- Ela vai ficar pronta na sexta pela tarde.
- Ótimo, pego antes de fechar aqui.
- Denny, sabe que pode vir à qualquer horário.
O Caio, mecânico, dono da oficina, me dava seu sorriso sacana. Ele é gostoso e alguns serviços que ele faz na minha estradeira acabam sendo pagos de uma maneira até gostosa. Eu tento lhe repassar dinheiro, mas ele estorna meu cartão em seguida.
Sabia que esse seria um desses dias. Assim, vim de saia curta e sem calcinha. Aproveitei que chovia e vesti a capa de chuva, permitindo que meu look matador, completado com as botas cano alto, matasse esse cara na minha frente. Me sentei no balcão de propósito, em frente de onde ele trabalhava e distraidamente com o celular, deixei ele ter uma visão do que estava entre minhas pernas. Ele dispensou rapidinho os outros funcionários.
Com toda a certeza do mundo adoro motos, adoro caras decididos, adoro mecânicos e adoro causar frisson desse tipo.
Ele conhece os meninos do Rio, sempre que tem competições nacionais eles dividem a garagem, foi assim que o conheci. A Star Motors Rio estava se tornando uma das maiores produtoras de eventos motociclismo, me orgulhando de ter estado lá no início de tudo. Nos boxes, sempre nos batíamos. Entre eu e o Caio rolava um flerte gostoso, que nunca passou de frases abusadas de duplo sentido, até eu morar aqui. Quando vim para cá, sabia quem cuidaria de minhas máquinas. Minha moto e eu.
Observei de canto de olho ele levantando para lavar as mãos. Fingia está concentrada no celular, mas na verdade, sentada nesta bancada de saia, fazia o jogo perigoso de seduzir um cara muito maior do que eu, em um lugar inadequadamente arrumado.
O som da água caindo na pia me indicava quanto tempo tinha até ele me alcançar no balcão. Estava ansiosa, esperando, excitada e completamente molhada.
- Os meninos do Rio chegam na quinta-feira.
- Eu sei, o Mau e a família ficarão lá em casa – fingia tédio com a conversa.
- Dois deles ficarão comigo, as duas bichas do Cesar e do Paolo.
Ele se encaixou em minha frente, passeando os dedos da mão da bota para o joelho e depois para minhas coxas, no entanto, não deixei o celular de lado, fingi que não me importava, apesar dos pelos ouriçados do meu corpo apontando outra coisa.
- Eles não são gays.
- Claro que são, me perguntaram se tenho chuveiro quente em casa.
Ele me puxou contra ele, me fazendo sorrir.
- Chuveiro com água quente é bom.
- Só deixo esse luxo para as princesas que compartilham minha cama.
Fiz cara de zangada.
- São muitas princesas? – fiz cara feia.
- Por enquanto a rainha não se decide, fazer o quê? Brinco com as princesas.
Ele me beijou de forma bruta e me encaixei em seu corpo, entrelaçando as pernas ao redor de sua cintura.
- Porra, quando você vai...– sabia que ele ia me perguntar algo que não responderia.
Assim, apertei mais minhas pernas em sua cintura e puxei o lóbulo de sua orelha com os dentes.
- Apenas me coma gostoso – sussurrei.
- Você é foda.
Ele se livrou do macacão me dando a visão de seu corpo esculpido pela atividade física da oficina e uns ferros puxados ocasionalmente na academia improvisada nos fundos. Vistia por debaixo uma bermuda com cueca que teve o mesmo destino do macacão, o chão.
Lambi os lábios e abri mais as pernas.
- Vem gostoso.
Ele sorriu de forma matadora, colocou a camisinha que estava em sua mão e veio com tudo para cima de mim.
Não pediu muita licença e me preencheu completamente, beijando meus lábios e pescoço. Adorava ouvir os palavrões no meu ouvido ao mesmo tempo que fazia o movimento de vai-e-vem.
Me fez descer do balcão derrubando uns objetos e ficar de costas para ele. Terminou de levantar minha saia, passou a mão em minha bunda e me deu um tapa recebido com um gritinho e um gemido.
- Gosta disso, né?
- Muito – senti outro do lado quente após o estalo, me arrepiando.
Empinei mais a bunda. Ele se debruçou em mim, mordeu meu pescoço e novamente meteu em mim, piedade. Nossos gemidos preencheram o local vazio, só competindo com os ruídos do ranger do balcão que balançava ao nosso ritmo.
Gozamos juntos, como era de se esperar. Ele acariciava minhas costas meio descobertas da blusa que vestia, se recuperando de mais uma. Senti seu membro amolecer em mim e me mexi para ele sair de vez. Fluidos meus escorreram pela perna e quando me virei ele estava me analisando, retirando o látex de seu membro à meio mastro agora.
- Queria te pagar um jantar e te fazer dormir comigo, em minha casa.
Desci a saia depois de me secar com uma flanela limpa que ele tinha me jogado um pouco antes.
- Você sabe que comigo não funciona assim.
- Bem, tenho que tentar. Quem sabe, um dia você se cansa e vai querer romantismo.
Sorri.
- Você é uma graça, Caio. Guarda seu romantismo para uma princesa ou uma rainha que mereçam.
Ele deu um leve sorriso.
- Um dia vou te ver arrastando a sua bela asa por um cara, ou uma mulher – ele deu de ombros - e, se não for eu o noivo, estarei na primeira fila da igreja, filmando a cena.
Fiz uma careta.
- Preciso ir gato. Sexta te pago o serviço?
- Só se fomos jantar.
Ele se aproximou de mim depois que vestiu a bermuda. Passei os dedos no seu tórax suado.
- Vamos lá, uma pizza, com uma cerveja.
Revirei os olhos.
- Vamos ver, certo? – ele beijou o canto de minha boca – se aceitar, não vou dormir com você, ok?
- Com medo de se apaixonar? Sou um cara legal.
- Eu sei que você é, e é por isso mesmo tenho meso de te quebrar.
Ele deu um sorriso matreiro. Dei-lhe um beijo no rosto, peguei minha bolsa e esperei que ele me seguisse, para pegar um táxi.
Era sempre assim, a nossa foda sensacional na oficina terminava com promessas de proteção ao coração.

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O Coração de Denise
RomanceDenise resolveu largar tudo que conhecia no Rio, depois de uma passagem turbulenta pela Europa e apostou em um recomeço ao lado de novas pessoas. Reconstruindo laços afetivos ela deixa muita coisa trancada, intocada, até uma noite em um plantão turb...