Capítulo XVII - Cause he's a scumbag, dont you know?

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POV Cereja

"Ensaio geral começando em 5 minutos. Cereja, precisamos de você nos bastidores na sala 17."

A voz da produção ecoava pelos auto-falantes. Beijei o rosto de Alex, que pegou sua guitarra para afinar.

"Te vejo daqui a pouco, love." Ele diz e retribui ao beijar minha testa.

Segui em direção a sala 17.

Para que eles precisariam de uma mera fotógrafa nos bastidores aquela hora?

Entrei no lugar, mas não havua ninguém. A sala estava vazia e pouco iluminada.

Será que entrei na sala errada?

Conferi o número na porta. 17.

Estranho.

Dei de ombros ao me conformar e virei me pra sair.

Imediatamente, colidi com alguém alto e forte, pois o impacto não fez com que a pessoa movesse nem um pouco. Em compensação, para mim a colisão foi como um murro.

"Ugh, cuidado por onde anda..." Balbuciei.

"Você quem deveria se cuidar."

"Miguel?"

Ele fecha a porta atrás de si e a tranca.

"O que tá acontecendo?" Meu ritmo cardíaco aumenta e por impulso, procuro Alex pela sala. "Me deixa sair. Agora."

"Shhh, antes nós vamos conversar." Miguel me empurrou até a parede e então, moveu uma mecha de cabelo do meu rosto. "Você é tão linda... O que faz com um cara como Turner?"

Mordi meu lábio inferior, preferindo ficar em silêncio por medo.

"Responda." Sua voz me assustava. Ele não estava brincando

"E-eu amo ele..."

"Ama? As vezes o amor não é suficiente!" Miguel praticamente gritou. Sua saliva alcançou o meu rosto tamanha era a raiva dele. "Eu sei que você quer voltar pra LA, Cerejinha." Engoli em seco. "Se você voltar e largar o babaca do Alex, poderia ser minha."

"Tira sua mão de mim." Proferi assim que a mão dele começou a acariciar minha bochecha.

"Cuidado com o que diz."

"Quando Al e toda a banda souberem quem você é..." Ele me jogou para o chão e eu bati com a cabeça na máquina de café expresso.

"Pode não parecer, mas te conheço. Sei que não vai falar nada pra não sobrecarregá-los ou distraí-los da tour. Você não quer incomodar e estragar tudo, quer? Mesmo que seja isso que faz toda vez."

Algumas lágrimas escorriam sobre minhas bochechas enquanto eu negava com o rosto as suas perguntas.

"Cereja? Você tá ai? O Alex tá preocupado com não sei o quê."

A voz de Felix do outro lado da porta era como música para meus ouvidos.

"Felix? To a-aqui sim. Já vou." Tentei soar o mais natural possível.

"Ele sentiu sua falta, não é? Preocupado por estar sozinha, longe da visão dele. E deveria se preocupar mesmo." Miguel disse assim que me pegou pelos ombros com violência. - "Agora vai, some. Volta para o seu vocalista, ugh."

A ênfase na palavra 'vocalista' com o tom de deboche faz meu coração retorcer dentro de mim.

Corri para fora da porta já destrancada, tentando agir como se nada tivesse acontecido.

Além das Fotografias - Alex Turner [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora