Cap 18

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Cheguei em casa e fiz o jantar, normalmente não como quando chego, mas estava com uma vontade fora do normal de comer macarrão ao molho branco. Assim que terminei de preparar salivei olhando para o prato, mas antes que eu pudesse colocar o garfo na boca, escutei a porta. Andei bufando até a porta e abri ela com o intuito de matar quem quer que fosse, mas minha raiva de dispersou quando vi Ester chorando com uma pequena mala ao lado dela e uma marca em seu rosto.

--Ester? Entra, o que houve? -- A menina entrou com a cabeça baixa e sentou no sofá ainda chorando.

--Desculpa... eu não sabia para onde ir... Angelo não está...

--Ei calma. --Peguei um copo d'água na cozinha e entreguei a ela, a ruiva tremia e chorava sem pausas. Segurei seu queixo e analisei a marca em seu rosto. --Quem bateu em você?

--Eu... Eu contei... --Ela voltou a soluçar.

--Ester... Você precisa parar de chorar, faz mal para o bebê e assim eu não consigo entender. --Ester respirou fundo várias vezes. Vi ela fazer o mesmo que eu fazia quando estava grávida de Angelo e algo acontecia, colocava a mão na barriga, como se buscasse forças no pequeno ser que crescia dentro de mim.

--Eu contei... para os meus pais.

--Entendo, o que houve depois?

--Minha mãe chorou, meu pai gritou e disse que eu não era filha dele, disse que uma filha dele nunca seria tão burra... Depois me expulsou de casa...
--Abracei a garota enquanto ela soluçava contra meu colo.

-Calma... Você não está só.

--Não sei o que fazer... Angelo havia mudado de ideia sobre o apartamento... eu não tenho mais ninguém... minha mãe nunca vai contrariar meu pai...

--Ester, você vai ficar aqui, não se preocupe com isso, mas agora eu preciso que respire fundo e pense no seu bebê. --A menina obedeceu e foi acalmando aos poucos. --Isso... melhor, você jantou? --Ela negou. --Então vai ao banheiro, lava o rosto e vem na cozinha, vou colocar mais um prato. --Depois de lavar o rosto ela foi até a cozinha, eu já estava esquentando o molho. Sentamos para comer e Ester estava calada e de cabeça baixa.

--Ester... --Ela direcionou o olhar para mim, mas logo desviou.

--Eu não queria causar tudo isso...

--A culpa não é só sua, aconteceu, não tem porque se sentir assim. --Respirei fundo e segui falando. --Eu sinto muito pelo o que eu falei ontem, eu sei que era o que menos vocês precisavam ouvir, eu apenas... apenas me assustei por vocês, são jovens, ainda estão estudando... Não era o que eu planejava para o meu filho... mas a vida não está nem aí para os meus planos.

--Eu... Estou com tanto medo... eu queria estudar, ter uma casa minha e um trabalho quando resolvesse ter um filho... Não era para ser assim... eu só tenho dezessete anos... e se algo der errado?

--Não vai dar nada errado na sua gravidez, vou cuidar para que tenha o melhor obstetra a sua disposição, sei que não é sua vida dos sonhos, mas pode ser... Você não vai parar de estudar, não vai estar sozinha e seus pais um dia vão entender, agora pare de chorar, ainda estou de folga amanhã então vamos conversar com um amigo meu sobre sua gravidez, depois podemos comprar algumas coisas para o bebê.

--Senhora Konecki...

--Sim?

--Obrigada. --Apenas sorri para a menina, depois de ajudar ela a se acomodar no quarto de hóspedes, preparei um banho de banheira para relaxar, meu celular tocou e eu atendi achando que era Simon.

Adele:

Oi amor.

Charles:

Segunda ChanceOnde histórias criam vida. Descubra agora