|17| Desert Thieves

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Corri o mais rápido que pude. Ainda estava enferrujada devido ao tempo atrofiando naquela maca. A minha perna mancava, ainda mostrando sinais de enfermidade, mas eu ignorava a dor. Tinha algo maior em jogo. Um alarme alto e luzes vermelhas não deve ser um bom sinal, e como as garotas se voltaram contra mim e os garotos já provaram saber se cuidar sozinhos, eu corri a única pessoa que poderia estar debilitada se sozinha: o Newt. Ele ainda estava de cadeira de rodas, conseguia andar, mas não em longas distâncias. Ele fazia fisioterapia, mas não ma mantinha informada se funcionava, e eu acreditava que ele excluía essa conversa, porque não estava rendendo.

Me esbarrei em Luyu, que parecia calma. Assim que me olhou, ela puxou a respiração e começou a ofegar, como se tivesse cansada. Por seus olhos, passaram surpresa, rapidamente, antes de parecer apavorada. Minha cabeça fumegou com aquilo. Que tipo de reação era aquela?

-O que esta acontecendo? - Questionei, apressada.

-Estamos sendo atacados por ladrões do deserto! Um grupo grande e significativo! - Ela disse. Acredito que ela usava termos mais formais por ser médica, e se acostumou com aquele estilo. Ladrões do deserto não pareciam uma ameaça tão grande. - Provavelmente é o grupo Alfa!

-Grupo Alfa? - Questionei, achando aquele termo familiar.

-Eles se nomeiam Tigres Cinzentos, mas nos os chamamos de grupo Alfa! Eles deram inicio aos ataques, são os criadores dos movimentos do ladrões em nossas terras e o maior! - Ela explicou, eu assenti e concordei. Eu precisava ser rápida, e ao contrario de Luyu, que estava totalmente calma, eu estava totalmente apavorada.

Sem nem me despedir, eu corri em direção ao nosso quarto. Estava longe ainda, não sei como Luyu foi tão rápida ao deixa-lo lá. A menos... que ela não tenha o deixado la... a menos... que ele não pudesse chegar até la, ou não fizesse sentido deixa-lo lá. Senti algo bater em minha canela, e eu dei duas cambalhotas antes de cair de barriga pra baixo. Puxei o ar rapidamente e me levantei rápido demais. Minha cabeça deu um giro, e minha visão ficou turva. Ótimo, agora estava capacitada de lutar. Minha canela doia muito, o que significava que ficaria mais um bom tempo de recuperação e mancando feito mula.

Mas nada aconteceu, até a minha visão se normalizar. Meu sangue começou a ficar leve, e eu sabia o que estava acontecendo. CONTROLE-SE! Aquilo só poderia trazer desgraça. Uma mão pequena e aveludada tocou meu ombro, olhei para a pessoa e me surpreendi ao ver Zoé.

-Desculpe, achei que fosse um androide! - Ela disse, me deixando completamente confusa. O tombo me deixou louca? Não bati a cabeça tão forte, pelo menos não para chegar a esse ponto.

-Se esconde! Os ladrões estão por aí! - Eu falei. Escutei de longe um barulho e alguns gritos. Puxeo Zoé e corri em direção ao quarto. Assim que entrei, conferi quem estava lá. Senti meu coração bater novamente, aliviada em ver Newt, calmo e assustado, no canto. Tranquei a porta e Zoé estava agitada.

-Eu faço parte dos ladrões agora! Mas você precisa me escutar, rápido! - Ela falava ligeiro e direto. Aquela não era a Zoé que eu conhecia. O que havia acontecido, para ela se tornar essa nova pessoa? - Eu fugi para o dezerto no primeiro dia! Eu vi algo que eles não queriam que eu visse!

-O que você viu? - Pedi, a incentivando a continuar. Newt encarava nos duas. Ele se levantou calmamente e andou devagar até nós. Zoé olhou para ele, incerta, mas assim que olhou para em meus olhos, continuou.

-Todos aqui são androides! Eles estão fazendo a mesma coisa que o CRUEL! Nos usando! E provavelmente pegou muitas das garotas já! Pra ninguém desconfiar, eles trocam as verdadeiras por cópias de metal! Você nem nota a diferença, se não estiver acostumada e conviver com a pessoa! Você preci... - Escutamos um ruído próximo, que interrompeu Zoé. Ela se assustou e correu até a janela, se levantou e se preparou para pular. - Você precisa salvar todo mundo! Estaremos esperando por vocês no deserto!

-Onde? - E então ela pulou, sem nem olhar para trás. A vi correndo e sumir em meio a uma tempestade de areia. Fechei a janela e olhei para Newt, que me encarava. Ele levantou uma mão, como se me chamasse e eu fui, sem pestanejar. Ele me puxou para um abraço e eu começei a chorar. - Porque sempre tem que ser eu?

Eu chorava baixinho, enquanto ele me apertava levemente, me fazendo carinho nos cabelos em silêncio. O tempo parou nisso. Os barulhos cessaram, e a única coisa que estava acontecendo era nós. Abraçados e unidos, no meio de mais uma confusão. Que diabos de vida!

The Maze Runner - A Pioneira! || NewtOnde histórias criam vida. Descubra agora