- Por que eu estaria estranha com você?
-Sei lá, há dias a gente não se fala, e agora você foi super seca.
- Desculpa...Não foi por mal. - disse sentando ao seu lado.
- Tudo bem. E aí vai me oferecer uma xícara de chá?
- Talvez.
- Por favor.
- Okay... - revirei os olhos.
Eu levei as canecas com o chá até o sofá, sentei ao seu lado.
- Você tem irmãos?
Ele franziu a testa e respondeu:
- Sim, mas por que a pergunta?
- Mais novo ou mais velho?
- Mais velho, por quê?
- Por nada.... Você tem cara de ser filho único.
- Me assutou agora, Lili.
- Sério?! Até você tá me chamando assim?!
- Combina contigo, é um apelido fofinho. Agora todo mundo da escola te reconhece por "Lili".
- Todo mundo? Mas quase ninguém me conhece.
- Você devia saber que depois de andar com o Arthur, você ficaria famosa.
- Famosa, como?
- Eles acham que você e o Arthur namoram.
- Por que achariam isso?! Somos amigos, oras, normal.
- Sinceramente? Vocês andam muito colados.
- Que banal.
- Não fique nervosa, Lili. - disse ele provocativo.
- Prefiro Red Chep.
- Como? - ele franziu a testa.
- Carlos me deu esse apelido, achei mais criativo.
- Quem é Carlos?
- Um repetente do terceiro ano.
- O garoto estranho com quem você anda no intervalo, junto com a gótica?
- Ela não é gótica, ela só gosta de azul e preto. E sim, eles mesmos.
- Não devia andar com eles, são estranhos.
- E quem é você para escolher minhas amizades?
Ele deitou no meu colo, deu um sorriso sacana e respondeu:
- Simplesmente, a melhor delas.
O olhei com cara de dúvida.
- Tá muito convencido para o meu gosto. - disse o tirando do meu colo.
- Que grosseira.
- Não, grosseira eu vou ser agora. - falei me levantando. - Já tomou seu chá?
- An? Já tomei, sim... - disse desintedido.
- Então, tchau. - apontei para a porta.
- Isso foi por causa da gótica e do repetente estranho?
- Ela não é gótica, ele não é estranho, e você vai sair porquê a casa é minha e eu tô mandando.
- Que revolta.
Ele saiu.
"Quem Jorge pensa que é?!"
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Aula de história, quem inventou essa merda, sério?!
Sou boa aluna, mas isso é tortura.
Finalmente, intervalo!
- Bom dia, Red Chep.
- Bom dia, Carlos. Cadê a Beca?
- A maluca faltou, disse que tinha de pintar o cabelo urgente.
- Ah...Tinha que ser. - dei um riso fraco.
Sentei ao lado de Carlos na árvore.
Ele era estranho sem Beca por perto, parecia incompleto. Eles seriam um belo casal, e ás vezes parece que Beca gosta dele e ele... Bem, ele é meio indecifravel.
Seria errado eu perguntar? Estavámos sem assunto mesmo...
- Posso fazer uma pergunta?
- A vontade.
- Você e a Beca... Vocês já tiveram algo além dessa amizade toda?
- Não, mas ela já gostou de mim. Porém da minha parte nunca senti nada.
- Certeza? Vocês formariam um belo casal.
- Sim, certeza. A única vez que senti algo por alguém, foi na terceira série, quando eu me tornei amigo da Beca.
- Mas você acabou de dizer que nunca gostou da Beca assim!
- Posso explicar a história? - disse rindo da minha conclusão precipitada.
Eu corei e acenei com a cabeça.
- Enfim, tinha uma garota, eu gostava dela, ela ficou sabendo, me rejeitou por ser estranho, eu fiquei mal e então uma mocinha de mechas azuis veio me perguntar se eu estava bem. Naquele dia Beca me apoiou, e ainda virou a maior inimiga da garota.
- Que fofo! Seria uma ótima história de casal.
- Esquece isso, Lívia. - ele me olhou irritado.
- Desculpa.
- Mas você tem razão, daria uma ótima história de casal.
- Hein?!
Ele sorriu, se levantou e sumiu.
- Finalmente ele saiu. - Jorge disse se sentando ao meu lado.
Automaticamente fechei a cara, ainda estava brava com ele.
- Oi Lili. - ignorei - Não vai me responder?
- Ah... Desculpa! Eu não sabia que você gostava de falar com estranhos! - me levantei.
Eu ia em direção ao refeitório até que ele agarrou meu pulso.
- Livía, por favor!
Olhei para o meu pulso, depois para ele.
- Me solta.
- Só se você me escutar.
- Não quero, agora me solta.
Carlos apareceu atrás de Jorge e tentou entender a situação, ele avançou para tentar falar algo, mas eu mandei ele recuar com o olhar. Eu podia não estar numa situação confortavel, mas não queria bancar a princesa indefesa.
- Jorge, se eu quisesse te escutar eu falava, mas eu não quero, então solta a porcaria do meu pulso.
- Ta bom. - ele fez sinal de redenção. - Mais tarde a gente se fala.
Revirei os olhos e encostei na parede.
- Red Chep? Tudo bem?
- Sim.
- O que aconteceu?
- Ele me irritou, ele foi esnobe com a gente, e eu odeio gente esnobe. - sorri sem mostrar os dentes.
- Por isso que eu te adoro, vem, vamos para a sala. - ele passou o braço pelo meu pescoço.
- Mas você não estuda para o outro lado?
- Você vai pra sala, eu vou matar aula no jardim.
- Posso ir junto?
- Tem certeza? Normalmente faria isso com Beca, mas ela resolveu faltar justo hoje.
- Sim, odeio aula de Ed. Física.
- Então vamos...
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Como perder o BV em seis meses
Ficção AdolescenteLívia é uma menina BV timída de 16 anos, que nunca sai de casa e não tem nenhum amigo. Certo dia ela conhece Arthur um garoto pegador, não muito popular que é especialista em dar conselhos amorosos. Ao conhecer Lívia, Arthur se revolta pelo fato de...