Analu 💫
Abri a porta, na minha pior cara.
De cansada, de quem chorou a noite inteira e não dormiu.
Apenas olhei novamente, pois sentia que era uma miragem estranha.
Lobão: Tu fumou? - Olhei pra ele.
Analu: Tô com sono, o que vocês querem? - Falei abrindo a boca, em bocejo.
Rato: Saber como tu tá.
Analu: Como conseguiram meu endereço? - Falei apoiando na parede.
Rato: Sei de tudo, consigo tudo...- Empurrou a porta.
Analu: Me dá licença, irmão...- Tentei fechar, mas não deu em nada.
Apenas cobri meus seios com a mão, já que eu estava com um vestido de dormir transparente.
Lobão: Não invade a casa dos outros assim não, otário...- Bateu na cabeça no Rato.- Parada feiona, irmão.
Ele tirou a blusa, me entregando. Continuei achando que era um sonho e apenas vesti a blusa, me sentindo mais confortável.
Rato: Só quero saber como tu tá? Fiquei sabendo das paradas que aconteceu, mó barra.
Luiz: Ana Luíza? - Escutei a voz dele no corredor, aparecendo na minha porta com uma pistola na mão.- Jefferson?
Analu: Aí...- Falei alto.- Guarda isso.
Lobão: Luiz? - Sorriu de lado.
Luiz: Esqueleto passa fome, caralho...- Se aproximou.
Analu: Esqueleto? - Virei olhando pro lobão.- O meu namorado?
Lobão: Tu tá de caô...- Me olhou em seguida olhou pro meu pai.- Eu tava ligado que te conhecia cara, tá maluco?
Rato: Ela é a sapatão? - Olhei pra ele com ódio.
Analu: Desgraça, seu cu..- Falei alto, olhando minha sandália nele, que ria.
Vagas lembranças se passaram pela minha mente.
Quando eu era mais nova, lá pelos cinco anos, eu vivia brigando com o "Jhefinho." Ele e o "jão." Eram meus melhores amigos.
Jefferson tinha apelido, por ser muito magrinho na época, muito mesmo...
A gente namorou quando mais novos, vivíamos trocando beijinhos, até meu primeiro beijo ser com ele.
Já o João, era meu melhor amigo e por mim, conheceu o Jefferson.
Eu, era chamada de "sapatão." Por só andar com meninos, no caso, os dois.
Era como se tudo fizesse sentido e do nada, toda conexão de antigamente voltasse.
Jefferson tava muito mais gato, claro. Não é nem perto do que era antes.
Assim como o João.
Eu olhava pros dois, meu pai também.
Eu tinha certeza, era tudo um sonho.
Luiz: Caralho parceiro, tu era meu filho...- Abraçou o Lobão.
Antigamente, o Jefferson só vivia lá em casa e era tratado como filho...
Luiz: Tua irmã, como tá?
Lobão: Tá bem parceiro, é uma prostituta.- Sorriu, fazendo toque com ele.
Rato: E aí, melhor amiga...- Falou debochado.- Tu ainda tem medo de dormir sozinha?
Analu: Max nunca saiu do meu lado, cara...- Falei surpresa, fazendo ele me olhar com mais deboche ainda.
Rato: Tu tá gastando, porra. Tu tem quase vinte anos...- Falou alto, me fazendo sorrir.
Lobão: Tu dorme com um ursinho de pelúcia, Ana Luíza?
Analu: Eu tenho medo de dormir sozinha gente, qual problema?
Luiz: Que você já é uma quase adulta?
Analu: Ah pai, até você? - Falei rindo.
Corri pro meu quarto e voltei com meu urso de pelúcia em mãos.
Os meninos não acreditaram, mandando eu tacar fogo, que era infantil.
Neguei com a cabeça, todos invejosos.
▪▪▪
Luiz Alves, 35 anos.
Vulgo: Fumaça.
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Caminhos cruzados.
Teen FictionE foi ali, quando eu pisei no Alemão pela primeira vez na minha vida, que eu sentir que tudo mudaria. Que eu iria encontrar o amor, pois o meu destino já estava escrito e em questão de segundos, eu sentir o meu caminho se encontrar com o dele.