Coração em Chamas (Degustação)

O caminho da desavença

A Legião da Magia é a maior organização de feiticeiros, bruxos e magos do universo. Seus líderes, os anciões da magia, são considerados os principais responsáveis pela manutenção da paz e da ordem. Todavia, além da Legião, existem outras organizações mágicas importantes para a regulamentação das práticas mágicas e preservação do equilíbrio da natureza. Tais como, a Ordem de Merlim, fundada pelo mago Merlim. A organização dos monges guardiões de Mora, liderados pelos sábios monges nômades Sahasrara. Dentre muitos outros grupos, que apesar de possuírem alguns métodos diferentes, partilham do mesmo desejo de manter a paz. Porém, o grupo que nos interessa agora são os Druídas de Eldara – quase extintos pela guerra travada contra a Imperatriz Gandara.

Druídas são devotados a proteger a natureza, portanto, aprendem a ter uma forte ligação com ela. O que eles chamam de mundo natural é o que há de mais sagrado e válido a se proteger.

Graças à ligação com a natureza, são capazes de realizar feitos como os xamanistas – que canalizam a energia natural através de seus corpos e a utiliza como uma poderosa aliada. Mas os Druídas vão muito além, pois eles são capazes de se tornarem um só com a natureza. Essa união é algo que permite uma série de habilidades, como ser capaz de se comunicar com os animais, mesmo que por linguagem não verbal, entendendo seus sentimentos e até podendo assumir a forma deles.

A filosofia dos Druídas de Eldara é de preservar a natureza virgem e conscientizar governos e pessoas de todos os tipos sobre o uso correto dos recursos naturais.

O castelo de Miraguen, no planeta Mira, é onde se encontra a escola dos Druídas de Eldara. Trata-se de um castelo de pedra cercado por uma floresta densa e bem afastado da civilização.

É um dia muito especial no castelo, o dia do teste de graduação para os alunos que estão prestes a concluir o primeiro ano de formação acadêmica. O avaliador Vanur se apresenta perante a turma de aspirantes a Druidas:

– Bem-vindos, alunos do primeiro ano! – diz o avaliador em tom cordial, enquanto entra na sala de aula e se posiciona à visão de todos. Os jovens que ali se encontram o observam. – Hoje realizaremos o último teste de admissão. Sou o avaliador Vanur e aplicarei uma prova prática.

O avaliador é um homem baixo e bastante idoso, possuí uma barbicha e cabelos grisalhos compridos. Ele pega um livro que estava em cima de uma mesa e começa a folheá-lo para checar alguma coisa.

Os alunos cochicham uns com os outros – bastante nervosos com a expectativa para a prova de admissão, mas os cochichos são imediatamente interrompidos pelo avaliador.

– Silêncio! Todos prestem atenção nas seguintes instruções! – diz o ancião e toda a turma silencia o burburinho. – A prova é individual e será realizada no pátio oeste, então peço a todos vocês que me acompanhem. Não levem nada consigo, neste teste precisarão apenas do conhecimento adquirido ao longo de todo o ano de ensino.

Todos os alunos seguem o avaliador idoso, andando pelos corredores do castelo e descendo várias escadas. A idade da turma está na faixa dos doze a quatorze anos. Alguns alunos aparentam bastante segurança ao ponto de serem arrogantes, mas outros alunos se mantêm calados e com expressões preocupadas, o que é o caso de nosso protagonista:

Um garoto de apenas treze anos que usa óculos muito grandes e quadrados, suas características mais marcantes são: cabelo curto de cor castanho-escuro, pele morena e corpo magro. Ele traja uma túnica longa com a parte de cima se assemelhando muito a um quimono, com golas de cor roxo-escura com um contorno vermelho. O resto do traje é azul, com o detalhe de brasões dourados nas extremidades das mangas compridas. Seu nome é Ranulf.