Capítulo 18

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Sinto a mão de Adam agarrar minha cintura, ficando do meu lado. Os lábios de Miles formam um sorriso irônico e eu estranho a reação dos dois. Aí tem coisa!

Olho para o céu nublado e fecho os olhos, desejando acabar com esse momento.

Eles ficam se fuzilando com o olhar, até que eu, cansada daquela situação, olho para Adam e peço:

- Vamos para casa?

Ele me encara, e eu encontro aqueles olhos frios que eu gostaria de não encontrar nunca mais. Um arrepio percorre minha espinha.

- Claro.

Ele solta minha cintura e pega minha mão, e depois de um último olhar mortal para Miles, nós começamos a andar. Evito olhar para Miles. Não quero que ele perceba o quanto estou constrangida com essa situação desnecessária. Foi desnecessário da parte dos dois, principalmente de Adam.

Apesar de sempre existir aquela fagulha de felicidade pelo ciúmes dele. É, não posso evitar esse sentimento.

Olho para seu lindo e rosto e percebo sua expressão mais suave.

- Por que estava com aquele cara? - Ele pergunta normalmente, sem me encarar, mas percebo a sua raiva ao falar de Miles.

Ele enfatiza bem o "aquele". O que me faz pensar que eles se conhecem. Ou que tem alguma coisa a mais nessa raiva dele.

- Você o conhece? - Pergunto e ele, finalmente, me encara.

- Você não respondeu minha pergunta - Suspiro.

- Ele faz algumas cadeiras comigo - Respondo rapidamente, tentando me livrar da sua pergunta - Agora responda o que perguntei - Digo tão determinada, apesar de meu coração estar martelando, surpreendendo a mim mesma.

- Longa história - Ele desvia o olhar.

Meu queixo cai. Essa é a sua resposta? Paro na sua frente, quebrando o contato entre nossas mãos, fazendo-o parar também. Levanto o queixo para encará-lo, pois ele é bem mais alto do que eu.

- Essa é a sua resposta? Eu respondi o que você queria, já você não fez o mesmo comigo.

- Emma, é uma longa história. Só posso te dizer uma coisa, não se mete com ele, certo? Ele sempre faz as coisas para me atingir, culpa de besteiras do passado.

Solto uma gargalhada, incrédula.

- Ele nem sabia que eu era sua namorada!

- Você que pensa - Ele passa por mim e continua a andar, e eu, fico parada no meu lugar, chocada.

- Você quis dizer, então - Grito para ele, segundos depois, para que ele me escute.

Ele se vira, mas não completamente e me encara. Eu continuo:

- ...que ele só falou comigo pra te atingir? Isso não soa um pouco egocêntrico pra você? Um pouco não, muito! Será que ninguém pode falar comigo a não ser que seja alguma coisa relacionada a você? Qual o seu problema? O mundo não gira ao seu redor - Grito, ao mesmo tempo em que sua expressão muda de raiva para arrependimento.

E então, nesse exato momento, escuto um trovão e alguns pingos de chuva começam a cair no meu rosto. 

- Irônico! - Esbravejo, lembrando do nosso segundo ou terceiro beijo na chuva e recebo o seu olhar de compreensão, como se também estivesse lembrando do momento. 

Ele permanece no seu canto, sem reação. Começo a pisar duro e passo por ele, sem olhar para trás e finalmente avisto minha casa até que sinto seu braço agarrar meu pulso.

Quando a Chuva CaiuOnde histórias criam vida. Descubra agora