Capítulo 22

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A primeira coisa que sinto ao abrir os olhos é uma dor de cabeça imensa. Olho ao redor e estou sozinha em um quarto de hospital. Ele é todo branco, pouco mobiliado. Estou em uma cama, com as mesmas roupas que usei no bar.

Gemo ao lembrar-me do que aconteceu. Inclino meu corpo para frente e sinto uma tontura horrível que me faz deitar, novamente.

Se eu não estivesse tomando anticoncepcionais, até diria que estava grávida. Um dia antes da nossa primeira relação sem proteção, eu comecei a tomar. Eu ia contá-lo, mas com tudo que aconteceu, acabei esquecendo.

Quando tento erguer meu corpo novamente - dessa vez, com sucesso -, a porta se abre e Isa entra. Quando me vê, sorri.

- Gente, ela acordou - Ela chama, seja lá quem, que está lá fora.

Alguns segundos depois a Sra. Parker, meu Pai, Gio, Ju, Will, Miles e Adam entram. Surpresa mesmo é ver Adam e Miles no mesmo quarto sem tentarem se matar.

- Minha filha! – Meu pai vem até mim quando me vê acordada – Eu quase morri do coração. Você precisa se cuidar – Ele me adverte, mas ao mesmo tempo, sinto como se ele estivesse triste.

Miles sorri para mim e eu retribuo. Olho para Adam que continua em seu lugar, impassível. O médico entra novamente e quando vê o tanto de gente dentro do quarto arregala os olhos. Confesso, ele é bonitão. Cabelos claros e olhos azuis. Aproximadamente uns trinta anos.

- Tem muita gente aqui. Só podem ficar quatro, no máximo - O médico ordena.

- Eu fico - Adam e Miles dizem em uníssono.

Papai olha para os dois e depois para Isa, como se não estivesse entendendo nada.

Eu sei que não deveria, mas sinto uma vontade pequenininha de rir. Eles lançam um olhar mortal um ao outro.

- Os dois ficam - Diz Isabela com voz de tédio e depois revira os olhos – Eles, eu e o pai dela ficaremos, se não se importarem - Ela informa ao médico e ao restante do pessoal.

A Sra. Parker, apesar de relutante, e o resto do pessoal saem segundos depois.

- De acordo com o senhor... - Ele olha para sua prancheta.

- Adam Parker, namorado dela - Adam completa a frase do médico, que assente.

Miles revira os olhos. Vejo meu pai esbouçar um sorriso.

- De acordo com o Sr. Parker, você não come desde a hora do almoço e não é a primeira vez que você passa mal por esses motivos - Assinto, meio desconcertada.

- Fizemos alguns exames e está tudo normal, exceto pela anemia que está mais forte. Você precisa se tratar ou isso pode ser tornar algo bem pior.

Depois de um tempo, papai pede para ficar a sós comigo e já imagino a bronca que vou levar...

Mas o que vem é o contrário.

- Eu sinto muito por isso. Eu me tornei um pai ausente...

- Pai! Isso é total responsabilidade minha, não tem nada a ver com o senhor.

- Mas minha filha, eu estou ausente. Passo mais tempo trabalhando do que em casa e você morando com outras pessoas...

- Eu sei que o senhor está dando o seu máximo por nós. Eu tenho muito orgulho do pai que eu tenho e o senhor deve se orgulhar também. Lutou e está lutando para reconstruir nossa casinha do jeito que era apesar do que aconteceu – Ele abaixou a cabeça.

- Pai – chamo-o novamente – Eu te amo! E nós vamos conseguir superar tudo isso e eu prometo me cuidar. Além disso, já sou grandinha – Brinco depois, ao perceber seu sorriso.

Quando a Chuva CaiuOnde histórias criam vida. Descubra agora