Capítulo VI - Reckless serenade

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Na hora de fazer o check-in, acabei ficando em um quarto do hotel com o Matt.

O cômodo era lindo e tinha aroma de jasmin. Seus detalhes dourados combinavam com a decoração em cor vinho. O banheiro, enorme, possuía hidromassagem e suas instalações foram feitas de mármore preto.

Alex ficou em um quarto sozinho, que ficava a direita do meu e de Matt, assim como Félix, que estava no final do corredor do andar. Nick e Jamie ficaram com um quarto no andar de cima.

"Final de tarde perfeito pra irmos comemorar a nova tour em algum lugar. Você vem com a gente, Cereja?"

"Matt, eu to cansada..." Esbocei uma carinha triste em busca de ser poupada.

"Você dormiu quase o caminho inteiro." Riu. "Sem desculpas. A equipe precisa estar completa."

Então, descemos a rua e encontramos um bar vintage. Entramos todos, exceto o assessor, que não quis vir. Os meninos não tinham bebido ainda, mas já pareciam bêbados, pois riam escandalosamente alto e falavam diversos palavrões.

"Cala a boca, Jamie. Você é o que mais desafina no vocal, por isso virou guitarrista." Turner implicava ao rir.

"Me desculpa se eu não sei cantar como a porra de uma menininha feito você, Alex." O guitarrista retribuiu.

"Alex, você nem se quer lembra a letra de 505."

Continuou assim até que nosso assessor ligou pedindo que voltássemos, pois amanhã o dia seria cheio e a noite estendera-se por demais.

Ao retornar, Alex não parava de cantar alto na rua, além de esbarrar em nós.

"DO I WANNA KNOW IF THIS FEELING FLOWS BOTH WAYS?" Sua voz e maneiras demonstravam que ele era o mais bêbado entre nós.

De volta ao hotel, cada um nos seus devidos quartos.

Entrei no banheiro e troquei de roupa, me dando conta logo em seguida que havia esquecido de pegar o shorts na mala. E agora? Não queria que Matt me visse vestida só com roupa de baixo e uma camiseta.

Abri uma fresta da porta e percebi que ele, na verdade, já estava dormindo profundamente.

Saindo discretamente de lá, minha cabeça reclamava de dor, graças a alguns drinks que tomei.  Esse incômodo me fez lembrar que havia um filtro de água localizado lá fora, próximo da porta. Como estava tarde, saí sem pegar a vestimenta. Afinal quem poderia me ver a essa hora? Eu só iria pegar um copo de água.

Enchia o copo de plástico com o líquido e ouvi uma porta se abrir: a de Alexander.

Droga!

Corri para a minha, mas já era tarde demais.

"Cereja?" Se apoiou na guarnição da entrada, visivelmente com mais ressaca do que eu.

Constrangida, tentei me cobrir com a camiseta o máximo que dava.

"Não precisa se esconder. Eu já vi." O tom era de indiferença, como se fosse natural para o vocalista me ver assim. "Tente não sair assim do quarto. Hoje sou eu quem vê, amanhã pode ser um tarado qualquer." Alex piscou para mim e chegou mais perto. Estávamos eu e ele de frente para meu quarto.

Mordi meu lábio inferior ao olhar para o chão, mas ele levantou meu queixo, forçando-me a olhá-lo. De repente, Alex abriu a porta e nos empurrou para dentro, fechando-a logo depois. Com o efeito da inércia, meu corpo avançou, colidindo ao dele, que abraçou minha cintura.

Alguns segundos se passaram em total silêncio. Matt ameaçou acordar, movendo-se e suspirando. Logo, voltamos ao corredor. Minha mão estava grudada a de Turner.

"O que foi isso? Quase acordamos o Matt, Alex."

"Desculpa, tinha um grupo de caras subindo a escada. Eu não queria que te vissem vestida assim." O vocalista sussurrou.

"Vamos dormir antes que alguém acorde e veja... Boa noite." Respondi, desconfiada de sua atitude e confusa. Tratava-se de proteção ou tentação?

"Te vejo amanhã, love. Dorme bem." Ele repetiu a mensagem que me mandou aquela noite.

Eu ri e soquei seu ombro de leve. Com uma careta, fechei a porta.

Além das Fotografias - Alex Turner [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora