cap 2

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Aconselho a ler escutando a música😊
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É tão estranho pensar que tudo começou tão bem, nossa vida mudou tão rapidamente, Simon estava crescendo e eu ainda estava na residência, porque com Angelo não dava para continuar e eu tive que parar por um tempo, eu me sentia inútil, tive tantas oportunidades e deixei elas passarem, sem ao menos questionar se realmente era o certo, talvez a culpa tenha sido minha, eu deveria ter crescido antes de tentar formar uma família. Hoje estou aqui novamente, mas não posso entrar em casa aos beijos com Simon, esse tempo já se foi, já passou muita água por de baixo dessa ponte, não posso mais viver pensando na possibilidade de que Simon tenha mudado, ele não me atender quando mais precisei, fazer-me passar pelo que passei sozinha, eu não posso perdoar. Mesmo que ele não saiba o motivo do nosso divórcio, eu sei, e sei também que ele pedir perdão não vai apagar a dor que eu senti. Despertei da minha nuvem de lembranças com batidas na porta.

--Pode entrar. --Era Angelo, parecia aflito. --O que tem Peanut? --Ele sentou na cama e eu fiz o mesmo.

--Mãe, talvez não tenha sido uma boa ideia você vir.

--Não quer sua mãe aqui meu príncipe?

--Não é isso mãe, sabe que amo você e que eu pedi ajuda.

--Então?

--Você e o papai...

--Vai parando por aí, o que acontece comigo e com seu pai, não é problema seu Peanut, não se preocupe, eu e seu pai nos amamos muito, mas acabamos nos deixando levar por outras coisas, e agora somos estranhos, vai demorar um pouco para eu me acostumar e ver ele todos os dias.

--Não quer ir para o hotel?

--Não meu filho, eu quero passar cada instante com você, a final, sabe que quando eu for embora vai ficar tudo ao contrário, você vai morar aqui com seu pai e só vai me ver nas férias e feriados, então quero desfrutar desses meses com você.

--Mãe...

--O que?

--Ainda sente algo pelo papai? --Eu olhei para Angelo sem entender a pergunta.

--Como?

--Se ainda sente algo por ele. --Eu pensei e cheguei a conclusão de que não sabia o que responder ao meu filho.

--Nós tivemos algo lindo, mas agora não sobrou muito, eu ainda amo seu pai, sempre vou amar, mas... --Angelo me interrompeu.

--Então por que não volta com ele? Podemos ser uma família de novo.

--Pequeno, eu estou muito machucada e seu pai provavelmente também está, além disso, sou casada com Charles agora.

--Mãe esse cara é um idiota, não te trata como merece, além disso ele é um grosso comigo, e além disso, deixei de gostar dele no momento que soube que dava em cima de você quando era casada com papai, e não venha me falar que a senhora ama o Charles porque acabou de falar que ama meu pai.

--Angelo, amo seu pai porque ele me deu o melhor presente de todos, ele me deu a oportunidade de ser sua mãe. Meu príncipe, não quero você pensando que eu e seu pai podemos voltar, tudo bom? -'Angelo assentiu e me deu um forte abraço, logo saiu do quarto e eu levantei, caminhei em direção ao jardim, vi um local no jardim que estava vazio, lembrei-me do dia em que Simon cortou a roseira.

-Simon!!! --Gritei ao ver Angelo entre os ramos da roseira, meu esposo chegou correndo em segundos, começou a afastar Angelo que chorava desesperadamente, peguei o pequeno e o abracei.

--Calma meu amor, vai ficar tudo bem. --Simon abraçou a nós dois.

--Papai...! --Angelo chamava o pai chorando.

-Está tudo bem meu filho, tudo bem. --Simon acariciou o rosto de Angelo com cuidado pois os espinhos da roseira haviam machucado seu delicado rosto.

--Dói mamãe... --Simon olhou com fúria para roseira enquanto eu abraçava Angelo, tentando acalmá-lo. O homem levantou e foi até o depósito onde ficava as ferramentas e voltou com a tesoura de jardinagem, começou a cortar toda a roseira com uma expressão de fúria em seu rosto.

--Pronto meu bebê, papai já cuidou disso, você não vai mais se machucar meu anjinho. Simon largou a tesoura e nos abraçou, depois levamos Angelo ao pediatra para ter certeza que não havia se machucado tanto. Chegamos em casa e colocamos o pequeno para dormir, em seguida fomos para cama, eu chorei com Simon, havia me assustado.

--Está tudo bem Laurie, ele está bem agora.

--Eu não deveria ter plantado aquela maldita roseira!

--Ei minha rainha, a culpa não é sua, está tudo bem, Angelo não existia nem no nosso imaginário quando plantou a roseira Laurie. --Simon deixou um beijo delicado em meus lábios e abraçou-me acariciando meu cabelo delicadamente. -Eu te amo Laurie e não gosto de ver você chorar, para meu amor, por favor. --Ele beijou meus lábios e eu esqueci de tudo, como sempre, tudo ao redor desapareceu.

Narra Angelo 

Desci para a cozinha e vi minha mãe no jardim, aproximei-me e ela estava chorando olhando para um canto vazio do jardim. Ela sempre fala que meu pai não a afeta, mas eu sei que não é verdade, porque sempre que ele liga para mim, ela fica pálida. Quando está com Charles ela é diferente, tenta esconder o que sente, não tenho lembranças da nossa vida em família, mamãe separou-se do meu pai quando eu tinha quatro anos. Mas, por ela, eu tenho certeza que era muito melhor do que chamamos de família com o Charles. Decido me aproximar, mas meu pai aparece no jardim e abraça ela por trás, ela vira e o abraça chorando incontrolavelmente, fico para ver o que vai acontecer. Ela chora enquanto ele acaricia seus cabelos, logo depois minha mãe se separa e vem em minha direção, corro para o outro lado da cozinha, antes que ela chegue.

--Angel...

--Você está bem mãe?

--Estou sim filho, só lembrei do dia que você se machucou. --Olhei nos olhos dela e a abracei, sabendo que estava mentindo, papai entrou com o olhar triste na cozinha e seguiu subindo as escadas. 

--Quer conversar mãe?

--Não príncipe, o que acha de tirar uma soneca e depois podemos sair para comer algo.

--Tudo bem mãe. --Limpei as bochechas agora rosadas da minha mãe e subi.

Narra Adele 

Angelo subiu e eu fiz o mesmo indo direto ao quarto do Simon, aquele mesmo que um dia chamamos de "Nosso", ele estava lá sentado na cama me esperando, sentei junto a ele.

--Não pode fazer isso.

--Laurie...

--Não Simon, não pode se aproveitar de um momento de recordação e me abraçar como se ainda fossemos casados.

--Eu sinto muito, mas você sabe que não gosto de te ver chorar, não suporto, e eu sei que te abraçar faz você se sentir melhor, eu só queria ajudar. 

--Se eu vou passar meses aqui, você precisa ficar longe...

--Por que? Tem medo de lembrar? --Simon falou segurando minha mão, soltei-me dele e levantei.

--Não quero que me toque, não quero que sorria, não quero que Chegue perto. --Ele levantou fazendo tudo ao contrário, sorrindo e me puxando pela cintura, logo senti sua respiração, tentei sair de seu agarre, mas Simon já estava com seus lábios sobre os meus...


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