O Plano Richter

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Indra curava lentamente o corpo de Karna, aquele hipogrifo esteve com ele em todos os momentos. Indra não conseguia chorar ali, embora ele quisesse desesperadamente chorar.

-Você vai sentir falta dela - disse Karna.
-Eu nem a conhecia direito.
- Você sabe bem que não é assim.

Karna passava lentamente seu bico nos braços de Indra, que já tinha voltado a sua forma normal. O carinho dos dois era apenas um reflexo de tudo que viveram juntos.

-Obrigado por ter vindo e por ter sobrevivido.
- Há quantos anos você me conhece?
-21, desde que você nasceu.
-Quantas vezes Eu te deixei na mão?
-Nenhuma - sorriu Indra.
-E quantas vezes eu morri?

Indra encarou o hipogrifo, ele não sabia o que responder, mas estava realmente grato pela presença do amigo.
Cerca de uma semana atrás, Indra tinha decidido não levantar e falou que Karna podia atacar qualquer um que tentasse atrapalhar isso.
Obviamente o hipogrifo não obedeceu, então Indra acordou às 14 horas com um coelho pulando no seu peito.
Levantando os olhos ele reclamou:

-O que significa isso, Karna?
-Alguém veio falar com você.
-Do Palácio? Já disse que não quero resolver nada dos Coelho agora, daqui a pouco tudo se resolve sozinho.
-Não é ninguém do palácio, eu só vim aqui porque é importante.

Karna virou a cabeca querendo mostrar algo, e Indra acompanhou os olhos até ver uma salamandra no chão do seu quarto. Ele suspirou profundamente sabendo o que aquilo significava e ficando muito triste
Juntos eles foram até o telhado, onde Karna se transformou em um hipogrifo novamente. Indra montou. A salamandra apontou com a cabeça.

- Eu sei, eu sei pra onde você quer ir, okay? Eu sei.

Com medo de ser derrubado do céu, Indra voou até o território Richter, ele não ia para o Palácio, pois seria suicídio, ele desceu em uma casa afastada do centro, a casa era decorada com madeira no estilo japonesa, uma tentativa de fazer as pazes com uma das Igarashi há muitos anos.
Entrando na casa, ele viu que não era só ele o convidado.
Um garoto de óculos brincava com seu pequeno rato, no canto, outro estava deitado em cima do seu porco, além dos dois, havia um pequeno boi ao lado de um espanhol e, com o olhar de curiosidade, uma pessoa nova circulava no ambiente com uma cobra.

-Bem-vindo, Igarashi - disse uma voz vinda do centro da sala.
-Leona Richter, ao que eu devo esse desprazer?

Leona não sorriu, olhou com uma cara séria  para Indra, que automaticamente fechou a cara.

-Com o que você sonhou, Leona?
-Com o que vai acontecer semana que vem.
-E porque chamou todos eles?
-São seus amigos, e vão ajudar no meu plano.
-Aquele cara ali eu não conheço.
-Clã Cobra.
-Jura?

Leona olhou feio. Indra não falou mais nada.

-Semana que vem nós vamos todos participar de um grande evento.
-Sim, o caminho do rei, a história dos representantes e tudo mais.
-Você está certo, mas isso não passa de uma fachada.
-Para?
-Buda quer tomar controle de tudo, e precisa que os representantes estejam fracos.
-Isso parece muito simples, mas isso não é uma história inventada, Leona, você não tem provas disso.
-Você está certo, é tudo da minha cabeça, como sempre foi, como foi naquele dia.

Os dois se olharam, a sala ficou em silêncio, parecia que eles sabiam muito bem tudo o que o outro era, ao mesmo tempo que as coisas entre eles eram somente vazias.

-Qual seu plano?
-Não vai nem nos dizer oi? - perguntou Afonso.

Indra não respondeu, ele não queria falar com nenhum deles. A ideia de perder eles de novo o machucada, então não teria aquele momento também. Ele não teria nenhum momento, nada ali era importante, ele apenas iria sair de onde estava e ajudar Leona nos seus planos, e não tinha nas a ver com sentimentos, ele apenas iria cumprir seu papel como Igarashi como dever que ele tinha com a família Richter.

-O que eu sonhei sobre os Leviathans e a morte era verdade?

Indra pensou sobre tudo, olhou para as pessoas ao redor dele.

-Sim, é verdade, mas eu nunca fiz, se essa seria sua próxima pergunta.
-Você consegue aprender em uma semana?
-Eu vou tentar, Richter.

Leona levantou com raiva. Pegou na mão de Indra e o levou para fora.
Quando estavam a sós, ela lhe contou o plano devagar, contou tudo que ele devia fazer e todos os detalhes do que ele teria que abrir mão durante o dia da semana que viria.
Quando terminou, ela se afastou.

-Já contei isso pra eles, todos estão de acordo.
-Certo, mas eu quero deixar bem claro que não gosto de nenhuma parte do plano.
-Eu sei, por isso quero que procure alguém pra te ajudar, algum dos seis restantes deve ser bom o suficiente para que você não se perca por aí

Ele ficou em silêncio, até que Karna veio e pulou em seu ombro.

-Tudo tem que ser real, Indra, eles estarão nos olhando o tempo todo.
-Eu sei.
-Acho que sentirei sua falta no fim de tudo.

Indra saiu, ele não  queria pensar naquilo e pela próxima semana não pensaria em mais nada.

O clima esfriou, Indra já sabia o que estava acontecendo então não ficou surpreso com tudo.

-Fico feliz em ver que você está vivo.
-Fico feliz que tenha me encontrado tão longe.

Indra sentia os poderes vindo perto dele, estaria tudo bem. Tudo estava dentro do plano dos Richter, e ele precisava confiar em Leona e em todos envolvidos. 
Indra passou a mão pelas penas de Karna e olhou enquanto Laura sorria e acenava para eles.
Era bom ter ela por perto, lhe trazia uma certa paz em relação a toda a situação.
Era muito bom ter alguém que podia sorrir em qualquer momento.
Ela sorria enquanto andava, sorria enquanto Indra corria em sua direção e sorria com lágrimas nos olhos quando uma lança atravessou seu peito.
Laura caiu e junto com ela, todo o plano de Leona.
Salazar olhava com os olhos arregalados para a situação na esquerda, na direita havia um homem com roupa de pele de animais e uma cobra no pescoço.

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