No Escuro (Em Hiato)

Episódio 2 - Copiloto

Após uma longa e pesada respirada, secando uma lágrima fria que escorreu, ele abriu os olhos um pouco embaçados e notou que estava sozinho naquele vagão escuro e gélido.

"Será que vim parar na última estação tão rápido?!"

Se levantou e olhou para o painel que mostrava o percurso, mas notou que nenhuma LED estava acesa, assim como todos os demais painéis. Se achegando na porta lateral, ele a forçou para abrir, mas sem sucesso, então decidiu ir até a cabine de controle na frente do trem.

Passando por todos os vagões vazios e depredados, ele fica preocupado e atento até chegar na porta do condutor, conseguindo entrar sem problemas e achando o operador.

- Ei, condutor! O senhor pode me informar aonde estou?

Mas o homem nada respondeu. Chegou mais perto, contudo percebeu que o mesmo estava paralisado.

- Moço?! - Disse, chacoalhando o senhor.

Este por sua vez estava frio e tombou para o lado como um boneco, batendo a cabeça no painel, o ligando sem querer. Ele ficou assustado, sua cara de horror não negava que nunca tinha visto alguém morto antes.

"Eu preciso sair daqui..."

O menino checa o funcionamento do trem e consegue dar a partida empurrando a alavanca. Pegou o rádio e tentou chamar ajuda, mas a linha estava muda e de repente um chiado forte o fez desligar de imediato. Pegou seu celular e, estranhamente, este estava com defeito também e não ligava a tela direito.

- Merda, eu sabia que essa marca não era boa. Tudo isso é muito estranho.

Olhando para frente se via o final do túnel, porém a porta do vagão anterior abriu e fechou sozinha, isso roubou sua atenção, no entanto nada havia lá e ainda sim podia ouvir passos pesados vindo em sua direção. Sem entender direito, ele trancou a porta da cabine e nesse momento algo bateu do outro lado. Fitando pelo vidro nada via, mas "a coisa" continuou batendo, chegando a trincar o vidro.

- Que porra é essa?

Quando o trem saiu e a luz tomou conta, as batidas pararam. Vendo o caminho adiante o menino não pode acreditar... O distrito estava em chamas, carros amontoados nas ruas e nenhum sinal de pessoas nas calçadas fora da estação.

"O que aconteceu aqui!?"