4- O cara do meu quarto

179 11 3
                                    

-Não é o fim do mundo querida, não é o fim do mundo

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

-Não é o fim do mundo querida, não é o fim do mundo.

Não sei o que é pior, minha situação ou Peter repetindo essa mesma frase desde que chegamos na escola. Estou estérica, chorando faz uma hora. Nem tenho cabeça pra voltar as aulas. Vou simplesmente na enfermaria inventar uma dor de cabeça e ir embora pra casa. De casa eu poderia fugir pra... Qualquer canto longe daqui.

Estamos no antigo playground da escola. Antes de se tornar a Saunders High School, aqui era um colégio de ensino fundamental. Por alguma razão o prefeito achou melhor que aqui fosse um colégio de ensino médio. Nos primeiros anos aqui as salas ainda eram coloridas e tinham desenhos nas paredes. A brinquedoteca virou a sala dos professores, e o antigo playground está invisível aos olhos de todos, graças ao mato e árvores que cresceram nesses anos. Pra falar a verdade, não sei como Peter e Kay descobriram aqui, este é nosso esconderijo desde que chegamos na escola.

-Se você não se acalmar eu juro que jogo você no rio.

-M-me desculpe. - Gaguejei. Ele dá batidinhas no meu ombro, tentando me consolar. Mesmo que Peter não fale, sei que está decepcionado comigo, assim como Kay vai ficar ainda mais. Ele mau sabe o que me dizer, tenta dar conselhos sem nexo algum, depois se cala e tenta novamente dizer algo condizente.

Acho que é a última vez que estou vendo ele.

-Vou comprar um chá gelado pra você. Não saía daqui.- Ele dá meia volta.
Eu não tenho pra onde ir mesmo.
Agora é só eu e o playground. Ai meu Deus, e se eu engravidar?! Vai ser mil vezes pior, impura com um filho. Essa história de "Não engravida na primeira vez " é do século passado, todos sabem que não passa de ditado popular. Provavelmente serei mãe solteira, a pior parte é que vou condenar eu e essa criança à um destino terrível. Não tenho nem emprego, se as coisas continuarem andando assim, nem sei se terei um teto pra morar.

De repente eu posso morar aqui, digo, na casinha do Playground, até conseguir algo melhor. Ou posso roubar os materiais aqui e criar uma pra mim em algum lugar da cidade. Sou boa em montar cabanas. Vai ser desconfortável, porém é melhor que as ruas.
É tão cedo para montar planos. Digo a mim mesma, mas é bem óbvio que não tenho como fugir disso.
Levanto e vou rumo ao balanço. É de metal e parece velho. A cada balançada, o metal grune e o cheiro de ferrugem impregna no nariz. Não é grande coisa, mas, certamente daria para fazer algumas cadeiras com esses balanços. Seu eu der sorte, posso até usar a tábua da gangorra para fazer uma mesa, então as cadeiras terão utilidade.
Ouço passos vindo de trás de mim. Peter voltou bem rápido da cantina. Espero que ele traga mais que um chá, quem sabe um chocolate. Ele para um pouco, e sinto seu olhar nas minhas costas.

-Corinne Baines.- Sinto uma voz familiar. Num piscar de olhos reconheço; o cara no meu quarto.
Prendo a respiração, e mordo a boca para não gritar. Ele sabe o que fez, veio jogar na minha cara. Fecho os olhos com força para as lágrimas não descerem. Me viro aos poucos, hesitante. É ele. Abro os olhos devagar. Aos poucos reconheço a silhueta, o corpo, os detalhes do rosto, barba feita, boca avermelhada e as mãos nos bolsos.
É o garoto da biblioteca... Evan!
Arregalo os olhos, e cubro a boca. Não pode ser. Por que ele me enganou? Qual motivo ele teria pra invadir meu quatro como se fosse Drake? Como eu pude ser tão idiota e não reconheci sua voz? Estava tão extasiada com a probabilidade de ficar com Drake, que não pensei em ninguém.
Evan faz um bico e espera eu dizer algo. As lágrimas escorrendo em meu rosto já dizem tudo por sí mesmas.

Como Se Livrar de um Vampiro ApaixonadoOnde histórias criam vida. Descubra agora