Estavámos no jardim, sentados na grama olhando para o céu, não trocavámos um olhar se quer.
Carlos puxou um cigarro do bolso, acendeu com um isqueiro que estava escondido nas folhas do jardim, então tragou.
- Isso é maconha?
Ele assentiu com a cabeça.
- É bom?
Ele assentiu novamente.
- Posso fumar também?
Ele riu, e negou com a cabeça, em seguida soltou a fumaça pela boca.
- Oras, por que não?!
- Você é a Red Chep, é doce, inocente, as vezes meio chata, mas inteligente demais para fazer uma besteiras dessas.
- Se é uma besteira, então por que faz? - perguntei indgnada.
- Porque eu sou idiota. - falou lentamente e sorriu sarcástico para mim.
Nunca havia reparado no sorriso de Carlos, era perfeitamente alinhado e charmoso.
- Não te acho idiota.
- Claro que não, você não me conhece.
- Claro que conheço.
- Então quem sou eu?
Ele falava tão lentamente, parecia que as palavras estavam na mesma velocidade em que a fumaça sumia.
- Carlos, ué.
- Não minha querida, eu sou Carlos Eduardo de Oliveira. Sou a decepção da minha familía, herói da minha irmã mais nova, enfermeiro da minha mãe drogada, e deserdado pelo pai. Não sou sentimental, porém gosto de abraços, sou protetor, sou isolado naturalmente, e não sou tão estranho. E fumo maconha, não porquê é legal, não por causa do efeito, mas é a única que eu faço sem pensar em nada.
- Uau. Me desculpe.
- Tudo bem, você não tinha como saber.
- Você não sabe, afinal, não me conhece também.
- Então, quem és tu?
Ele começou a rir, enquanto aquela frase se repetia em minha cabeça, afinal, quem eu era?
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Eu estava na casa de Beca, ela havia me ligado, e lá estava eu fazendo biscoitos amanteigados com Beca.
- Assim tá muito grande, minha margarida. - ela ria enquanto corrigia as bolinhas de massa.
- Desculpa.
- Não precisa se desculpar. E aí como foi seu dia sem mim?
- Foi um dia com o Carlos.
- Ele é um amor, não é mesmo? - ela falou com um sorriso apaixonado.
- Você gosta dele.
- Não! De forma alguma! - exclamou desesperada.
- Não foi uma pergunta. - falei segurando uma risada.
- Por que acha isso?
- Sei lá, parece.
- Você não tem provas.
- Posso fazer um teste então?
- Qual?
- Uma vez eu li num site, que se sua pupila dilata ao ouvir o nome de alguém, você gosta do mesmo. - disse abrindo os olhos de Beca.
- O que você está fazendo?!
- Quero que você pense no Carlos.
- O quê?!
- Se concentra.
- Ta bom.
- O Carlos é um amor, não? - disse com um sorriso confiante.
- Sim.... - ela soltou o mesmo sorriso apaixonado.
As pupilas dela dilataram numa velocidade absurda.
- Dilatou! Dilatou!
- Sério?
- Sim. - sorri de orelha a orelha.
- Que... Que droga!
- Como assim?!
- Eu não posso gostar dele, minha doce margarida. - ela passou a mão carinhosamente pelo meus rosto. - Ele não gosta de mim dessa forma, sempre será assim, e gostar dele pode afetar a minha amizade com ele. - disse colocando a massa no forno.
Ela sentou no sofá com uma cara tristonha.
Deitei minha cabeça em seu colo e ela começou a fazer carinho nos meus cabelos.
- Não fique triste. Ele pode não notar a pessoa incrivel que você é, ou pode simplesmente não notar. Mas vai ter um cara que vai notar, é só esperar.
- Quem vê pensa que já teve mil decepções amorosas. - ela riu fraco.
- E quem disse que eu já não tive? Ser BV não me impede de gostar, namorar ou sei lá!
- Eaí, quais foram as decepções?
- Tinha um garoto no oitavo ano, ele era lindo e simpático também, eu era tremendamente apaixonada por ele. Ele era meu melhor amigo. A gente compartilhava de tudo, desde o divórcio dos meus pais, até a cor do aparelho dele. Eu tomei coragem e fiz uma declaração com uma musiquinha, ele disse que sentia o mesmo. No dia seguinte, eu estava feliz, estava louca para encontra - lo, então ele estava beijando a ex dele, eles haviam voltado.
- Uou. Que história.
- Típico drama adolescente, acho que ele partiu meu coração, nunca mais falei com ele.
- Ah minha Margarida, isso acontece.
- É... Você já viu Carlos com outras garotas?
- Uma ou duas vezes.
- Você sentiu cíumes?
- Senti, mas não fiz nada sobre. Carlos não me pertence, não tenho esse direito. Mas admito que é um cíume mortal. - ela riu.
- Não sente cíumes de eu com ele, certo? - perguntei assustada.
- Claro que não, você é minha amiga.
Sorri aliviada.
- Está sentindo esse cheiro?
- De alivío?
- Não! OS BISCOITOS!
Ela correu desesperada em direção o forno.
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Como perder o BV em seis meses
Teen FictionLívia é uma menina BV timída de 16 anos, que nunca sai de casa e não tem nenhum amigo. Certo dia ela conhece Arthur um garoto pegador, não muito popular que é especialista em dar conselhos amorosos. Ao conhecer Lívia, Arthur se revolta pelo fato de...