Capítulo XXX - What you're waiting for?

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Meu corpo se encaixava perfeitamente nos braços de Turner. Era como se havíamos sido moldados um para o outro.

Me perguntava se ele podia sentir a onda de calor que passeava pelo meu corpo. O ar estava tão pesado de se respirar, minhas costelas mal conseguiam acompanhar o movimento de meus pulmões e parecia que iram ceder a qualquer momento.

Minha visão mantinha-se baixa, confusa e perdida. Quando ousei levantá-la um pouco se quer, consegui ver apenas o maxilar do vocalista e os cantos de sua boca se elevando em um sorriso de desejo e vitória.

Ele sabia o que estava fazendo comigo.

Era preciso parar. Como fui tão fácil? Como deixei chegar a tal ponto?

Meu celular começou a vibrar na minha bolsa, o que era perfeito. Cortei o clima ao ter forças para me desprender dele e pegar o objeto. Alex me olhava confuso e desapontado. Suas mãos estavam estendidas ao ar e seu maxilar firmemente tensionado. "Você realmente parou para isso?" era o que ele queria dizer.

A tela se acendeu em minha frente, mas não tive tempo de ler as mensagens que haviam chegado, pois Al tirou-o da minha mão, voltando a me beijar logo em seguida.

"A-alex..." Murmurei entre o beijo. "Acho...que...devemos...parar..."

Ele não me deixava finalizar nenhuma frase e se divertia com isso ao explorar meu pescoço e bochechas.

Claro que o desejo movia-o quase por completo, mas seus olhos estavam brilhando como nunca e denunciavam a mesma felicidade que vi nele quando, há muito tempo atrás, fomos a um parque de diversões com os meninos.

"Uhm..." Al limpou sua garganta e se recompôs e eu retomei o fôlego. Na cozinha, podíamos ouvir Matt, Halsey e Rob tomando café e rindo, casualmente.

"Cereja, nós..." Ele começou, sendo interrompido novamente por meu celular que vibrou em sua mão.

Incomodado, o vocalista olhou para a tela. Seu cenho franzido desmanchou-se e seu rosto perdeu toda a glória que antes havia nele. Uma grande lágrima saiu do seu olho direito, correndo veloz como um raio sobre sua bochecha e então caindo até o carpete.

Seu dedo deslizou pela tela alguma vezes antes de devolver o objeto para mim.

"Não estou surpreso." Foram as últimas palavras que Alex disse ao sair pela porta principal da casa e mergulhar na escuridão da noite.

Sem entender, olhei os textos. Todos eram do app onde comprei minha passagem para ir embora naquela mesma noite e confirmavam horário, data, local, número do assento...

Meu plano de deixar Sheffield e a banda já não era mais um segredo.

Caminhei até a porta e procurei sua figura pelo jardim. A única coisa que ainda entregava sua presença próximo ao Mustang branco era o brilho de sua jaqueta e o fogo em seu cigarro.

Eu não conseguia tirar os olhos dele, brava comigo mesmo por tê-lo magoado e ainda pessoalmente. A brisa fria e contínua que vinha de fora estava deixando minha pele em tons de vermelho e roxo, quando Matt apareceu.

Ele ouviu Al deixando o local e conhecia seu melhor amigo como ninguém, conhecia até como ele agia quando alguma coisa ruim o perturbava.

Porém, mais importante: Matt me conhecia.

O baterista olhou em meus olhos e apenas somou 1+1.

"Foi uma péssima ideia deixar vocês dois sozinhos, não é? Eu deveria ter adivinhado." Ele sorriu para me confortar e me abraçou. "Vamos dar um jeito nisso, ok?"

Além das Fotografias - Alex Turner [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora