29 | A cura da ressaca

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Acordo me sentindo sereno, como o mar depois de uma intensa tempestade que deixou as ondas revoltas, carregando os pequenos barcos e batendo na areia da praia de forma exagerada por toda a noite

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Acordo me sentindo sereno, como o mar depois de uma intensa tempestade que deixou as ondas revoltas, carregando os pequenos barcos e batendo na areia da praia de forma exagerada por toda a noite.

Não tão sereno assim, se for levar em consideração o gosto horrível na minha boca, a garganta com aquela secura pós ressaca e muita, mais muita dor de cabeça. Há tempos que eu não bebia desse jeito, ainda mais pra acordar nessa situação.

Mantenho meus olhos fechados a qualquer custo, mesmo o despertador insistindo que está na hora de acordar. Atiro minha mão em direção de onde o barulho sonoro vem e por sorte o silencio toma conta do ambiente. Me forço a espreguiçar para o lado e meus braços encontram algo macio, um outro corpo ainda adormecido, suponho, Abro meus olhos devagarinho e pude notar uma cabelos pretos estirados nos lençóis.

A morena dormia virada para o outro lado, a visão de suas costas nuas era o que estava dando para enxergar. O que merda aconteceu na noite passada? A ultimas coisa que lembro foi de ter saído de casa, alguns flashes de quando fui em Del Petra e mais nada.

Não lembro de exatamente nada, detalhes que são importante, como: Onde caralho encontrei essa garota e quem é ela? Sou irresponsável, mas jamais me coloco em perigo por causa de uma trepada.

Mas uma coisa é certa, independente do que aconteceu ontem a noite, eu Juan não sou de brincar de casinha após a noitada. Olho para a morena uma ultima vez para constatar que ela está dormindo realmente, quando confirmo que sim, levanto da cama sem fazer barulho e começo a recolher as roupas que estavam espalhadas pelo chão, me vestindo logo em seguida. Mesmo com pouca luz no quarto, procuro minhas chaves, celular e confiro minha carteira se está tudo em ordem.

Então quando estou preste a dar um passo em direção da porta, tenho um lapso de memoria e percebo algo importante que até então não tinha notado. É miragem? Não é, sou só eu sendo muito leso para não perceber que estou na minha própria casa. Isso rapidamente muda o resultado da equação, quem tem que ir embora é essa branca de neve, já são o que? Sete, oito, nove horas? Isso pouco importa, já está na hora dela procurar seu rumo.

Me permito fazer barulhos dessa vez, enquanto dou alguns passos em direção da cama. Seguro na barra do lençol e puxo bruscamente pra ver se a senhorita ali acorda, espero alguns instantes e a moça nem ao menos dá um sinal de vida. Será que ela está morta? Quase que derrubei o abajur com o lençol e ela continuou imóvel, ela só pode estar morta, não tem outra explicação.

Em que merda fui me meter? Deveria ser mais útil e verificar ao menos seus sinais vitais, é isso que tenho que fazer. Dou a volta na cama e toco na parte super de seu pé, deve se apertar com os dois dedos e esperar a pulsação ou tenho que ver se já está fria? Foda-se as duas opções, vou acordar essa engraçadinha agora mesmo.

— Já está passando da hora de acordar... — eu falei, prosseguindo na direção a qual ela estava virada, a cada passo que eu dava, começava a reconhecer de quem se tratava, as palavras morrendo em minha boca, restando apenas aquele peso desconfortável no peito.

Cafajeste PerfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora