Capítulo XXXI - It's about the stars, girl. - End

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Você decide.

Aquelas palavras ecoaram na minha cabeça repetidamente. Meu cérebro exigia alguma decisão, porém eu estava paralisada.

Nada melhorou quando olhei ao nosso redor: os casais estavam se beijando com paixão. Apertei o celular com força e comprimi minhas pernas uma contra a outra quando Alex lançou um olhar malicioso para mim e arqueou uma de suas sobrancelhas.

Depois de alguns minutos esperando alguma reação minha, Al desistiu. Ao murchar no assento de couro do local, chamou o garçom e pediu uma cerveja. Ele não estava nem um pouco chocado com a minha "escolha" de ficar em silêncio. Para o vocalista, aquilo havia sido de fato o fim.

Observei-o beber a cerveja long neck em segundos, os goles percorrendo sua garganta rapidamente como mísseis mandados para aniquilar o aborrecimento e frustração dele. Quando a bebida havia acabado, Alex bateu a garrafa contra a mesa, causando-me um pequeno susto, e saiu pela porta com seu isqueiro e cigarro na mão.

Minhas mãos ainda encontravam-se fechadas e próximas ao meu peito, devido a como ele saiu, no momento em que ouvi meu nome.

Todos na mesa me olhavam com certa pena, mas Matt, quem havia me chamado, estava sério, quase bravo e eu podia jurar que seus olhos pegavam fogo.

Chega de fugir. Você sabe o que fazer.

Essas palavras vieram a minha mente como se o baterista tivesse se comunicado a partir de telepatia.

Assenti, submissa, e novamente usando o olhar, Matt aprovou quando me levantei da mesa e peguei minha bolsa para seguir o cara que eu amava.

"Alex?" Chamei assim que deixei as portas do lugar para trás e colidi com o vento gélido que rondava o Snake Drink.

O fato de não ter nenhum cheiro de fumaça do cigarro ou sinal dele me preocupava. E se ele houvesse ido embora?

"Alex!" Gritei, mas tudo que parecia ter ali era a escuridão da noite e a estrada. Senti como seu eu fosse a única pessoa daquela cidade. "Por favor..." Implorei, dessa vez baixinho, e uma lágrima escorreu do meu olho.

Andei até o estacionamento, que estava a poucos metros, e chamei mais uma vez.

Nada.

O mustangue branco em que viemos estava intocável, o que me fez entristecer ainda mais. Tudo o que eu queria é que Alex estivesse lá dentro, que nos beijássemos e fôssemos ver mais uma vez as luzes da cidade.

Abracei meu corpo que estava cada vez mais gelado e segui de volta a frente do bar, guiada somente pela luz piscante de um único poste. Forcei meus olhos, tentando enxergá-lo em qualquer brilho que irrompia em meio aquele pesadelo. Busquei o cintilar de sua jaqueta ou o fogo de seu cigarro. O que chegava mais perto disso eram as estrelas.

Resolvi chegar mais perto da estrada e olhar para as duas direções em que ela se estendia. Talvez o vocalista houvesse se afastado do lugar que escolhemos para jantar.

Ao meu lado direito, nada. Nem mesmo uma fagulha de vida. O mesmo sucedeu-se quando olhei para esquerda, exceto por um fato que me chamou muita atenção.

"Monte para observação do céu, estrelas, cometas e eventos astronômicos." Espremi meus olhos para ler o que dizia a placa em frente a uma discreta estradinha de terra que eu não havia notado antes. "Fechado por tempo indeterminado." Continuei com a leitura, achando aquilo ridículo desde que a única coisa que barrava a entrada de qualquer um era uma velha cancela, de um listrado preto e amarelo.

Decepcionada por não encontrar Alex, e com grande amor pelo céu e pelas estrelas, meu peito murchou e meus braços caíram ao lado do meu corpo, sem mais se importar com o frio.

Além das Fotografias - Alex Turner [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora