Capítulo XVI - His worst nightmare

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POV Cereja

Alex respirou fundo, sua cabeça estava baixa para controlar a raiva.

"Ok, você já nos encontrou. Que tal dar meia volta e ir embora?" Ele enconstou-se na pedra e cruzou os braços, lançando para Miguel um olhar de desprezo.

"Cuidado com o que diz, Turner. Agora, venham comigo."

Os dois começaram a se aproximar. Meu peito pesou com o medo, os punhos cerrados de Al denunciavam o início de uma briga.

Tentei segurá-lo ela manga de sua jaqueta, mas ele puxou seu braço com violência.

"Alex, por favor, vamos voltar com ele. É o certo. " Me coloquei entre os dois, tentando impedir o início qualquer agressão.

Embora meus olhos estivessem fixos nos de Al, os dele possuíam fogo ao olhar para Miguel. Minhas mãos tocaram seu peito, tentando chamar sua atenção e pará-lo, mas seu cenho franzido não era o que eu conhecia, era diferente e me dava medo. Seus ombros tensos, a veia em seu pescoço...

Foi tudo o que vi antes de bater minha cabeça no chão. O calor do areia possuiu meu corpo rapidamente, tornando a temperatura insuportável e a poeira invadiu meu nariz. Um liquido quente escorreu por minha nuca e minha bochecha foi arranhada pelas pequenas pedras do local.

O que havia acontecido? Alexander tinha me empurrado só para que eu saísse do caminho de uma briga idiota?

Não... não pode ser

Acordei no andar de cima do ônibus da tour. O ar condicionado congelante me deu uma certa nostalgia e isso me fez dar um sorriso fraco, o qual logo se desfez assim que lembrei de tudo e  percebi que Alex não estava do meu lado. Ele me devia um pedido de desculpas, no mínimo.

Desci as escadas com cuidado, ainda me sentindo tonta, e não encontro ninguém. Onde estava todo mundo? Meus olhos percorriam o local até que pararam sobre um espelho.

Me analisei, observando o sangue seco que cobria os pequenos e doloridos arranhões na minha bochecha.

Eu precisava de algúem. Precisava dele. As lágrimas rapidamente surgiram.

Desabei no sofá. Envolvi meus braços ao meu redor, cansada daquela rotina show, fotos, hotel, ensaio. Senti saudades de LA, do Castiel, da vida monótona.

Eu amava o Alex e amava meu trabalho, mas as vezes a garota de personalidade livre e que também amava arriscar precisava de um descanso para se manter sã.

"Olhe para você... machucada e a beira de chorar."  Não tinha reparado que Miguel havia entrado e me observava em um canto.

"Onde estão os meninos? Onde Alex está?" Perguntei, me encolhendo no sofá, sem confiar mais na presença de Miguel.

"Calma, Cereja. Eu posso te ajudar."

Ele pegou em uma das estantes do ônibus um kit de primeiros socorros que até então eu não havia notado. O lugar ao meu lado no sofá é preenchido por Miguel que leva suas mãos grandes e ásperas até minha bochecha com um algodão cheio de algum líquido.

"Tem muito sangue seco por aqui. Devíamos ir ao médico." O algodão percorreu entre meus cabelos até a parte de trás da minha nuca "Nossa, tem certeza que você está bem?"

"Uhum." Respondi fracamente. Talvez fisicamente eu estivesse bem, porém em relação a sentimentos... "Muito obrigada por cuidar de mim, mas cadê o Al?" Insisti. "Ele deveria estar fazendo isso."

Algumas lágrimas tornam-se incontroláveis e caem.

"Eu não sei, Ce... Mas, como você vê, posso te tratar melhor que ele. Não só agora, além disso."

"Pode mesmo?"

Meus olhos se acenderam ao ver que Alex estava encostado na porta, fumando o que talvez fosse seu décimo cigarro do dia.

"Já pode sair, Miguel" Alexander demandou.

"Qualquer coisa estou lá fora." O novo membro da equipe fala, piscando pra mim em seguida.

"Cereja, como você está?" Seu semblante mudou para sereno e de culpa.

Meu rosto ficou vermelho e meus olhos encharcaram. "P-por que... você não estava aqui quando acordei? Al, você me empurrou? Foi por isso que eu caí?"

"Não, não, Ce. Eu nunca faria isso" - As mãos dele tocaram ao meu rosto e  limparam minhas lágrimas enquanto ele lutava para segurar as suas. - "Tentei te proteger da fúria do Miguel quando ele veio para cima de mim e conseguiu o que queria: socar meu maxilar. Nós dois caímos."

Observei com tristeza o hematoma roxo e vermelho escuro do lado esquerdo do rosto de Al. Aquilo fez meu coração doer.

"E quando vi você inconsciente, não prossegui com a briga. Te trouxe pra cá. Nesse meio tempo, fui dar explicações ao Felix."

Alex tentou mais uma vez esconder suas lágrimas olhando para o lado e  mexendo nervoso em seu cabelo.

Eu o abraço e nós caímos deitados no sofá. Faço carinho nele até seus músculos relaxarem completamente sobre meu colo.

"Seu maxilar parece bem dolorido."

"Não se preocupe." Ele responde e em seguida beija minha testa.

Beijos na testa costumavam me acalmar, mas dessa vez não funcionou. Eu precisava dizer ou eventualmente explodiria se tentasse suportar, e aí seria pior.

"Acho que precisamos conversar..." Um olhar confuso e preocupado tomou conta do rosto dele. "Preciso de um tempo de tudo isso. Preciso respirar, voltar a ter uma vida monótona ou vou enlouquecer. Faz tanto tempo que não falo com Castiel e ele é meu melhor amigo, Alex..."

"O que você quer dizer, Cereja?"

"Quero voltar para LA..."

"Você está colocando um fim em tudo? É isso?" A voz dele se altera, instável e vacilante.

"N-não, escuta..." Tentei sgurar o rosto dele, mas Al pegou meus pulsos antes que eu pudesse. "Digamos que eu vá descansar um pouco."

Senti que estava tratando-o como criança, mas talvez esse fosse i único jeito pelo qual ele entenderia.

"Não sabia que você precisava tirar um descanso da minha companhia, de um risco que decidiu tomar." Al joga meus pulsos em meu colo.

"Não é isso, eu amo você. Demais. E você sabe. Contudo, minha cabeça dói só de pensar em tudo que tem acontecido."

Ele negou com a cabeça e levantou do sofá. Suas mãos, nervosas, correm pelos seus cabelos, puxando-os para trás.

"Eu não esperava que fosse entender..." Comecei a deixar o local embora não realmente quisesse.

De repente Alex me puxou pelo braço. Nossos peitos colidem, formando um abraço.

"Por favor, não..."

Nosso abraço se intensifica, faço alguns carinhos em suas costas e nuca. Ele mergulha no vão entre meu pescoço e clavícula.

A partir disso, eu já considerava relevar tudo.

"Se você for..."

"Shh, não vou a lugar nenhum." Cedi rápido como um raio. O poder que seu amor tinha sobre mim era indiscutível.

Além das Fotografias - Alex Turner [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora