Capitulo 17

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- Por que eu estaria estranha com você?

-Sei lá, há dias a gente não se fala,  e agora você foi super seca.

- Desculpa...Não foi por mal. - disse sentando ao seu lado.

- Tudo bem. E aí vai me oferecer uma xícara de chá?

- Talvez.

- Por favor.

- Okay... - revirei os olhos.

Eu levei as canecas com o chá até o sofá, sentei ao seu lado.

- Você tem irmãos?

Ele franziu a testa e respondeu:

- Sim, mas por que a pergunta?

- Mais novo ou mais velho?

- Mais velho, por quê?

- Por nada.... Você tem cara de ser filho único.

- Me assutou agora, Lili.

- Sério?! Até você tá me chamando assim?!

- Combina contigo, é um apelido fofinho. Agora todo mundo da escola te reconhece por "Lili".

- Todo mundo? Mas quase ninguém me conhece.

- Você devia saber que depois de andar com o Arthur, você ficaria famosa.

- Famosa, como?

- Eles acham que você e o Arthur namoram.

- Por que achariam isso?! Somos amigos, oras, normal.

- Sinceramente? Vocês andam muito colados.

- Que banal.

- Não fique nervosa, Lili. - disse ele provocativo.

- Prefiro Red Chep.

- Como? - ele franziu a testa.

- Carlos me deu esse apelido, achei mais criativo.

- Quem é Carlos?

- Um repetente do terceiro ano.

- O garoto estranho com quem você anda no intervalo, junto com a gótica?

- Ela não é gótica, ela só gosta de azul e preto. E sim, eles mesmos.

- Não devia andar com eles, são estranhos.

- E quem é você para escolher minhas amizades?

Ele deitou no meu colo, deu um sorriso sacana e respondeu:

- Simplesmente, a melhor delas.

O olhei com cara de dúvida.

- Tá muito convencido para o meu gosto. - disse o tirando do meu colo.

- Que grosseira.

- Não, grosseira eu vou ser agora. - falei me levantando. - Já tomou seu chá?

- An? Já tomei, sim... - disse desintedido.

- Então, tchau. - apontei para a porta.

- Isso foi por causa da gótica e do repetente estranho?

- Ela não é gótica, ele não é estranho, e você vai sair porquê a casa é minha e eu tô mandando.

- Que revolta.

Ele saiu.

"Quem Jorge pensa que é?!"

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Aula de história, quem inventou essa merda, sério?!

Sou boa aluna, mas isso é tortura.

Finalmente, intervalo!

- Bom dia, Red Chep.

- Bom dia, Carlos. Cadê a Beca?

- A maluca faltou, disse que tinha de pintar o cabelo urgente.

- Ah...Tinha que ser. - dei um riso fraco.

Sentei ao lado de Carlos na árvore.

Ele era estranho sem Beca por perto, parecia incompleto. Eles seriam um belo casal, e ás vezes parece que Beca gosta dele e ele... Bem, ele é meio indecifravel.

Seria errado eu perguntar? Estavámos sem assunto mesmo...

- Posso fazer uma pergunta?

- A vontade.

- Você e a Beca... Vocês já tiveram algo além dessa amizade toda?

- Não, mas ela já gostou de mim. Porém da minha parte nunca senti nada.

- Certeza? Vocês formariam um belo casal.

- Sim, certeza. A única vez que senti algo por alguém, foi na terceira série, quando eu me tornei amigo da Beca.

- Mas você acabou de dizer que nunca gostou da Beca assim!

- Posso explicar a história? - disse rindo da minha conclusão precipitada.

Eu corei e acenei com a cabeça.

- Enfim, tinha uma garota, eu gostava dela, ela ficou sabendo, me rejeitou por ser estranho, eu fiquei mal e então uma mocinha de mechas azuis veio me perguntar se eu estava bem. Naquele dia Beca me apoiou, e ainda virou a maior inimiga da garota.

- Que fofo! Seria uma ótima história de casal.

- Esquece isso, Lívia. - ele me olhou irritado.

- Desculpa.

- Mas você tem razão, daria uma ótima história de casal.

- Hein?!

Ele sorriu, se levantou e sumiu.

- Finalmente ele saiu. - Jorge disse se sentando ao meu lado.

Automaticamente fechei a cara, ainda estava brava com ele.

- Oi Lili. - ignorei - Não vai me responder?

- Ah... Desculpa! Eu não sabia que você gostava de falar com estranhos! - me levantei.

Eu ia em direção ao refeitório até que ele agarrou meu pulso.

- Livía, por favor!

Olhei para o meu pulso, depois para ele.

- Me solta.

- Só se você me escutar.

- Não quero, agora me solta.

Carlos apareceu atrás de Jorge e tentou entender a situação, ele avançou para tentar falar algo, mas eu mandei ele recuar com o olhar. Eu podia não estar numa situação confortavel, mas não queria bancar a princesa indefesa.

- Jorge, se eu quisesse te escutar eu falava, mas eu não quero, então solta a porcaria do meu pulso.

- Ta bom. - ele fez sinal de redenção. - Mais tarde a gente se fala.

Revirei os olhos e encostei na parede.

- Red Chep? Tudo bem?

- Sim.

- O que aconteceu?

- Ele me irritou, ele foi esnobe com a gente, e eu odeio gente esnobe. - sorri sem mostrar os dentes.

- Por isso que eu te adoro, vem, vamos para a sala. - ele passou o braço pelo meu pescoço.

- Mas você não estuda para o outro lado?

- Você vai pra sala, eu vou matar aula no jardim.

- Posso ir junto?

- Tem certeza? Normalmente faria isso com Beca, mas ela resolveu faltar justo hoje.

- Sim, odeio aula de Ed. Física.

- Então vamos...

Como perder o BV em seis mesesOnde histórias criam vida. Descubra agora