Capitulo 18

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Estavámos no jardim, sentados na grama olhando para o céu, não trocavámos um olhar se quer.

Carlos puxou um cigarro do bolso, acendeu com um isqueiro que estava escondido nas folhas do jardim, então tragou.

- Isso é maconha?

Ele assentiu com a cabeça.

- É bom?

Ele assentiu novamente.

- Posso fumar também?

Ele riu, e negou com a cabeça, em seguida soltou a fumaça pela boca.

- Oras, por que não?!

- Você é a Red Chep, é doce, inocente, as vezes meio chata, mas inteligente demais para fazer uma besteiras dessas.

- Se é uma besteira, então por que faz? - perguntei indgnada.

- Porque eu sou idiota. - falou lentamente e sorriu sarcástico para mim.

Nunca havia reparado no sorriso de Carlos, era perfeitamente alinhado e charmoso.

- Não te acho idiota.

- Claro que não, você não me conhece.

- Claro que conheço.

- Então quem sou eu?

Ele falava tão lentamente, parecia que as palavras estavam na mesma velocidade em que a fumaça sumia.

- Carlos, ué.

- Não minha querida, eu sou Carlos Eduardo de Oliveira. Sou a decepção da minha familía, herói da minha irmã mais nova, enfermeiro da minha mãe drogada, e deserdado pelo pai. Não sou sentimental, porém gosto de abraços, sou protetor, sou isolado naturalmente, e não sou tão estranho. E fumo maconha, não porquê é legal, não por causa do efeito, mas é a única que eu faço sem pensar em nada.

- Uau. Me desculpe.

- Tudo bem, você não tinha como saber.

- Você não sabe, afinal, não me conhece também.

- Então, quem és tu?

Ele começou a rir, enquanto aquela frase se repetia em minha cabeça, afinal, quem eu era?

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Eu estava na casa de Beca, ela havia me ligado, e lá estava eu fazendo biscoitos amanteigados com Beca.

- Assim tá muito grande, minha margarida. - ela ria enquanto corrigia as bolinhas de massa.

- Desculpa.

- Não precisa se desculpar. E aí como foi seu dia sem mim?

- Foi um dia com o Carlos.

- Ele é um amor, não é mesmo? - ela falou com um sorriso apaixonado.

- Você gosta dele.

- Não! De forma alguma! - exclamou desesperada.

- Não foi uma pergunta. - falei segurando uma risada.

- Por que acha isso?

- Sei lá, parece.

- Você não tem provas.

- Posso fazer um teste então?

- Qual?

- Uma vez eu li num site, que se sua pupila dilata ao ouvir o nome de alguém, você gosta do mesmo. - disse abrindo os olhos de Beca.

- O que você está fazendo?!

- Quero que você pense no Carlos.

- O quê?!

- Se concentra.

- Ta bom.

- O Carlos é um amor, não? - disse com um sorriso confiante.

- Sim.... - ela soltou o mesmo sorriso apaixonado.

As pupilas dela dilataram numa velocidade absurda.

- Dilatou! Dilatou!

- Sério?

- Sim. - sorri de orelha a orelha.

- Que... Que droga!

- Como assim?!

- Eu não posso gostar dele, minha doce margarida. - ela passou a mão carinhosamente pelo meus rosto. - Ele não gosta de mim dessa forma, sempre será assim, e gostar dele pode afetar a minha amizade com ele. - disse colocando a massa no forno.

Ela sentou no sofá com uma cara tristonha.

Deitei minha cabeça em seu colo e ela começou a fazer carinho nos meus cabelos.

- Não fique triste. Ele pode não notar a pessoa incrivel que você é, ou pode simplesmente não notar. Mas vai ter um cara que vai notar, é só esperar.

- Quem vê pensa que já teve mil decepções amorosas. - ela riu fraco.

- E quem disse que eu já não tive? Ser BV não me impede de gostar, namorar ou sei lá!

- Eaí, quais foram as decepções?

- Tinha um garoto no oitavo ano, ele era lindo e simpático também, eu era tremendamente apaixonada por ele. Ele era meu melhor amigo. A gente compartilhava de tudo, desde o divórcio dos meus pais, até a cor do aparelho dele. Eu tomei coragem e fiz uma declaração com uma musiquinha, ele disse que sentia o mesmo. No dia seguinte, eu estava feliz, estava louca para encontra - lo, então ele estava beijando a ex dele, eles haviam voltado.

- Uou. Que história.

- Típico drama adolescente, acho que ele partiu meu coração, nunca mais falei com ele.

- Ah minha Margarida, isso acontece.

- É... Você já viu Carlos com outras garotas?

- Uma ou duas vezes.

- Você sentiu cíumes?

- Senti, mas não fiz nada sobre. Carlos não me pertence, não tenho esse direito. Mas admito que é um cíume mortal. - ela riu.

- Não sente cíumes de eu com ele, certo? - perguntei assustada.

- Claro que não, você é minha amiga.

Sorri aliviada.

- Está sentindo esse cheiro?

- De alivío?

- Não! OS BISCOITOS!

Ela correu desesperada em direção o forno.









Como perder o BV em seis mesesOnde histórias criam vida. Descubra agora