F O U R

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Eu senti. Senti que aquele momento iria tomar conta da minha vida daqui em diante. Eu sabia que era uma situação irreversível, agora que tinha recebido o aviso. Aviso esse que eu tanto temi e tentei adiar o máximo de tempo que pude. Milhares de pensamentos passavam-me agora pela cabeça. Eu apenas gostava de desaparece por breves momentos e voltar com uma resposta a minha inquietação. Stella avisará-me tantas vezes e eu sempre dizia que tomava, e bem, o controlo da circunstância em questão. Desta vez eu não podia dizer o mesmo, porque simplesmente eu não tinha noção do patamar em que me metera. Sentia-me a ser engolida, então eu tinha de tomar uma atitude que mesmo que me abalasse, não fosse avassaladora para os meus irmãos.

Peguei no telemóvel e olhei-o. Olhei-o por largos minutos. Faltava-me a coragem e ainda só tinha discado o número. Olhei para o nome escrito no contacto e um calafrio percorreu todo o meu corpo. O meu subconsciente alertou-me então que seria apenas temporário. Mas será que eu acreditava nisso ? Pressionei a tecla, recordando-me que não haviam muitas mais opções e logo ouvi a sua voz.

"Estou sim ?"

"Dr.Adams.."-larguei um longo suspiro tentando encontrar palavras...eram vagas e eu estava demasiado confusa lutando contra o aperto que sentia no peito-"daqui fala Isabella, Isabella Castlle."

"Oh, sim. Como vai Isabella? Passar bem ?"

"Ahm...não tanto, por isso é que estou a contacto-lo. Desculpe estar a ligar-lhe a um Domingo mas...- hesitei- Poderíamos nos encontrar ? Com a máxima urgência, se possível..."

"Não tem problema. Creio que tenho uma vaga para Quarta feira da próxima semana, mas terei que confirmar com a minha adjunta e ela mesma lhe indicará a hora."

Bufei, frustrada e apertando os olhos com força. Eu não poderia adiar este assunto tanto quanto gostava, porém Dr.Adams era da minha máxima confiança e o único a conseguir ajudar-me neste momento, pelo que imaginava. Teria que me contentar com este esforço da sua parte, sendo este extremamente ocupado e com poucas horas vagas. Pelo menos algo em comum.

"Tudo bem"

Tentei soar o mais simpática possível, mas por dentro eu toda desmoronara. Tempo era aquilo que eu não tinha. Desliguei depois de agradecer com uma breve despedida de saudamento. Olhei em volta, percorrendo todo aquele cómodo. Sentia as lágrimas a embaciar os meus olhos. Eu realmente estava desesperada. Eu tinha-me colocado num quadro em que eu não conseguiria nem sequer terminar a pintura de tão feia que estava. Encontrava-me desiludida. Desiludida comigo mesma, por sequer acreditar que eu conseguia. Por mais que me esforçasse, que me dedicasse, eu agora sentia o peso que carregará durante tanto tempo, colocando-o sempre atrás das costas, não lhe dando a devida atenção. Culpava a minha teimosia por isso, mas não tinha sido tão perspicaz quanto pensei. Eu estava com medo. Algo que raramente sentia. Ou sim, e não me importava por ter demasiadas coisas sempre a tomar-me conta da cabeça. Tinha sido paciente demais com a situação. Eu realmente não sabia onde me tinha metido é só reparei quando já estava a bater bem no fundo. Da pior maneira possível...
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-O jantar está no forno, daqui a 20m já deve estar. Gabriel ainda não terminou o trabalho de geologia e Brooklyn nem sequer pegou na redação que já devia ter entregue na sexta...-disse caminhando apressadamente pela cozinha colocando alguns pertences na minha mala. -...eu sinto que me estou a esquecer de algo...-olhei em volta na tentativa de me lembrar e então escutei a sua pequena gargalhada.

-Esqueces-te de não te apressares tanto querida...-Stella aproximou-se e acarinhou o meu braço nu por falta do casaco.-...além disso criei 3 filhos, não precisas de te preocupar tanto. -sorriu depositando-me um beijo na testa fazendo-me fechar os olhos e de seguida caminhou em direção ao lava loiça abrindo a torneira.

The Storm w/ H. StylesOnde histórias criam vida. Descubra agora