Prólogo

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"‎Nunca ignore uma pessoa que te ama e se importa com você, porque um dia você pode perceber que perdeu a lua enquanto contava as estrelas."

— John O'Callaghan.

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O melhor aluno do país.

Quando você escuta isso, você imagina um garoto que usa óculos, ou aparelho, ou é cheio de espinhas, ou seja, tem uma aparência de nerd. É quase inevitável não pensar nisso. Infelizmente, é o estereótipo.

Mas então, quando vi aquele lindo moreno dos olhos castanhos, meu coração quase parou. Seus cabelos pretos bagunçados caiam perfeitamente sobre sua testa. E seus lábios carnudos e atraentes. Tudo nele me deixava cada vez mais encantada. Não conseguia evitar. Sabe aqueles amores platônicos? Com certeza ele era o meu.

Seu olhar penetrante e concentrado me conquistou.

Ele engoliu em seco, e, calmamente, começou o discurso de melhor aluno da escola, como se não estivesse fazendo um discurso para a escola toda:

- Eu sou Adam Parker. Hoje, para o nosso bem, o bem de todos os estudantes... – E então ele conseguiu fazer um discurso perfeito.

E foi assim que me apaixonei por ele à primeira vista. Parece ridículo apaixonar-se dessa forma, mas era o que eu sentia.

Acho que se fosse escolhida para fazer um discurso desse – pouco provável – passaria mal na hora. Ou simplesmente levaria uma queda vergonhosa ao subir no palco.

Mas ele fez tudo com uma naturalidade...Então, desde desse dia, eu o observava.

Com quem ele falava, como ele andava, seu jeito de falar, seus amigos, seu sorriso, seu olhar, os lugares onde ele ia. E todo dia tentava criar coragem para chegar nele e dizer tudo o que eu sinto. Bem, eu tentava. Apenas tentava, sem sucesso. Até porque eu não queria parecer uma louca perseguidora.

No dia que finalmente levantei a cabeça e isso aconteceu, fui completamente ignorada.

Ele nem quis olhar na minha cara e mandou eu me afastar. Disse que não fala com qualquer uma, como eu. Senti-me um lixo. Senti-me...ninguém na frente dele. Tudo que eu queria era sumir.

Nesse dia, eu descobri um Adam frio, sem coração, insensível. Não foi por esse Adam que tinha me apaixonado. Esse é o problema dos amores platônicos: você imagina na sua cabeça um conto de fadas, mas aí vem a realidade e te estapeia.

Talvez ter apenas o observado não significava que o conhecia. O que eu sabia sobre seu passado? Sobre sua família? Isso mesmo, nada! Meu coração foi quebrado.

Mas o ano já estava no final e talvez, eu conseguisse finalmente passar na faculdade de medicina e me livrar de vê-lo todo dia. Talvez nada, eu tinha que passar. Estava resolvido, seria meu refúgio. Uma chance de começar novamente.

Livrar-me da dor que eu sentia, do amor que eu sentia, de tudo que eu sentia por ele. E eu ia conseguir. Eu ia fazer de tudo para passar nessa faculdade e assim, nunca mais o veria.

E então, eu o esqueceria de vez. 

Quando a Chuva CaiuOnde histórias criam vida. Descubra agora