Segunda Chance

Cap 22

Narra Adele

Ontem Ester fez cinco meses de gestação, está tudo indo muito bem. A garota não é tão ruim, apenas uma criança que fez algo antes da hora certa, mas quem realmente decide qual é a hora certa para algo acontecer?
Neste momento eu e Ester chegamos em casa, passamos o dia fazendo compras, acabou que me tornei exatamente o que Simon falava, a avó mais coruja que alguém poderia ter.

--Boa noite sogrinha, estou exausta.

--Nem me fale, deixe as coisas na sala mesmo, amanhã arrumamos com calma no quarto do bebê. --Ester olhou-me estranho. --O que houve?

--Nada, estou apenas cansada minha sogra, boa noite.

--Boa noite Ester. --Abaixei o suficiente para depositar um beijo no ventre proeminente da jovem. --E boa noite príncipe Otávio. --Deixamos as coisas na sala e ambas subimos cada uma para o seu quarto, bom ela para o quarto do Angelo.

--Chris? --Falei ao ver o homem deitado de costas para a porta, achei que estava dormindo, mas estava apenas no celular.

--Oi amor. --Ele beijou-me. --Cansada?

--Exausta, o trabalho, a consulta, as compras, ser avó, mãe e médica é difícil. --Sentei na cama tirando os sapatos e a blusa. --Simon começou a massagear meus ombros. --Que namorado mais dedicado.

--É o mínimo que posso fazer, foi meu dia de folga, passei o dia inteiro me sentindo inútil, poderia ter me deixado acompanhar vocês.

--Primeiro, você merecia um descanso, segundo, eu precisava de um tempo com Ester. --Virei para ele que estava de joelhos sobre a cama.
--E último. --Passei as mãos por dentro da camisa dele. ---Você pode ter muitas utilidades.

--Então é para isso que eu sirvo. --Simon jogou-me sobre a cama sentando sem pesar sobre minha barriga e segurando meus braços para cima. --O brinquedinho favorito da doutora, o relaxante muscular. --Ele acariciou minha intimidade sobre a calça branca.

--Ai… como eu odeio estar tão cansada…

--Hahahahaha tudo bem meu amor, temos tempo para isso. --Levantei da cama e fui até o closet. Abri uma das portas para pegar meu roupão e vi o pequeno calendário no fundo do armário. Tirei a roupa e substituí pelo roupão. --Que cara é essa?

--Nada demais, minha menstruação atrasou um pouco, mas meus seios estão sensíveis então acho que está perto. --Sentei ao lado dele.

--Você sempre foi tão regular amor, aconteceu algo esses dias que tenha interferido?

--Não, pelo menos acho que não, talvez seja estresse, vou mandar uma mensagem para minha ginecologista e ver se faço uma consulta.

--Tudo bem, agora vem aqui. --Deitei entre os braços do homem que acariciou meu cabelo. --Não faz ideia do quanto é chato ficar nesta casa sozinho. --Simon beijou-me profundamente.

--Humm... eu tenho que tomar banho…

--Quer ajuda?

--Quero. --Ele ligou o chuveiro em uma temperatura adequada e entrou comigo, Simon passou o sabão pelo meu corpo inteiro o que seria sexy se eu não estivesse quase dormindo. Depois do banho dormimos abraçados,

Narra Simon

Ontem Adele chegou tão cansada que dormiu antes de me dar boa noite, quando percebi ela já estava dormindo. Hoje foi ao contrário, Laurie de folga e eu trabalhando, nossos horários não tem batido, mas sempre encontramos um tempo para nós. Agora a pouco ela ligou falando que havia ido até a ginecologista, a loira parecia preocupada demais na ligação então decidi ir para casa. Entrei indo direto para o quarto, Ester e Angelo não estavam em casa.
Não encontrei a loira no quarto, mas vi a porta do nosso banheiro aberta, fui até lá preocupado com o que iria encontrar, mas nada do que passou pela minha cabeça poderia me p reparar para aquela cena.

--Laurie… você… --Ela estava sentada na borda da banheira, seu rosto não tinha expressão. Haviam testes pelo balcão, pia, prateleiras e um papel nas mãos dela. Comecei a olhar os testes e todos deram positivo. Peguei o papel das mãos da loira que parecia em choque e li.

Paciente: Adele Laurie Blue Adkins.

      Exame: Teste para gravidez.

              Resultado: positivo.

--Laurie… você está… --Falei sorrindo, mas ela respondeu fria.

--Grávida Simon.

--Meu amor, isso é incrível. --Ela finalmente olhou nos meus olhos.

--Incrível? Simon! Acorda sabe quantos anos eu tenho?! Eu vou ser avó!

--E eu também, Querida eu sei quantos anos tem, sei que já está na zona de risco, mas amor…

--Simon… eu não…

--Eu sei que não queria um outro filho, mas…

--Não… --Adele segurou meu rosto entre suas mãos. --Eu queria, mas não consegui com… você sabe.

--Espera então você queria?

--Claro que sim. --Ela levantou começando a recolher os testes e jogar no lixo. --Mas não com trinta e nove anos, não com um neto a caminho, não nesse meu mundo confuso.

--O que tem de confuso amor? --Perguntei segurando as mãos da loira.

--Simon, eu vou ser avó, meu filho está na faculdade, eu me divorciei, mal recuperei meu psicólogico, e…

--E?

--E nós... o que nós somos?

--Eu pedi você em namoro, então é isto, mas o que houve com a Adele não preciso de rótulos?

--Está em pânico. --Adele me abraçou forte fundindo o rosto em meu peito.

--O que realmente está te preocupando?

--Estou com medo pela minha idade, tenho medo que algo dê errado, estou com medo de perdê-lo, estou com medo de perder você de novo… estou medo de não ser a mãe que essa criança merece…

--Ei… --Ajoelhei-me diante dela ficando com o rosto na altura do seu ventre. Levantei a blusa que ela vestia revelando a pele coberta pela tatuagem. --Essa criança… é uma pequena semente que plantamos, foi feita com amor e vai ser criada assim, vamos ver ele ou ela florescer na primavera e nos invernos seremos seu abrigo como foi com Angelo. --Colei minha testa em seu ventre. --Você foi uma mãe incrível para nosso filho, pode ser de novo, sua idade é o que te faz a mulher que é, não vai perder nosso filho porque dessa vez eu não vou deixar isso acontecer, quanto a mim… eu nunca cometeria o mesmo erro duas vezes, Laurie eu te amo e amo esse bebê, porque ele é uma parte desse amor. --Beijei sua barriga e senti Adele soluçar.

--Promete que não vou perder vocês?

--Sabe que não prometo nada, prefiro mostrar com atos.

--Eu te amo. --Sequei as lágrimas da loira delicadamente.

--Eu também te amo. --Beijei Adele e levei ela até a cama, nos deitamos um de frente para o outro sorrindo como da primeira vez, quando descobrimos que Adele esperava nosso pequeno peanut. --E então... quer brincar de tentar adivinhar em qual das vezes fizemos o bebê?

--Hahahaha não... dessa vez não...
--Adele montou em mim, seu olhar era escuro, amo como minha mulher pode passar de doce e recatada para sexy e depravada em segundos.
--Que tal brincar de fazer bebê?

--Com certeza isso é bem melhor que a minha ideia.