|01| Day 1

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Minha consciência voltou mais cedo que meu corpo. Eu estava deitada em algo, provavelmente no chão, e me sentia muito desconfortável. Eu escutava poucas coisas, entre elas, uma vaca mugindo. Estava em um celeiro? Nunca havia estado em um antes. Porque não conseguia me lembrar de onde estava? Fui drogada? Abri os olhos devagar, para me acostumar com a claridade. Uma grade me separava do mundo a fora. Um terneiro tentava escapar, mugindo para as grades da própria prisão, um caixote com pequenos furos para que não morresse sufocado.

Levantei devagar, pois me sentia fraca demais para me pôr de pé em um pulo. Minhas memórias vinham e iam rapidamente, sem me dar tempo de entendê-las. Em algumas, existiam lacunas, espaços em brancos, como se tivessem sido criadas. Procurei por algo que pudesse me ajudar a escapar dali, abri uma das caixas, encontrando alguns mantimentos. Abri outra, tentando fazer o mínimo de barulho possível, encontrei um facão, um arco e flechas, alguns instrumentos de jardinagem e um papel dobrado.

Peguei o facão, o amarrando em minha cintura, olhei para cima, o único lugar com luz, e tentei ver se vinha algo ou alguém. Não escutei nada, então peguei o papel, o desdobrando e encontrando uma caligrafia irregular e escrita às pressas. Imediatamente as reconheci: eram de minha mãe.

"Sei que está confusa, infelizmente não pude levá-la pessoalmente até seu novo lar. Você é a primeira neste lugar, e a única a receber um lembrete. Não esqueça de quem é, e porque está aí.
  *Todo mês, este elevador vai subir com um novo colega, seja ele/ela mais novo/velho que você;
  *O elevador subirá toda semana com mais suprimentos;
 *Você é a líder desse lugar, deve comandá-lo para que todos os ingressos sejam efetuados e concluídos com sucesso;
*Você é a primeira das primeiras, a pioneira para que todo o experimento dê certo;
*Seu novo lar está cercado por um labirinto. Deve desvendá-lo e descobri-lo para que possa sair;
*No Labirinto, existem Verdugos, criaturas criadas e adaptadas por nós, para que tornem vocês, mais propensos a serem um sucesso, mas eles também são perigosos, tomem cuidado;
  *Você é imune aos Verdugos, mas não é apta a descobrir os caminhos. Outros o farão no seu lugar;
  *Ninguém sobrevive a uma noite no Labirinto, as portas se fecham às seis da noite e se abrem às seis da manhã, todos os dias;
  *Você guiará todos os recém-chegados, dando a eles a tarefa que decidir, e fazendo a eles o que quiser, eles são seus;
  *Os próximos a chegarem, estarão sem memória alguma de suas antigas vidas na CRUEL, apenas você sabe dessa informação;
  *Os recém-chegados lembraram de seus próprios nomes em um ou dois dias;
  *Você será responsável por si mesma e por seus colegas de labirinto.
Não perca o que sua mãe construiu, seu legado, sua herança. E lembre-se: CRUEL é bom!"

-O que significa... - Parei de falar assim que senti o meu sotaque soar estranho para os meus ouvidos. Não me lembrava com era minha voz. Imaginava como sendo parecida com a de minha mãe. Mas eu falava com um sotaque arrastado, parecendo russa.

Nada fazia sentido, mas descobria por mim mesma o que tudo aquilo significava. Olhei ao redor, as caixas estavam empilhadas em forma de escada, o que facilitaria minha subida. Toquei o arco e flecha na caixa, e senti algo reconfortante.

"Você nunca pode errar! Deve ser perfeita" Uma mulher com cabelos loiros curtos me falava, levantando o grande arco em minhas pequenas mãos. "Um dia você irá segurar essa arma com todo seu poder" O arco era maior que eu, mal alcançava seu topo, a menos que o deitasse.

Quantos anos deveria ter ali? O arco não era tão grande quanto na memória, mas ele não era muito menor que eu. Mesmo que seu tamanho fosse grande demais para que conseguisse levantá-lo sem dificuldade, eu sabia como atirar. E sabia que atirava bem. Mas como sei atirar, sem me lembrar de como aprendi? O facão me seria mais útil.

The Maze Runner - A Pioneira! || NewtOnde histórias criam vida. Descubra agora