14 | PLANO INFALÍVEL

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Meu pai sempre dizia que mente vazia é oficina do capeta, e eu custei a compreender o que esse típico ditado popular significava

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Meu pai sempre dizia que mente vazia é oficina do capeta, e eu custei a compreender o que esse típico ditado popular significava. Neste momento não só entendo, como também consigo me identificar nesta tal frase. O dia de ontem foi um separador de algumas, tivemos uma trégua, Anne e eu fizemos as pazes, consegui resolver o problema da construtora e ainda descobri que a senhorita Brandt sente ciúmes de mim.

Sim, vocês não entenderam errado. Tenho quase a total certeza que Anne estava morrendo de ciúmes quando a Lohane veio falar comigo, o que não faz muito sentido já que ela desfila por aí com seu noivinho mequetrefe. Fora que nem é preciso ter ciúmes da Lohane, fomos colegas da escola, ficamos algumas vezes e depois que saímos do ensino médio cada qual seguiu seu caminho. Não temos e nem nunca tivemos intimidade nesse tempo todo que nos conhecemos, mas quando percebi que Anne estava incomodada tive que me aproveitar bem da situação.

Porque isso?

É impossível negarmos a tensão que temos quando estamos juntos, começamos com o pé errado, mesmo com todas aquelas disputas infantis não consigo me opor a esse sentimento de desejo. Gostava de dizer que não tinha tipo de mulher, mas é uma grande mentira, Anne é meu tipo, e agora com essa hipótese de ela também se sentir atraída, só aumenta as chances do panaca do noivo dela levar um par de chifres, já que ele não dá conta do avião que está em sua posse.

Se eu disser que passei a noite em claro pensando no assunto, não seria novidades que amanheci resignado a tirar a prova dos noves.

— Você só pode estar de brincadeira...— Nicholas me repreende logo após eu terminar de contar meu simples plano. Nem sei porque envolvo meu irmão nessa, ele é um cagão, todo certinho, está explicado porque quase sempre deixo ele por fora das coisas, por isso conto só o que convém, se eu disser tudo que aconteceu e explicar a situação completinha corre risco de ele tirar o cinturão e me dá uma surra das boas. Mas precisava ter meu álibi, o traíra do Nando está viajando e os gêmeos tem seus compromissos, então se tem Nicholas, ai de servir.

— Não maninho, não estou brincando... — digo empenhado enquanto dirijo para o clube.

Não entendo por que o Nicholas está tão admirado com tudo isso, o meu plano é bem simples. Não penso em constrangê-la, não penso em fazer nada do tipo. Ou pior, como disse o Nicholas, contratar uma acompanhante de luxo para que Anne nos pegue em uma situação intima em meu escritório é o auge da loucura. Não sei para ele, mas isso faz muito sentido para mim, se ela sentir ciúmes é porque me quer, e se me quer quem sou eu para me opor.

Nicholas já tentou me convencer a chegar nela como uma pessoa normal, mas o lembrei o que aconteceu da última vez, meu jeito natural pode ser um pouco desrespeitoso, nunca precisei mais do que 5 palavras para ter a mulher me convidando para ir a um local mais reservado. Tenho certeza que com Anne não tive tempo de usar 20 palavras, ela já tinha me empurrado na piscina e expulsado do clube. Então não, com Anne não dá para chegar da maneira "normal".

Cafajeste PerfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora