capítulo 37

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Analu 💧

Analu: Essa criança insuportável, por que eu?

Luiz: Porque te dou cem conto.- Falou abrindo a carteira.

Analu: Só isso? Coe pai, vou perder a paz de uma altinha com meu namorado.

Luiz: "Coe."? Fala direito, piranha mirim.- Entregou 120 na minha mão.

Analu: Teu bumbum.- Bufei.

Ele me abraçou e beijou minha testa. Peguei a mochila do Miguel e fomos pro cara que meu pai mandou como motorista.

O cara era vapor do morro, bem novinho, dá minha idade eu acho.

Ele ficava olhando pra mim o tempo todo e sorrindo, o que me fazia olhar pro Miguel, que me olhava de volta.

Miguel: Podemos ir pro shopping hoje, mana?

Analu: Antes do almoço, pode ser? De tarde vamos jogar com o Lobão.

Miguel: Tá bom.- Murmurou.

Analu: Tá com essa cara de bunda por quê?

Miguel: Ninguém gosta de mim.- Falou baixinho, fungando.- Minha mãe disse que se pudesse me matar, me matava.

Analu: Meu Jesus, ela é louca? Você contou pro pai?

Miguel: Tenho medo do que ele vai fazer com ela e ele também não gosta de mim. Fica o tempo todo dando dinheiro pros outros ficarem comigo. Nem você gosta de mim, nem a Bianca.

Analu: Nosso pai ele tem isso tudo pra cuidar, olha.- Apontei pela janela, o morro.- Ele só quer te proteger, por isso não fica tanto tempo com a gente.

Miguel: Mas você tem o tio lobão, ele gosta da gente.

Analu: E você têm a todos nós, baby. Só é insuportável de chato as vezes, por isso ninguém gosta muito.

Miguel: Tá bom.- Sorri de lado, olhando que já estávamos perto do Alemão.

Mandei mensagem pro lobão, avisando que estava chegando, mas a mensagem nem chegou no celular dele.

O cara parou o carro na entrada e eu desci com o Miguel, agradecemos e pagamos um moto-táxi, que agora tinha.

Paramos na casa do Lobão e eu bati na porta, esperando alguém abrir.

Juliana: Ah, oi.- Sorriu fraco.- Lobão tá dormindo.

Miguel: Vou acordar ele.- Falou entrando.- licença.- Saiu correndo pelas escadas.

Analu: Como você tá? - Beijei a bochecha dela.

Juliana: Tô melhorando, melhor do que ontem, pior do que amanhã.- Falou indo pra cozinha.

Analu: Qualquer coisa, sabe que tem a mim, não é?

Juliana: Obrigada.- Sorriu, abrindo a geladeira.

Analu: Vou ver os dois homens lá em cima.- Falou respirando fundo, ela soltou uma pequena gargalhada e eu fui subindo as escadas.

Cheguei no quarto do Jefferson, vendo o Miguel fofocando pra ele, que tinha um cara do carro me olhando e sorrindo pra mim, me fazendo revirar os olhos.

Caminhos cruzados.Onde histórias criam vida. Descubra agora