A historia de um coelho

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"-Quando você tiver desesperado, lembre até onde nós podemos chegar. Você nunca estará sozinho meu filho, pois, o pulo de um coelho...".

Indra abriu os olhos saindo de um transe que fora criado por ele mesmo.

-No que você está pensando? - perguntou Laura.
-Em coisas que eu quero esquecer.

Eles se olhavam sentados no banco.

-Você vai me ajudar? - perguntou Indra.
-Acho que eu não tenho muita escolha.
-Se todos temos escolha.
-Se eu disser não você vai me matar.
-Não te mataria porque me disse não, apenas porque o jogo diz que nós precisamos fazer isso, não é nada pessoal.
-E como eu te ajudaria?
-Você tem magia e sabe usar a espada, eu só consigo lutar de longe então eu seria sua retaguarda.

Laura lembrou do que seu pai já havia falado bastante sobre a líder do Clã Coelho. Os Igarashi eram conhecidos pela lenda de que eles gerariam cinquenta tempestades antes de sumirem. A mulher era a 49° do seu nome.
Ela tinha feito grandes coisas, com certeza, mas morreu em batalha ao lado do Clã do Cachorro, depois de quase ter usado a habilidade proibida do seu clã. Leviathans estavam quase extintos, o garoto que sobrou não ia pra mais nenhuma reunião dos Clãs, ele sumiu, simplesmente parecia não existir mais.
E agora ele estava ali na frente de Laura.

-Desculpa pela pergunta, mas eu estou te olhando há alguns minutos e ainda não consegui dizer com qual espécie você é híbrida.

Ela olhou para Indra, o garoto olhava para o chão, ela percebeu que por algum motivo ele tinha ficado sem graça, provavelmente ele não tinha muito contato com outras pessoas.

-Eu sou híbrido com sereia, tenho magia por contrato com os espíritos elementais, que estão o tempo todo falando comigo.
-Sereia...
-Você é Um Leviathan, certo?
-Foram os chifres ou os olhos? - ele sorriu.

Ele levantou.

-Vamos começar, então? - ele perguntou.
-O que quer fazer?
-Se eu estou certo, uma pessoa sentiu que estamos aqui, mas provavelmente espera que eu tenha matado você.
-Mas Não matou, quem está vindo aí?
- Um vampiro.
-Wessex?
-Assim eu acredito, se eu estiver certo, teremos problemas.
-ele É forte assim?
-O suficiente, se erramos, morreremos os dois.

Indra andou até um poste perto de onde eles estavam.

-Você faz magia de até qual nível? - Indra perguntou.
- Você viu meu Dragão? Se eu consigo criar seres sensientes...
-Certo, certo,  então você consegue manipular o clima, não é?
-Sim.
-Preciso que você mude esse sol, preciso que fique de noite.
-Isso não parece certo, se ele é um vampiro, vai ficar ainda mais forte de noite.
-Ele vai vir por mim, enfrentar você, e  eu irei te ajudar quando eu puder.

Semicerrando os olhos, Laura parecia desconfiada dos planos de Indra.
Foram cinco minutos de preparação, Laura desenhava um círculo mágico no chão e Indra analisava todos os acontecimentos enquanto pensava se aquilo iria dar certo, ele não queria morrer ainda, Mas não podia fazer muito para impedir sua própria morte.

-Esta tudo pronto - falou Laura.

Ele olhou enquanto os olhos dela brilharam, o círculo foi brilhando cada vez mais. As nuvens cobriram o belo sol da manhã, e então veio a grande escuridão de uma noite sem estrelas.
Indra começou a rir, andou até um dos postes que ele tinha marcado, as mãos dele brilhava num tom enfraquecido de azul.

-Preciso que você se prepare, quando começarmos, não vai ter como voltar atrás - falou Indra.

Laura sacou a espada.

A luz azul ficou mais forte, dois altos estalos foram ouvidos e então toda a cidade apagou de uma vez.
A escuridão agora tomava tudo de uma vez só, mal podia se ver qualquer coisa além do brilho no escuro dos olhos de Indra que decorriam da sua espécie.
Um barulho de passos rompeu o silêncio entre os dois, uma quantidade grande de espíritos entrou na rua onde eles estavam.

-Laura, venha aqui.

Ela se aproximou dele.

-O que foi?

Indra se inclinou e lhe deu um beijo. Depois se afastou e colocou seu capuz.

-Realmente não entendi isso, tinha algum motivo?

Indra se camuflou, por algum motivo ela ainda conseguia ver ele, mesmo sabendo que ele estava camuflado.

-Eu precisava que você soubesse onde eu estava, mas você não tem olhos de Leviatã, pelas próximas horas, isso vai te ajudar.

Laura olhou enquanto o exército  dos espíritos se aproximava. Olhou para trás e Indra tinha sumido  sentia a presença dele em algum lugar atrás dela, provavelmente coisa do beijo de antes.
Ela sentia um poder mais forte vindo do centro dos espíritos, respirando pesado, o frio se formava ao redor de Laura, agora seu coração estava acelerado, mas ela não sabia o porque.

"-Indra, sua mãe não vai voltar, infelizmente ela caiu em combate há algumas horas, e ela pediu pra entregar pra você essa caixa, disse pra você abrir no seu aniversário de 21".

A mãe de Indra havia morrido sem as armas da família, sem usar a técnica proibida, respeitando todas as regras justas de um combate. Ela tinha muito a perder, ele não tinha nada.
De onde estava, o aparelho de Indra calculava cerca de 500m de distância. Era quase a queima-roupa. Enquanto Afonso não aparecia, ele puxou a primeira flecha.

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