Capítulo 8

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Não sei o que foi maior quando senti seus lábios nos meus: A alegria ou a surpresa.

Fechei os olhos e sei que ele fechou os seus também. Então senti suas mãos hábeis segurarem meu rosto como se estivesse desesperado. Era uma falta de ar espetacular. E sem pedir permissão, sua língua adentrou minha boca, tomando-a, possuindo-a, como se fosse sua e talvez até seja.

Ele me imprensava cada vez mais naquela parede suja – que agora parecia o lugar mais especial do universo - como se nossos corpos fossem se fundir.

Simplesmente joguei meus braços ao redor do seu pescoço, esquecendo onde eu estava, o que eu estava fazendo ou o que eu tinha dito há pouco tempo. E, agora, mais do que nunca, eu só conseguia pensar nele enquanto seus lábios se apossavam dos meus.

E então, quando nos faltava fôlego, ele se afastou, me deixando ofegante na parede. Gemi internamente pela falta do calor do seu corpo junto do meu.

Ele estava tão ofegante quanto eu, mas acabou sorrindo maliciosamente. O mesmo sorriso antes de me beijar.

- Tem certeza que vai me esquecer? – Depois de alguns segundos me encarando - Bem feito! – Ele pisca e sai, deixando-me ali, completamente confusa – e ofegante.

Foi uma provocação, uma deliciosa provocação.

Um dos melhores beijos da minha vida. Não que eu fosse do tipo de sair pegando todos por aí, mas eu já tive uns e outros namorados.

Mas eu nunca estive tão confusa como estou agora, quer dizer, meu coração nunca esteve tão confuso. Ele me beijou perfeitamente para me provocar?

Não creio!

Ainda assim, valeu a pena.

É como se eu soubesse que as coisas vão mudar.

&&&

Faz uma semana que tenho tido sempre o mesmo sonho: Seus lábios nos meus por um longo tempo e depois...mais nada. Eu acordo e percebo que só foi um beijo, nada mais, uma simples provocação.

Na semana passada, depois que ele me beijou, acabei voltando para casa em seguida. Não iria conseguir voltar para o bar. Se ele estivesse voltado para lá, como eu ia ficar? Cheguei em casa e caí na cama. E para minha sorte, dormi quase que imediatamente.

Adam nem tocou no assunto. Não disse nada. Ele estava agindo normalmente, como se nada tivesse acontecido. Eu era a única que estava "anormal". Nunca estive tão confusa. Estive muito distraída, pensando alto, sonhado acordada...Mas o pensamento era sempre o mesmo: Porque ele me beijou?

Essa pergunta é a incógnita da minha vida. Será que as coisas realmente vão mudar? Duvido muito. Só restava viver um dia de cada vez para descobrir.

Hoje sai o resultado dos exames. Quem conseguiu notas boas e quem não conseguiu.

Acordo cedinho, como sempre e tomo um banho bem demorado.

Ultimamente, tenho evitado trocar olhares com Adam, então, preparo qualquer coisa rápida e como na cozinha. Para meu cuidado especial, tenho sempre que levar uma fruta para ir comendo no caminho.

Pego uma maçã e me encontro com o Will para irmos para a Universidade. Ninguém sabe do beijo que Adam me deu. Nem as meninas.

Quatro horas mais tarde, estamos todos no refeitório almoçando.

E então, um alvoroço começa a se formar perto do corredor que leva até as salas. Estico o pescoço, mas não consigo ver o que é. Por um momento penso que é uma briga ou algo do tipo, mas só então, quando Isa olha para mim, é que percebo o que está acontecendo.

Quando a Chuva CaiuOnde histórias criam vida. Descubra agora