cute is the new sexy · viseul

0.4

          Vivi estava encostada na porta, se sentasse agora provavelmente dormiria. Ela esperava Lucas terminar de se arrumar, para enfim, poderei, finalmente, irem para a tão aclamada festa.

          A jovem se sentia exausta; mais cedo uma festa parecia ser uma boa ideia, agora ela só queria se jogar na cama e dormir 7 horas – o que seria um luxo para a universitária. Ela precisava urgentemente de uma bebida estranha de TY, no qual ele misturaria vodka, cerveja, energético e, se deixassem, até mesmo uísque barato. Uma bebida daquelas faria Vivi ficar acordada a noite inteirinha; mas viria com uma ressaca fudida no dia seguinte.

          — Tcharam! — Brincou o chinês ao sair do quarto, ele estava incrivelmente gostoso naquela roupa.

          E em poucos minutos eles já estavam fora do prédio, não houve muito tumulto, cada um foi para um veículo que havia escolhido e fim. Vivi teve que ir de carro junto de Lucas, Yuqi e Jaemin, enquanto Renjun dirigia; afinal a carteira do mesmo era provisória. Jeno tinha carteira de moto, e mesmo que fosse provisória, ele era rebelde e fora sozinho.

[...]

          O som tocava no último, talvez fosse a bebida, mas Haseul jurava que o chão tremia. Ela estava ao lado de Hyunjin, um pouco antes de Seungmin chegar. Jinsoul e Jeongeun se pegavam em algum canto, igualmente com Minho e Jisung, Sooyoung conversava com Jeongin – que esperava seu namorado chegar – Jiwoo, a melhor amiga de Jeongeun, estava sentada bebendo sozinha observando o movimento.

          O tédio de Haseul teve seu fim, quando, finalmente, ela viu o grupo de quatro garotos e duas garotas adentrarem na festa. Vivi estava magnífica; ela usava um vestido roxo pastel simples, um tênis branco junto com uma meia alta também branca, seu cabelo rosa estava ondulado, ela usava uma maquiagem leve rosa, e, era notável, vários piercings dourados em sua orelha. Ela estava simples, mas linda. Linda pra caralho.

          Haseul notou o resto do grupo. Jeno usava uma roupa social, porém ao invés de um blazer uma jaqueta de couro. Renjun era o menos gótico de todos ali, seus cabelos vermelhos destacavam a camisa social branca, ele usava uma calça xadrez creme com correntes prateadas o envolvendo. Jaemin parecia ter acabado de sair de uma fanfic; ele usava uma calça preta colada, uma camisa branca, e uma suspensão de couro para o tronco. Yuqi era a terceira que mais se destacava; ela usava uma calça negra, um sutiã da mesma cor e uma camiseta quase transparente de alguma pintura – era azul e possuía alguns anjos e nuvens desenhados nelas –, seus colares pratas chegavam até o cós da calça – onde estavam amarrados. Já Lucas, bem... Lucas vestia uma calça jeans justa e escura, um moletom de hentai e um blazer de tom creme.

          Eles eram realmente quentes. Mas Haseul não diria que eles eram os mais quentes da festa. Seus amigos estavam produzidos no mesmo nível, ou até mais. Haseul usava uma saia xadrez vermelha, um cropped preto tomara-que-caia com mangas transparentes, com uma escrita em vermelho "I need a baby", ela também estava usando uma meia-calça arrastão e um coturno negro de cano alto.

[...]

          Não que Haseul já estivesse bêbada, mas sóbria a garota, com certeza, não estava. Sooyoung estava sentada ao seu lado fazendo piada de sua cara, ou tentando a encorajar a falar com Vivi, Haseul não tinha certeza. Não entendia a de cabelos roxos. Suspirou alto e foi atrás de mais bebida.

          Contudo, sua ida até o mesa de bebidas, foi interrompida quando ela acabou esbarrando em alguém. Não alguém aleatório. A alguém. Haseul arregalou os olhos quando levantou o olhar e viu o vestido roxo molhado. Na batida, Vivi acabou deixando cair a bebida, que acertou em cheio os seios da jovem – ironicamente.

          — Oh, me desculpe. Eu-... — A jovem tentava falar algo mais seus olhos estavam presos no decote da mais velha.

          — Heey, meus olhos estão aqui em cima. — Brincou.

          — Desculpa. — Murmurou rapidamente ao levantar o olhar.

          — Não posso te ouvir, a música está muito alta. — A chinesa soltou uma risada. — Qual seu nome?

          — Meu-...? Ah! Haseul, Jo Haseul. — Estendeu a mão.

          A de cabelos rosa riu mais uma vez, mas aceitou o comprimento. — Vivi, Wong Vivi.

          — Eu sei. — Sussurrou a mais nova. — A sua bebida. Você quer que eu pegue outra?

          — Se você beber comigo eu aceito! — Desafiou a chinesa.

          Por incrível que pareça, Haseul aceitou, e logo as duas estavam em frente a mesa de bebidas. Vivi pegou a tão famosa mistura alcoólica de TY e Haseul decidiu ficar apenas na cerveja. A mais nova ainda estava chocada; afinal, não é todo dia que você molha o vestido da sua crush e ela te pede pra beber consigo. Mas, eu não posso julgar Vivi, Haseul era realmente atraente e, ainda por cima, a mais nova estava usando uma roupa que acentuava suas curvas.

          E em pouco tempo, a conversa entre as universitárias fluía como um rio. Haseul descobriu que Vivi não era apenas um rosto – e corpo – bonito, ela tinha um ótimo gosto musical. Que variava entre Iron Maiden e Twice, ia até o submundo do indie e voltava no mais animado e chiclete pop, subia até o mais pesado metal e descia para as mais antigas músicas. Vivi era realmente eclética, e isso era bom.

          — Eu 'tô te dizendo, quando o lance é MPB é Jade na certa! Jão who? — Falou a mais velha com tom de deboche.

          — Jão rei do MPB! — Exclamou Haseul.

          — Ótimo, então a nossa amizade de vinte minutos acaba aqui. — Ditou Vivi estalando a língua, rindo logo após.

          As garotas já estavam bêbadas o suficiente para começarem a discutir se Renato e Cazuza estavam vivos, se o E.T Bilu deu a vida eterna pros dois, e agora eles estavam sendo os produtores de Kamaitachi. Não seria nenhuma surpresa se uma gorfasse na outra nesse nível. Mas tudo parecia bem, elas riam e faziam barulho. No fim, elas se deram bem juntas, e isso não pode deixar Haseul mais feliz. Afinal, Vivi ainda era seu maior interesse, não lembrava – ou talvez nunca tivesse conhecido – de ninguém que mexesse tanto com seu psicológico, sem nem mesmo trocarem uma palavra.