Tinha se passado uma semana desde o show de talentos, Rebeca não olhava na minha cara, Carlos estava sumido e eu estava mais próxima de Jorge algo que não tinha tanta importância no momento quanto eu achei que teria.- Lili? Está me ouvindo? - Jorge estalou os dedos na frente do meu rosto me despertando de meus pensamentos.
Estávamos sentados no meu sofá, tomando chá, como sempre.
- Ah... Oi. O que você estava falando mesmo?
- Então, desde que Gisele terminou comigo me sinto tão leve como se tivesse tirado um peso das minhas costas.
Por incrível que pareça, não me importava muito, mas querendo ou não era meu amigo e ele estava feliz. Independente se eu gosto dele, acho que devia apoiar tal felicidade.
- Que legal...
- Mas tem uma coisa que ainda preciso resolver. - ele sorriu pretensioso.
- O quê? - ele estava estranhamente me assustando.
- E se... A gente tivesse perdido todo esse tempo? Acho que está mais que obivio.
- Não estou entendendo.
- Acho que somos tipo almas gêmeas, saca?
Segurei o riso, que pensamento mais tolo.
- Almas gêmeas?
- Sim, sim. A gente sempre se encontra, você está sempre me ajudando, temos uma conexão ótima. E se...?
- Jorge, você acabou de sair de um relacionamento.
Gisele havia achado um universitário do tipo fútil e bonitão e imediatamente terminou com Jorge. Ele foi chutado com êxito. Arthur ficou feliz pelo fato de eu não precisar dar uma de vilã para isto acontecer e que agora seria meu momento, mas eu realmente não estava tão animada como achei que fosse ficar.
- Sim, mas eu acho que eu gosto de você e você gosta de mim. A gente daria muito certo.
Eu não entendia como eu queria tanto aquilo e agora me dava vontade de rir. Cadê a tal magia que eu passei meses sentindo?
- E se eu fazer bonitinho?
- Como? - ri.
Ele se ajoelhou no tapete e pegou minha mão.
- Lívia, você é linda, inteligente e engraçada. Você é tudo que eu preciso, e eu queria muito ser o que você precisa também. Quer ir ao baile comigo?
Eu queria isso, não queria? Me esforcei, seria o jeito perfeito de perder o BV, e resolver tal problema. Afinal, eu acho que gostava dele então por que não?
- Não gosto de bailes da escola. - ele fez uma cara de cachorro sem dono e senti uma certa pena. - Mas, okay.
Sim, teria um baile na nossa escola, semana que vem. Todos vão com pares. É um baile de primavera, cujo o qual eu iria com Jorge, perfeito, né?
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Eu olhava para todo canto procurando Beca, já que eu não achei ela na escola resolvi ir à sua casa, por mais que ela me expulsasse depois.
Toquei a campainha com medo para ver Rebeca abrindo a porta e depois bate-lá na minha cara.
- Beca, por favor!
Ela abriu a porta, estava aparentemente brava, olhou para mim e disse:
- Você tem um minuto para me convencer a deixar você entrar.
- Primeiro: eu nem ao menos sei o porquê de você estar brava; segundo: eu gosto da nossa amizade, não quero perder fácil assim.
Ela respirou fundo e abriu mais a porta.
- Não me faça te jogar para fora, okay?
- Okay. - sorri.
Lá estávamos nós comendo bolo, sentadas no sofá da sala em silêncio. Eu queria dizer algo, mas a feição de Rebeca estava me amedrontando.
- Não deixei você entrar para comer bolo enquanto me olha com essa cara de tacho.
- Eu só não sei por onde começar.
Ela soltou um suspiro.
- Tudo bem, você nem ao menos sabe o que acontece.
- Então me explica! O porquê de estar tão brava e justo comigo.
- Porque eu gosto do Carlos, Lívia! Que droga!
- Sim, eu sei, mas o que eu tenho a ver?!
- Porque ele gosta de você! Ele te adora! Não para de falar sobre você em nenhum minuto ou de se chatear ao ver você com o babaca do Jorge. Eu queria que ele me visse assim, mas parece que não rola.
- Rebeca, eu já disse que você é mais que isso. - ri. - E sem chance dele gostar de mim, fica despreocupada.
- Livia, eu não contei nenhuma piada para você estar rindo.
- É que pensar que o Jorge fala de mim é algo muito surpreendente, até mesmo engraçado.
- Que bom que você achou engraçado, parece que não entende mesmo.
- Relaxa, Rebeca...
Beca parecia furiosa, eu estava com medo.
- Sai da minha casa, por favor.
- Eu juro que não rio mais. Me desculpa.
- SAI, LIVIA!
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Como perder o BV em seis meses
Roman pour AdolescentsLívia é uma menina BV timída de 16 anos, que nunca sai de casa e não tem nenhum amigo. Certo dia ela conhece Arthur um garoto pegador, não muito popular que é especialista em dar conselhos amorosos. Ao conhecer Lívia, Arthur se revolta pelo fato de...