capítulo 65

107K 7K 2K
                                    

Juliana 💎

Amarrei meu cabelo lá no topo, enquanto eu ia carregando as sacolas, inclusive uma estava pesadíssima.

Negro: Solta aí.- Escutei a voz grossa dele e ele pegando as sacolas da minha mão.

Juliana: Você é até falsinho.- Brinquei.

Negro: Você me estressa.- Falou ajeitando a postura.

Juliana: E aliás, foi mal por aquele dia. Não queria que você entendesse daquele jeito, apenas queria ajudar.

Negro: Tu já foi no médico? - Mudou o assunto.

Ju: Vou amanhã.- Sorri de lado.- Hm... queres ir comigo?

Negro: Eu? - Riu.- Jamais.

Ju: Então tá bom...- Dei os ombros.

Negro: Mas tá falando na real mermo? - Assenti.- Que horas?

Ju: Nove da manhã.

Negro: Vou desenrolar um carro, de oito e cinquenta eu passo aqui, pode ser?

Ju: Não precisa, nós brota lá de uber.- Ele me olhou.- Não fica pedindo nada a teus parceiros não, sabe? A maioria só quer passar na cara as coisas, muito chato.

Negro: Tô ligado avera! Mas tenho meu parceiro, nós cresceu junto. Meu irmão mermo.

Juliana: Amigo de peito é colete, parceiro.- Ele assentiu.

Negro: Quer que eu deixe lá dentro? Tu pode ficar pegando essas paradas pesadas não.

Juliana: Quebra essa mola pra mim.- Ele sorriu de lado e eu abrir a porta.

Ele entrou primeiro e eu seguindo ele, vendo a Analu em cima da mesa e o Lobão beijando ela, mas eles pararam assim que nos viram.

Analu tava quase sem roupa, Negro virou o corpo e lobão deu a blusa pra ela.

Analu: Foi mal.- Sorriu sem graça.

Negro: Bom dia.- Falou colocando as coisas na mesa, ainda de costas.

Lobão: Fala aí, soldado.- Fez toque com o Negro.- Tá fazendo o que com a comadre?

Juliana: Amanhã ele vai comigo pro exame.

Lobão: É o que? - Olhou pra mim e negro também, todo sem graça.

Juliana: Eu quero que ele vá, sabes? - Expliquei, vendo o Lobão sorrindo de lado.

Lobão: Boto fé demais! Tu brota aqui pra pegar o carro, tá ligado? - Olhou pro Negro.

Negro: Que isso pô, precisa não.

Lobão: A ordem tá dada.- Bateu na cabeça dele.

Negro: Se tu diz! - fez toque com ele.- Tô indo.

Juliana: Tchau, obrigada...- Falei acompanhando ele.

Negro: Fica na fé...- Falou se aproximando, mas logo parou.

Ele sabia o medo que ainda existia em mim, sobre aproximação de qualquer pessoa.

Respirei fundo e beijei a bochecha dele, fazendo ele me olhar.

Ele me encarou e eu encarei ele, vendo meu olhar descer pra boca dele.

Negro: É... falô...- Falou indo beijar minha cabeça.

Coloquei a mão no queixo dele e me afastei um pouco, deixando nossos rostos próximos.

Ele me deu um selinho rápido e se afastou, fazendo eu me afastar também.

Sorri falso e ele sorriu, me dando tchau com um sorriso grande nos lábios.

Caminhos cruzados.Onde histórias criam vida. Descubra agora