vez mais escuros.

Em meio às lágrimas, começo a rir. Uma risada irônica. Sabe aquele ditado "Rir para não chorar"? Pois é.

- Afinal, que escolha eu tenho? Você não me ama – A risada vai cessando aos poucos enquanto finalizo a frase.

Quando a Chuva CaiuOnde histórias criam vida. Descubra agora